Aproveitando a ausência de chuva dos últimos dias, a previsão favorável do último fim de semana e a saudade das côres outonais, fui dar um passeio de btt pela bonita Sierra de Gata, em busca das edílicas paisagens de "El Castañar de Ojesto" e "Puerto de Sta Clara", das suas calçadas milenares, das trialeiras do Jalama com o seu brutal "sendero de las minas"
Partilhei esta minha intenção aos amigos no facebook e oito quiseram acompanhar-me em mais um dos meus passeios vadios, desta vez por "tierras de nuestros hermanos".
Prontos para mais uma aventura, o Dário Falcão, Pedro Roxo, Vasco Soares, Luís Lourenço, Nuno Eusébio, João Afonso, Vasco Sequeira, Zé Luís e eu, distribuídos por três viaturas, rumámos a Villamiel pelas 07h00.
Parámos nos Escalos de Cima para o cafezinho matinal e ali recolhemos o Zé e o Vasco Sequeira.
Depois de uma viagem de cerca de 1 hora, feita nas calmas, estacionámos junto à "Plaza de Toros" em Villamiel, o local de início e final do nosso passeio.
Depois de prepararmos as bikes e restante material, demos início à aventura logo com uma calçada em subida, que se foi complicando, quer pela parte técnica, quer pela sua pendente.
A rapaziada ainda estava um pouco fria, mas não havia grande alternativa. Teve que ser assim o início para não aumentar a quilometragem e a pendente não a poderia suavizar, pois íamos para o alto.
Pedalámos alguns kms entre carvalhos e descemos a San Martin de Trevejo por um trilho bastante irregular.
Cruzámos a povoação com passagem pela bonita plaza mayor e demos inicio à subida ao Puerto de Santa Clara, pelo Convento de S. Miguel.
Ladeámos um pouco o Rio de la Vega por um trilho que mais à frente se transformou num bonito single track.
Acabado o single, começaram as irregulares calçadas romanas que tivemos que vencer até ao alto do puerto. Passámos pelo belo Castañar de Ojesto antes de culminar a ascensão.
Depois de mais uns singles entre carvalhais e fetos, a ladear a estrada para Salamanca, entramos no asfalto e virámos para Navasfrias.
Percorridas algumas centenas de metros, voltámos aos trilhos, agora por estradão até El Payo, com paragem obrigatória junto à formosa Puente de el Gaz, que cruza o Rio Payo.
Na aldeia bebemos um cafezito para aquecer, pois a manhã ainda se mantinha fria e seguimos para Peñaparda, onde viemos a efetuar nova paragem, desta vez para comida sólida.
Encostámos as bikes à porta da Taverna del Rincon e ali comemos uns "bocadillos de lomo caliente" bem acompanhados com "unas cañas", que nos deixaram em posição de arranque para nova etapa.
Depois de Peñaparda, pedalámos alguns kms pelo GR187 e virámos o azimute ao Jalama, o pico mais alto da Sierra de Gata. Mas não era nossa intenção conquistá-lo, pelo menos nesse dia.
Olhámo-lo com respeito e depois de passarmos rapidamente pela zona limite onde se iria iniciar uma montaria, depressa abandonámos o zona e chegámos ao último local gerador de adrenalina, um dos caminhos emblemáticos da serra. . . o trilhos das minas. Uma brutal trialeira muito técnica que desce lentamente à meia encosta em direção, neste caso, a Villamiel, pois há outras opções.
Começa com um espetacular single track entre giesteiras e em ligeira subida, passando a calçada cheia de drops e pedras irregulares. Foi um gozo para uns e um martírio para outros.
A panorâmica daquele lugar é magnífica e aliada áquele trilho brutal, quase que nos transporta para outra dimensão. Um sonho para os betêtistas trialeiros ávidos de adrenalina.
A descida, que nos deliciou durante cerca de 10 kms, terminou de novo em Villamiel, o local de partida.
Durante uma longa manhã e 58 kms, a malta divertiu-se, arregalou a vista com fantásticas paisagens e belos recantos, trilhando caminhos milenares de calçada e "menudos senderos", divertindo-se, partilhando amizade e companheirismo, unidos neste bonito desporto, o btt lúdico e de aventura.
Um agradecimento aos amigos que mais uma vez me acompanharam nestes pequenos "devaneios" de bike . . . as minhas voltas vadias.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles
AC
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