Aproveitando este fim de semana, que se previa solarengo, fui, na companhia de alguns amigos, até à bonita Serra da Lousã, dar umas pedaladas nalguns dos seus belos trilhos, já há muito desejadas.
Acompanhado pelo meu irmão Luís, Carlos Sales, José Luís, Vasco Sequeira e Martim Lopes, seguimos rumo à Lousã.
Tinha planeado sair de Castelo Branco, pelas 06h, mas, um contratempo na viatura do Zé Luís, levou-me a ir buscar a restante rapaziada à Lardosa, causando-nos um atrazo de cerca de hora e meia, relativamente á hora prevista de início de pedalada.
Pelas 09h15, estávamos a dar as primeiras pedaladas em direção à primeira das oito aldeias de xisto que iríamos visitar. . . Gondramaz.
Após algumas centenas de metros por ruas da Lousã, demos início à longa, mas muito longa subida, quase até ao alto de Vila Nova.
Iniciamente em alcatrão, mas logo entrámos nos trilhos, maioritáriamente sobre pedra xistosa e de inclinação com agum respeito, que levou a malta a arrastar-se, cada um ao seu ritmo, até ao primeiro troço que nos dava algum descanso, nas imediações da Aldeia de Vila da Nogueira, onde não chegámos a entrar.
De novo em subida, sempre em direção ao Parque Eólica da Vila Nova, lá fomos pedalando, algo extasiados com as incriveis paisagens sobre a Lousã e povoações limítrofes, completamente cobertas com um denso nevoeiro, criando paisagens fantásticas.
Assim entretidos, chegámos ao cruzamento de caminhos que nos levaria a Gondramaz, agora, quase sempre em descida e com fabulosa vista sobre o vale.
A primeira vista sobre a Aldeia de Gondramaz, foi incrível. Uma aldeia cem por cento de xisto e toda ela bem arranjadinha, foi um regalo para os olhos. A malta estava encantada, mas mal sabiam eles, que ainda faltavam sete!!!
Fomos logo direitos ao "Beco do Tintol", mas comida ali, só por encomenda. Bebemos umas bjecas, dispensadas pelo proprietário do local e fomos à "Loijinha do Bezitante" beber um gostoso licor de castanha, que pôs logo o Zé Luís em acelerado!!!
Continuámos a subir, agora sim, para chegarmos ao Parque Eólico de Vila Nova, por onde ziguezagueámos em trilhos bastante engraçados, até chegarmos à Catraia da Ti Joaquina, mas optámos por não visitar aquela pequena construção de xisto e seguimos logo em direcção ao primeiro single track do dia, a pista de DownHill, onde a malta se divertiu com algumas peripécias engraçadas e umas quedas laterais.
Segui-se a Aldeia de Chiqueiro, também ela bem bonita e que visitámos.
Continuámos a nossa aventura, rumando à próxima aldeia . . . Casal Novo, que à semelhança das anteriores, também nos deixou maravilhados. A malta já dali não queria sair. Queria dar a volta a tudo, mas ainda havia muito caminho para percorrer.
A aldeia seguinte, era uma das mais bonitas da Serra da Lousã . . . o Talasnal, onde parámos no Restaurante da "Ti Lena", bem conhecido das rotas gastronómicas, na região.
Mas para azar nosso, estava completamente cheio e ali, para comer, só por marcação. Mas a D. Lena, não nos deixou ir com fome e arranjou-nos umas belas malgas de sopa de espinafres e umas sandes de queijo da serra, que estavam uma maravilha.
Acompanhámos o pequeno repasto com um delicioso néctar dos deuses, uma pinga tinta, de estalo, culminando com umas mousses e uns cafézinhos para finalizar.
Já bem aconchegadinhos e ávidos de trilhos e mais xisto, fomos agora em busca da Aldeia de Vaqueirinho, que atingimos, depois kms de puro divertimento por trilhos "irrequietos" e algumas trialeiras.
A visita da praxe, subir e descer ruas, pelas suas singelas escadarias, todas elas em xisto, dividindo aquelas bonitas construções, bem antigas e bem recuperadas, maioritáriamente por malta estranjeira.
De Vaqueirinho, partimos para o Catarredor, uma aldeia nos confins da serra, não tão cuidada como as anteriores, mas com trilhos fantásticos.
Longos single tracks entre arvoredo, maioritáriamente de castanheiros, levaram-nos até às proximidades do Candal, uma aldeia também muito bonita, encaixada na encosta de um dos imensos e profundos vales da serra. Subimos quase até ao alto, por uma imensa escadaria, levando a bike às costas, para nos divertirmos depois em bonitas trialeiras e descidas de arrepiar!!!
Entrámos um pouco no asfalto e virámos para o estradão que nos levou à última aldeia do dia . . . Cerdeira!!!
Longa subida, onde as "canetas" já acusavam um pouco o desgaste do imenso acumulado, mas os olhos, esses, mantinham-se ainda estupefatos com a bebelza que neste dia lhes foi proporcionada.
Um dia para mais tarde recordar e repetir, pois então!!!
Até à Lousã, foi sempre em descida e em alta velocidade, pois o final do dia aproximava-se rápidamente e, por tal facto, já não passámos por uma outra aldeia que tinha programado para este dia, a Aigra Velha. Vai ficar para a próxima, certamente.
Foi um dia excelente, quer pelos trilhos, quer pela parte cultural que nos propocionou a visita a estas oito aldeias de xisto, na Serra da Lousã. As mais bonitas!!! E ainda a excelente companhia da rapaziada, que desta vez alinhou, em mais uma das minhas "maluqueiras" fora de casa!!!
Um grupo homogénio e divertido, a quem agradeço a companhia.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos
. . . ou fora deles.
AC
Clip de Vídeo
Comentários
E esta, a da Lousã não deixa qualquer crédito por mãos alheias. Que belas paisagens, trilhos e singles tracks e ainda por cima "regados" com "TIMTOL".
Esta já era a minha expectativa, mas agora depois de ler e ver tudo o que já se publicou, só aumentou a sede de lá pedalar, daí que farei tudo o que está ao meu alcance para que ainda seja este ano.
Tenho de registar que o facto de o não ter feito nesta oportunidade me provocou uma relativa dor. Mas como diz um dos grandes ciclistas de todos os tempos, “A dor é passageira. Desistir dura para sempre”, e eu não desisto.
Obrigado por partilharem momentos tão extraordinários deste espectacular passeio e muitos parabéns pelos vídeos, fotos e descrições!
Parabéns também a todos os felizes contemplados que desfrutaram do Puro Prazer de Pedalar nesta região, podre de rica para o BTT e não só!!!
Um abraço
Silvério
Cá venho eu pela 2ª vez carpir as minhas mágoas... restam-me as fotos e as várias vezes que as vi.
Abraço, Tiago.