Avançar para o conteúdo principal

"Volta vadia pelo Parque Natural das Arribas do Douro"

"O homem é infeliz porque não conhece a natureza."
(Demócrito)
Com a sempre agradável e disponível companhia do meu irmão Luís, planeei uma das minhas voltas vadias pelo lindíssimo parque Natural das Arribas do Douro.
É um parque natural privilegiado, onde destaco a beleza agreste da paisagem granítica e uma rica e variada fauna e flora.
É conhecido por "Arribas" aquela erosão originada pelos rios Douro, Huesla, Hebra, Tormes e Uces.
Um local fantástico de paisagens estonteantes e miradouros com panorâmicas de cortar a respiração.
Abandonamos Castelo Branco pelas 06h00 rumo a Lumbrales, onde demos início a esta nossa pequena aventura velocipédica.
Depois de preparadas as bicicletas e restante material, abandonamos aquela  localidade salamantina.
Rumamos ao espetacular Puerto de la Molinera e fizemos a nossa primeira paragem no fantástico "Mirador del Cachón de Camaces" de onde se pode ver uma magnífica panorâmica do imponente salto de água do Rio Camaces que desemboca mais à frente no Rio Huebra.
Depois de desfrutarmos daquele idílico local de paisagens inóspitas, descemos mais um pouco até à ponte sobre o Rio Huebra, para darmos à subida do "puerto", uns bons kms de ascensão suave e de paisagens arrebatadoras.
Chegados ao cruzamento de Saucelle, viramos à esquerda para un dos pontos altos do dia, a descida ao paredão da Barragem do Salto de Saucelle.
Simplesmente brutal. As paragens eram constantes para apreciar aquela idílica panorâmica sobre o Rio Douro e a zona das "Arribes". Senti-me feliz por não ter ficado em casa. São momentos destes que nos tornam felizes e limpam a alma das agruras da vida e do stress do quotidiano.
Não há desculpa que me faça ficar em casa e perder estes momentos de comunhão com a natureza.
A paragem no "Mirador del Picón del Moro" era inevitável, pois não poderia perder a beleza da brutal panorâmica sobre o "Salto", a norte pela represa da barragem e a sul sobre o rio a perder de vista, quase até Barca d'Alva.
Acabamos a adrenalínica descida no paredão da barragem e enfrentamos um "ossinho duro de roer, com a subida á N.221, que sempre  ligeira ascensão nos levou ao cruzamento para Ligares, nas proximidades de Figueira de Castelo Rodrigo.
Numa viragem à esquerda, entramos numa estrada de bela panorâmica, contornamos o Penedo Durão e entramos seguidamente, o ponto alto do dia, a estrada do Candedo, que cruza a serra com o mesmo nome. Estreita, linda, brutal, adrenalínica.
Uma estradinha de montanha com paisagens de encher o olho, a rasgar montanha. Simplesmente fenomenal.
De novo na N.221, onde termina a estrada do Candedo, a rasgar o Parque Natural das Arribas do Douro, onde destaco a passagem pela zona da calçada de Sant'Ana e de Alpajares, seguimos o curso do Rio Douro até chegarmos de novo ao Salto de Saucelle, cruzando o paredão da barragem para nos entranharmos numa outra estradinha de montanha, que sempre em subida entre os 6 e 8%, nos levou até ao Puerto da Peña de la Vela, já á entrada de Hinojosa de Duero, com paragem obrigatória no panorâmico "Mirador del Contrabando".
Em Hinojosa de Duero, paramos para comer algo e seguimos para Sobradillo, outro bonito "pueblo salamantino" onde fizemos um bonito troço de "Sterratto" ou Strade Bianca", se fosse algum granfondo, uma italianice da moda, ou algum skyroad, outra inglesice esquisita. Nós por cá, em Portugal, chamamos-lhe estradão ou terra batida.
E foi pura diversão os cerca de 3,5 kms de estradão que fizeram a ligação a La Redonda, a ultima povoação que cruzámos antes de chegar novamente a Lumbrales.
Uma aventura que adorei. mais ainda pela presença do meu irmão caçula, que comigo partilha este gosto lúdico de andar de bicicleta, sempre em busca de novos recantos e aventuras cicloturisticas.
Depois de arrumadas as bicicletas, fomos beber uma "caña" e comer um "pincho", regressando a casa com o corpinho um pouco sofrido mas com a  alma cheia de bons momentos, paisagens de encantar e estradinhas, onde pedalar nos faz sentir diferentes e felizes, por podermos desfrutar destes soberbos locais, praticando o desporto que gostamos.

Fiquem bem.
Vêmo-nos na estrada, ou fora dela.
Beijos, abraços e apertos de mão.

Inté
AC

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel

PPS PR1 e PR2 - Caminho de Xisto do Fajão e Ponte de Cartamil,"

"Eu escolho viver, não apenas existir." (James Hetfield) Em dia de mais uma das minhas caminhadas, sempre na companhia da minha cara metade e excelente companheira nestas minhas passeatas pela natureza, fomos até à bonita Aldeia de Xisto de Fajão. Fajão, é uma aldeia de contos, que convive com as escarpas quartzíticas dos Penedos de Fajão, encaixada numa pitoresca concha da serra, alcandorada sobre  o Rio Ceira, perto da sua nascente, cuja configuração faz lembrar antigos castelo naturais. Chegamos à aldeia pouco depois das 08h30, sob intenso nevoeiro, que nos criou alguma apreensão sobre se daríamos, ou não, inicio à caminhada. Mas a impressão era de que a neblina estava a levantar e o sol começaria a iluminar o bonito Vale sobre o Rio Ceira, rodeado pelos impressionantes Penedos de Fajão e pela Bela Serra do Açor. A beleza que ainda não à muito tempo caracterizava aquela zona, era agora um pouco mais cinzenta, depois da devastação causada pelos fogos