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"Rota das Vacas"

Pensamento:
"A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto"
(Francis Bacon)
.o0o.
Hoje, a previsão meteorológica era de céu nublado e com ocorrência de chuva ou chuviscos.
Ao invés, a manhã nasceu um pouco fria mas solarenga e límpida o que nos proporcionou uma bela manhã de BTT.
Compareceram na Pires Marques o Dino e o Filipe que comigo partilharam mais esta pequena aventura por campos cobertos de lindos mantos verdes, bordados aqui e ali por grandes extensões de flores campestres que lhes confere lindas e variadas cores, lembrando o "Power Flower" do PJFA.
Mas não há bela sem senão e esses belos campos estavam também hoje cobertos de gado vacum.
Eram o8h40 quando saímos da Pires Marques em direcção ao já célebre portal do frigorífico que dá acesso à linha férrea.
Tomámos a direcção de Santa Apolónia, onde virámos para apanhar a vereda que nos conduz à estrada para a Estação.
Dalí continuámos para Escalos de Cima, onde não entrámos, contornando para a zona dos Barros.
Ao chegar junto a Barragem do Vaz Preto, assim conhecida, uma contrariedade. Uma manada de vacas assentou arraiais mesmo junto ao portal por onde pretendia-mos passar e que supostamente era liderada por uma outra imponente vaca negra como azeviche e que nos olhava frontalmente, impondo algum respeito, o que nos amedrontou um pouco, tanto mais que na vacada havia algumas crias bastantes jovens e que as mães (vacas) protegiam adoptando poses protectoras.
Como, quer eu quer o Filipe, já fomos protagonistas de episódios com vacas, não estávamos nada interessados em novos episódios e receámos avançar. Por sua vez, o Dino também não é fã de tal gado, não se mostrando muito à vontade, pelo que logo alí fizémos uma espécie de assembleia para decidir o rumo a tomar, se continuar, se voltar atrás.
Mas voltar atrás era quase um acto de cobardia e enchendo o peito de ar, resolvemos não retroceder, mas também não avançámos em direcção às vacas. Ficámo-nos pelo meio termo e saltámos a aramada cerca de 200 metros antes das "ditas cujas" para nos dirigirmos para o outro portal que dá acesso ao "arraial", mas a sorte estava a ser madrasta, pois também este portal parecia estar guardado por vacas. Sentimo-nos encurralados a parámos para observar o movimento destas ao mesmo tempo que procurávamos uma saída alternativa que nos tirasse daquele local em caso de necessidade.
Mas afinal as vacas eram mansas e parecendo compreender a nossa aflição, abandonaram pachorrentamente a zona do portal, que rápidamente atingímos e raspámo-nos dali para fora, parando no Restaurante das Bombas de S. Gens, para tomar café.
Para culminar, o Dino que não se "borrou" com as vacas, aguentou quando se escapuliu para o WC, voltando pouco depois para pedir a chave, pois a porta estava fechada. Quando regressou notava-se leveza naquela expressão facial.
Dalí rumámos à Lousa, por trilhos curtidos e ladeados por bonitas paisagens que nos fez sentir únicos em toda aquela grandeza e explendor. Sendo bêtetista, sinto-me um priveligiado por residir no interior, conseguindo pedalar dezenas de kms sem a presença do betão e do buliço dos grandes centros em perfeita autonomia e harmonia com a natureza.
Atravesámos seguidamente a Lousa na direcção do depósito da água virando para Escalos de Baixo, passando no seu limite urbano e tomámos azimute para o Monte de S. Luís e Castelo Branco, onde chegámos pelas 12h30 com 60 kms percorridos em ritmo certo à média horária de 17 kms.
Foi uma manhã agradável e divertida, mesmo com a peripécia das vacas, que contribuiu para a tornar engraçada.
.o0o.
Até à Páscoa, vou dar descanso às minhas bikes. Quanto a mim, algum trabalho com os últimos preparativos da Maratona de Castelo Branco, onde colaboro e no Domingo, dia 1, piro-me com a família para os Picos da Europa, para passar uns diazitos de férias, diferentes da rotina do dia a dia.
Regresso pela Páscoa.
Até lá.


Comentários

rider disse…
Também eu já tive duas situações de vacas (bovinos) :)
Um foi na Rota do Contrabando em Penha Garcia, onde tive de fugir para o meio da ribeira para escapar à cornada ...
A outra foi num passeio com o Nuno Maia, para os lados do Flower Power, só de me lebrar dos olhos daquelas locomotivas com patas, dá-me arrepios.

Mas têm o mesmo direito de habitar o planeta como nós e quase sempre somos nós é que as importunamos ;)

Sr. Cabaço desejo-lhe umas óptimas férias e espero que na Páscoa já esteja a 100% para o acompanhar (ou tentar) numas pedaladas por aí.

Um abraço

rarn

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