Desta vez, resolvi convidar uns amigos e respectivas famílias para um dia diferente de Btt.
Enquanto nós, betêtistas, nos divertíamos nos trilhos, os nossos familiares confraternizavam no complexo da Praia Fluvial de Janeiro de Baixo.
Assim, eu, AC, o Carlos Sales, o Nuno Eusébio e o Pedro Barroca, saímos de Castelo Branco pelas 07h00, o restante pessoal saíu cerca das 10h00, carregadas com as respectivas merendas, para a tarde de convívio que se seguiria.
Já quase pelas 09h00, saímos nós de Janeiro de Baixo, uma hora mais tarde que a inicialmente prevista, rumo aos trilhos.
Passámos a Ponte sobre o Rio Zêzere e seguímos por asfalto até ao Urgeiro, a meia encosta da Serra dos Chães.
A seguir ao Urgeiro, entrámos então nos trilhos, bem sombreados, pedalando num dos bonitos vales da Ribeira de Bogas.
Passámos Bogas de Baixo e encostámos à ribeira que seguímos durante algum tempo, até nos desviarmos sobre a esquerda, sempre em subida pela Lomba do Antão, descendo seguidamente para mais um dos bonitos vales da Ribeira de Bogas.
Atravessámos desta vez a Aldeia de Bogas do Meio onde nos esperava um bonito single track até ao Lagar de Bogas de Cima. A minha única desilusão neste percurso de hoje. Esta secção estava completamente ao abandono, com o pasto e mato bastante alto, dificultando-nos a progressão.
Mas a partir do Lagar, foi uma pequena maravilha.
Cruzar a Aldeia de Bogas de Cima, seria sempre a arfar, não fosse a paragem no café local, onde bebemos uma bebida fresca e eu matei o bichinho cafeínico, com uma malguinha do dito cujo.
Até ao estradão para o Posto de Vigia, seguiu-se uma parede que quase nos fez encostar o peito ao guiador e que seria um sério problema se não fosse asfaltada.
Mas passada a antiga escola agora transformada em sede de Associação de Caçadores, começou um outro longo martírio. A subida ás Eólicas do Souto Altinho.
Mas lá bem no alto, a emoção daquelas lindíssimas paisagens pejadas de aglomerados urbanos, cravados nos profundos vales, valeu o esforço e valorizou aqueles minutos parados em plena observação.
À nossa direita vislumbrava-se lá bem no fundo a Aldeia da Malhada Velha, dos Boxinos e do Açor e um pouco mais longe, com uma visão mais concentrada, as ruínas da Aldeia do Panegral.
Sobre os vales à nossa esquerda, a Aldeia de S. Martinho e Barroca do Zêzere e um pouco mais à esquerda, lá estava Silvares, toda ela bem esticadinha.
Passado o momento contemplativo, lançámo-nos em alta velocidade, numa longa descida até ao cruzamento para a Barroca.
Em asfalto chegámos às Minas da Panasqueira no Cabeço do Pião, onde parámos para olharmos aquelas imponentes construções já muito decadentes, onde se trabalhava o minério após a sua extração.
A partir daí entrámos num fabuloso single track, que até fez acelerar o coração de prazer, percorrendo uma pequena secção carregada de poluíção mineira, fruto da limpeza do citado minério, neste caso, o volfrâmio.
A visão da Barroca do Zêzere foi magnífica, banhada pelo rio, bem largo naquele local derivado à retenção das águas pela sua represa.
Atravessámo-lo pela antiga ponte pedonal e continuámos, pedalando em soberbos singles, agora sobre a sua margem direita.
Chegámos a Dornelas, a maior povoação do percurso, onde parámos num café local para nos refrescarmos com umas bebidas frescas.
Tornámos a passar o rio, de novo para a margem esquerda, por outra ponte pedonal, a que se seguiu uma dificil subida ao Alqueidão.
Aqui parámos novamente para meter um pouco mais de ar no pneu da frente da minha bike, que vinha a perdê-lo lentamente.
Voltámos a encostar ao rio, num trilho fantástico e de beleza impar, mirando-o no seu percurso bastante curvilíneo, ladeado de um verde bem vivo.
Num dos singles junto ao rio, espetou-se um pau de estêva, creio eu, no pneu da frente, quase da grossura dum dedo, acabando por ser remediado com um taco e obrigando a velocidade mais controlada, pois se o taco saltasse, era malhanço certo.
Mas quase nada atrapalha esta rapaziada e não temos por hábito ficar a olhar para o problema.
Haverá quase sempre uma maneira de o resolver. A assistência em viagem é mesmo só para quando mais nada há a fazer.
Uns kms mais à frente e já quase a chegar a Janeiro de Cima, numa descida um pouco poeirenta, rebentou o pneu de trás, presumivelmente com uma pedra pontiaguda, pois não a vi.
Com tacos não resultou e toca a meter câmara de ar, que me custou a bomba de ar e um desmonta, partidos.
Todos estes pequenos entraves alteraram-nos um pouco as contas, chegando cerca de duas horas depois do previsto. Mas faz parte da aventura. E mais não é do que isso mesmo . . . aventura.
De Janeiro de Cima a Janeiro de Baixo, a distancia é curta e foi feita por asfalto.
À chegada, houve logo três meninos que não resistiram e foram logo meter o "focinho" no caldeiro da comida, tal não era a larica.
Eu, sem tirar o fatinho, fui logo ao banho na água algo suja da praia fluvial, aproveitando para dar a primeira lavagem ao jersey e calção.
Já mais fresquinho lá me sentei então a degustar calmamente aquelas iguarias que as nossas "Marias" nos levaram, acompanhadas dumas cervejinhas e um par de copinhos da Adega do Velhote, que até estalava.
Foram 56 kms num excelente dia de Btt, numa aventura por bonitos trilhos, alguns deles, quase irreais.
A companhia de amigos e respectivos familiares, na parte final, complementaram e criaram o ambiente ideal para um bombástico dia de btt.
A próxima aventura está já na fase final de acabamento e de certeza que mais uma vez nos vamos divertir.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos,
ou fora deles.
AC
Galeria fotográfica
Rota do Mineiro |
Comentários
É o que se me apraz dizer depois de ler/ver este post, pois tiveram o prazer REAL de fazer mais um grande passeio de BTT, OUTSTANDING, enquanto que este "desgraçadinho" teve de se contentar com o prazer VIRTUAL.
Ao mentor do mesmo tenho de dar os meus parabens e dizer que estou à espera dos próximos.
Não pude deixar de reparar num pormenor:
Então o amigo António agora também já anda nas malguinhas de café (ABATANADOS). Devias de pagar direitos. Depois acertamos.
Um Abraço
Silvério
Esta volta pareceu-me lindíssima, a julgar pelas fotos. Você arranja sempre cada trilho de meter inveja aos que têm que trabalhar o dia todo, em vez de pedalar.
Votos de boa continuação e força nessas pernas, que é o que se quer.
Cumprimentos desta invejosa,
Teresa