Ontem foi dia de volta vadia, na companhia do meu irmão Luís e dos amigos Jorge Palma, Álvaro Lourenço e Rui Salgueiro.
Como gosto de vadiar sempre em busca de uma boa aventura, escolhi desta vez a Mata do Buçaco e Serra do Caramulo.
Saímos da cidade pelas 05h30 ruo à Sertã, onde nos encontraríamos com o meu irmão na Pastelaria Estrela Doce, que nos abriu a porta pelas 06h30 para tomar o pequeno almoço.
Depois de tomada a primeira refeição do dia, já a segunda para alguns, fomos até à Vila Termal do Luso, o o local de partida e chegada do nosso passeio domingueiro.
Depois de preparadas as bikes e restante material fizemo-nos à estrada, subindo em direção à Mata do Buçaco, onde entramos pela Porta do Serpa.
Com a sua estradinha empedrada e curvilínea desenhada num fascinante recanto onde as árvores têm porte gigantesco e são ricas em essências, perfumes e fulgor.
Há uma transparência de luz e frescura de sabor místico quase divino e o sumptuoso Palace Hotel do Buçaco, outrora residência de reis e que nos
nossos dias recebe Homens de Estado e quem, na busca da tranquilidade,
tem o gosto de se acolher num dos mais belos hotéis românticos da velha
Europa.
Foi uma pequena travessia que gostei bastante. Um hino à tranquilidade.
Abandonámos aquele local idílico pelas Portas da Rainha, mesmo defronte do Museu Militar e seguimos por uma estrada ondulante, que nos levou até à entrada de Mortágua, pela Moura e Barracão.
Ladeámos Mortágua e viramos à esquerda na rotunda e viramos o azimute a Campo de Besteiros, a rampa de lançamento para o Caramulo, passando por Cruz da venda Nova, Vila Meã, Vila de Moinhos, Tourigo, Barreiro de Besteiros e Cortiçada.
Chegados àquela vila, logo nos chamou a atenção a esplanada situada no bonito jardim central, onde abancámos para comer algo mais sólido e beber uma bebida fresca.
Se até aqui o percurso não tinha tido qualquer dificuldade de maior, era a partir daqui que se esperavam as maiores dificuldades.
Deixamos aquela bonita vila e passámos pela Ladeira, o nome ideal para a ascensão de vários quilómetros até ao Caramulo.
Uma bonita ascensão por uma bonita e verdejante estrada estrada, com passagem pelas Fontainhas, Litrela e Guardão de Baixo.
Entramos no Caramulo pelo seu irregular empedrado e fomos até ao famoso hotel onde defronte do mesmo se encontra o conhecido Museu do Caramulo e a sua riquíssima coleção de automóveis antigos.
Depois de tirada a foto da praxe, para mais tarde recordar, continuamos a subir até Monte Teso, onde fletimos à esquerda seguindo para a Varziela.
Num constante sobe e desce, passamos por Bezerreira e Cadraço, antes de chegar ao Caramulinho, o ponto mais alto daquela bonita serra.
Deixamos as bicicletas à guarda dum grupo de caravanistas que ali se encontravam a almoçar e subimos ao promontório, subindo os seus irregulares escalões.
Lá do alto a panorâmica é fantástica, avistando-se por um lado as Serras da Estrêla e Açor e do outro o Oceano, lá bem longe.
Descemos até junto dos caravanistas a quem agradecemos e voltamos à estrada, embrenhando-nos pelo coração da serra, cruzando algumas das suas peculiares aldeias, nomeadamente Almofala, teixo, Corte, Freimoninho, Caselho, Povinha, Foz e Agadão, antes de chegarmos a Belazaima do Chão, onde paramos para uma refrescante imperial.
Num constante sobe e desce seguimos por Póvoa do vale Trigo, Boialvo, Mata de Baixo, Canelas e Póvoa do Gago, antes de chegarmos ao Vale da Mó, onde encetamos a derradeira e longuíssima subida até ao Salgueiral, com passagem por Junqueira e Algeriz.
Depois foi sempre em descida até ao Luso, onde chegamos, satisfeitos por mais uma aventura em modo vadio, desta vez pelo Buçado e Caramulo.
Como esta rapaziada não se contenta só com o pedalar, depois das bikes arrumadinhas e a malta já com outro visual, fomos assentar arraial no "Virgílio dos Leitões", na mealhada, "chincando" bem os dentes no belo do "reco" ainda criança, acompanhado da batatinha frita às rodelas e acompanhado pelo fresquinho frisante.
Um dos momentos altos do dia a finalizar mais esta bela tertúlia de amigos, onde a bicicleta é o mote para estas manifestações lúdico/gastronómicas, ao mesmo tempo que vamos conhecendo, ou simplesmente recordando, outros belos recantos deste nosso belo Portugal.
bem satisfeitos e saciados, regressamos cá ao nosso condado, com paragem na esplanada da Carvalha, na Sertã, para uma última "loirinha" e deixarmos o meu irmão.
Contas feitas, passemo-nos por 121 kms nas belas estradinhas no coração da Serra do Caramulo, cruzamos a Mata do Buçaco, num agradável percurso circular, divertimo-nos, quanto baste e confraternizamos, sempre alegres e bem dispostos neste belo domingo de verão.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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