"Eu escolho viver, não apenas existir." (James Hetfield)
Em dia de mais uma das minhas caminhadas, sempre na companhia da minha cara metade e excelente companheira nestas minhas passeatas pela natureza, fomos até à bonita Aldeia de Xisto de Fajão.
Fajão, é uma aldeia de contos, que convive com as escarpas quartzíticas dos Penedos de Fajão, encaixada numa pitoresca concha da serra, alcandorada sobre o Rio Ceira, perto da sua nascente, cuja configuração faz lembrar antigos castelo naturais.
Chegamos à aldeia pouco depois das 08h30, sob intenso nevoeiro, que nos criou alguma apreensão sobre se daríamos, ou não, inicio à caminhada.
Mas a impressão era de que a neblina estava a levantar e o sol começaria a iluminar o bonito Vale sobre o Rio Ceira, rodeado pelos impressionantes Penedos de Fajão e pela Bela Serra do Açor.
A beleza que ainda não à muito tempo caracterizava aquela zona, era agora um pouco mais cinzenta, depois da devastação causada pelos fogos de Outubro passado.
Ainda assim, vale a pena palmilhar aqueles trilhos, que circundam o Rio Ceira e enfrentar a dura transposição dos Penedos de Fajão.
Concordamos iniciar a caminhada e depois da passagem por algumas das castiças ruelas da aldeia, seguimos até à Capela de São Salvador e da Sra da Guia, descendo depois à pequena aldeia de Ponte de Fajão, situada no fundo do vale, rodeada de montanhas, fazendo lembrar uma aldeia suiça perdida nos Alpes.
Depois de cruzar a ponte sobre o Rio Ceira, junto à Praia Fluvial, subimos à aldeia, que cruzamos por algumas das suas estreitas e calcetadas ruelas até junto à Torre da Capela.
Descemos depois aos terrenos agrícolas de encontro à margem do rio, que ladeamos por um trilho estreito, muito bonito e com passagem por alguns moinhos e azenhas, até à Ponte de Cartamil, com os seus bonitos arcos e com os Penedos de Fajão como pano de fundo.
Aqui voltamos a cruzar o rio, para a sua margem esquerda e apreciamos os interessantes bonecos junto a uma casa junto à ponte, que nos divertiu um pouco.
A parte mais fácil já estava ultrapassada com a passagem pelo bonito trilho que ladeia o Rio Ceira e o seu bonito Vale.
Agora era transpor os penedos, rumo à Aldeia de Fajão.
Começamos a subir a impressionante Calçada das Voltinhas, que percorre em balcão a encosta escarpada sobre o vale, com belas vistas sobre o Rio Ceira e o seu verdejante vale.
Chegamos à interseção com o PR1 e seguimos por este, para a Capela dos Mouros e Penedos de Penalva, o ponto mais alto do percurso, de onde se obtêm uma bela vista sobre a Serra do Açor e a Aldeia de Fajão.
É uma subida algo difícil, pelas escarpas entre grandes blocos de quartzito, com algumas passagens onde mais se parecia a uma subida de alpinismo, que de caminhada.
O incêndio que assolou aquelas bonitas escarpas, dificultou bastante a ascensão, queimando a sinalização e apagando muitas vezes o traçado, já de si difícil e, em algumas zonas, pouco percetível.
Valeu-me o velhinho Oregon, que sempre me aponta o local de passagem, quando a dúvida me assola.
Já no alto e depois de transpor os Penedos de Penalva, descemos à aldeia por um já pouco simulado trilho que ladeia a encosta, mas que nos proporciona vistas deslumbrantes sobre o Vale do Ceira e Serra do Açor.
Chegados à aldeia, abancámos no Restaurante "O Pascoal", antigo "Juíz de Fajão".
Pequeno, rústico, regional e de ótima comida, afavelmente servida pelos Sr Carlos e Dª. Lucília, com doses generosas e preço simpático.
Com o "bandulho" bem carregado e as pernitas algo cansadas, respondi ao apelo do meu velho sofá e regressei a casa, para um banhinho retemperador e uma merecida sestinha.
Fiquem bem.
Vemo-nos na estrada, ou fora dela.
Beijos abraços e apertos de mão.
Inté
AC
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