"Quando se busca o cume da montanha, não se dá importância às pedras do caminho." (provérbio oriental)
Quando já este ano cruzei de bicicleta a magnífica Serra do Candedo em pleno Parque Natural do Douro Internacional, não pude ficar indiferente à magnitude do Vale da Ribeira do Mosteiro, onde se encontram as famosas Calçadas de Alpajares e de Sant'Ana.
Prometi a mim mesmo lá voltar e caminhar por aqueles trilhos e calçadas milenares, onde o mundo se perde na antiguidade daquela zona inóspita, fazendo-nos sentir o quanto somos insignificantes perante a mãe natureza.
Assim pensei, decidi e cumpri!
Na companhia da minha Maria, a minha fiel companheira nestas andanças e em todas as outras ao longo da vida, fomos dormir a Barca D'Alva, ficando alojados no Hotel Baga Douro junto ao cais onde chegam e partem os barcos turísticos do Rio Douro.
Ali jantamos, e bem, no restaurante do hotel e no dia seguinte, depois da primeira refeição do dia, partimos em direção à Serra do Candedo, para dar início á caminhada com início no Vale da Ribeira do Mosteiro.
Estacionámos o carro e depois dos preparativos da praxe, partimos em direção à calçada de Alpajares, ladeando durante algum tempo a bonita Ribeira do Mosteiro, que mais à frente cruzamos num pontão.
A primeira visão da calçada é surpreendente, de construção tão arrojada ou inóspita que o povo diz ser também obra do diabo.
É traçada em zigue zague e feita de duro quartzito, em elegantes lacetes.
Subimos esta impressionante obra romana, ou medieval, pois existem ambas as versões, até ao Castro de São Paulito e continuamos até ao Picão de Ana.
Impressionante a paisagem sobre aquela montanha inóspita e selvagem, que nos fazia sentir tão pequeninos.
Descemos então à ribeira por uma outra calçada, conhecida por Calçada de San'Ana até chegarmos de novo à Ribeira do Mosteiro, que cruzamos por uma pequena ponte aí existente e subindo de novo em calçada até às alminhas.
Ali estivemos parados um pouco apreciando toda aquela brutal paisagem e descansando um pouco, pois aqueles trilhos são um pouco exigentes para quem não é caminheiro a tempo inteiro.
Seguimos depois pela estreita e curvilínea estrada que rasga os penedos da Serra do Candedo até ao local onde tínhamos a viatura estacionada e regressamos a casa, satisfeitos e um pouco cansaditos, pelo que paramos ainda em Pinhel para um merecido almoço no Restaurante Skylab, onde comemos muito bem e baratinho.
Foi um dia espetacular, em pleno contato com a natureza, na sempre amiga companhia da minha Maria.
Fiquem bem.
Vêmo-nos na estrada, ou fora dela.
Inté.
AC
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