Já há algum tempo que andava a planear efectuar em Btt a Grande Rota das Aldeias Históricas - GR22.
Passou-se o 1º. ano, o segundo e apesar de alguns convites, a ideia mantinha-se viva, mas faltava-me a companhia, até que este ano decidi que iria mesmo fazer a travessia, nem que fosse sózinho.
Passou-se o 1º. ano, o segundo e apesar de alguns convites, a ideia mantinha-se viva, mas faltava-me a companhia, até que este ano decidi que iria mesmo fazer a travessia, nem que fosse sózinho.
Tal não foi necessário, pois novos amigos apareceram e com eles o espírito de aventura e vontade de comigo partilhar estas "maluqueiras", pois 0s meus 30 anos já lá vão à quase outros tantos, mas o espírito, esse sim, mantêm ainda alguma juventude.
Fiz o convite ao Carlos Sales e ao Silvério, que logo se intusiasmaram com o projecto. Juntaram-se ainda o meu irmão Luís Cabaço e o João Valente para esta aventura, que não é mais do que isso mesmo, uma aventura.
Inicialmente tinha estabelecido apenas um grupo de três, por uma questão de logística, em todos os aspectos, pois a experiência diz-me que quantos mais, mais problemas, mais divergências e mais dificuldade em gerir tempos e andamentos.
Criou-se um grupo de 5 e logo à partida, alguma dificuldade em disponibilizar transporte para toda a malta, pois é claro que duas ou três viaturas, com outros tantos motoristas para nos irem levar ao local de partida e irem-nos buscar ao local de chegada, não é fácil de conciliar em todas as etapas.
Desta vez, foi o Silvério que fez uso dos seus conhecimentos e amizades e pediu emprestada uma viatura de seis lugares que nos transportou, assim como as nossas bikes.
O Micaelo foi desta vez o nosso motorista, a quem agradeço a sua disponibilidade, sabendo à partida que iria apanhar uma "seca". Desculpa lá Mike, pode ser que para a próxima vás a pedalar!!!
Partimos de Castelo Branco pelas 08h em direcção a Castelo Novo, onde após descarregar as bikes e restante material nos juntámos para a foto da praxe e aí vão eles cheios de adrenalina e vontade de galgar serras e cabeços em direcção â bonita Aldeia de Piódão.
Depois de passar a zona dos pomares de Castelo Novo, apanhámos o estradão que nos levou a S. Vicente da Beira, com passagem no Louriçal do Campo.
Alí parámos para uma adenda ao pequeno almoço, à laia de reforço, pois até então tudo ía ainda muito cauteloso.
Passámos os Pereiros e chegámos à Partida sem grandes dificuldades.
Mas que partida nos pregou a Partida, pois foi a partir dali que o pessoal ficou todo partido com uma rampa contínua de cerca de 5 kms até às eólicas.
A malta torcia-se retorcia-se nesta dura conquista do primeiro parque eólico, mas atingímos a glória e depois foi o êxtase com as fabulosas paisagens que dalí se desfrutavam num ângulo de 360 graus. Simplesmente fabuloso.
Dalí pedalámos quase sempre na companhia das enormes eólicas, transpondo as Serras do Candal e da Maunça, onde começámos a descer para o Alqueidão e Dornelas do Zêzere, ode chegámos após atravessarmos o Rio.
Alí resolvemos almoçar, pois já passava das 13h e após mais uma dura rampa, lá chegámos ao Restaurante "Os Amigos", onde assentámos arraial.
A ementa não era muito vasta e optámos por mandar vir duas doses de carne assada com batata frita, arroz e salada, esquecendo-nos momentâneamente do que ainda nos esperava.
A dureza do percurso até alí fazia antever o que ainda nos esperava, mas nem isso nos demoveu de beber umas bjecas frequinhas e umas mousses de chocolate, que tão bem nos aconchegaram o corpinho.
Depois do farto almoço, começou uma das grandes durezas do percurso, uma subida de mais de 10 kms que foi um autêntico teste a resistência e espírito de sacrifíco da rapaziada e devo dizer que fiquei impressionado com a força de vontade e a capacidade de sofrimento da malta que superaram todas as dificuldades como verdadeiros betêtistas, onde não estava em causa as classificações, nem o bonito dorsal para a colecção, mas sim a superação pessoal, sempre compensada com as soberbas e brutais paisagens com que fomos priveligiados.
E como há bem pouco tempo disse um amigo meu num post no seu blog . . ." já vi os corvos pelas costas." eh eh eh!!!
Já quase sempre a descer chegámos à Aldeia de Meâs, onde pretendíamos parar para beber algo, mas a tasca ficava lá tão alta, que decidímos não subir mais.
Continuámos em direcção à Covanca, onde também não parámos, pois era apenas um lugarejo, bem bonito pos sinal.
Seguiu-se a Fornea, onde ao perguntarmos a uma habitante se por alí havia uma tasca ou café, nos apontou lá para o alto da aldeia, quebrando-nos logo a vontade de ali nos deslocarmos.
Porém pedimos água à simpática senhora que de pronto nos deu água e indicando-nos uma pequena bica num canto da sua residência que brotava água duma nascente.
Depois de saciados seguimos em direcção a última aldeia e aquela que era o nosso objectivo, mas para lá chegar . . . ai Jesus. . .tantas e longas subidas!!!
Lá fomos galgando lentamente, arfando e sofrendo até chegarmos finalmente ao último "caramoço", aquele que nos sedparava da bonita Aldeia de Piódão que tanta canseira nos deu para a conseguirmos alcançar.
Mas para compensar, alguns kms em adrenalínica descida, fizeram-nos delirar e todas as dores e cansaço desapareceram como que por magia, ao darmos de caras com aquele aglomerado de casas xistosas, acantonadas lá bem no vale profundo, onde depressa chegámos.
Logo de caras, aquela bonita igreja, toda branquinha e debruada a azul, foi um regalo para os olhos.
O Mike, lá estava ele como prometera, esperando-nos e deseperando, que estas alminhas chegassem, pois a noite já vinha a caminho.
Houve ainda tempo para tragar uma bela chouriça assada e bebericar umas bjecas, provar e comprar uns licores, de tudo e mais alguma coisa, menos o de "merda" que esse é originário lá das bandas de Cantanhede.
Até licor afrodisíaco havia. . . e esta, heim!!!
Depois de acomodarmos as bikes e aliviar o corpinho do material de apoio, seguimos viagem guiados pelo nosso excepcional motorista e só não passámos pelas "brasas" porque a "gralha" do Silvério tinha certamente metido pilhas novas e não se calou um bocadinho. eh eh eh!!!
Foi talvez a etapa mais dura de toda a travessia e que me deu um prazer tremendo concluí-la, sobretudo porque consegui ultrapassar a minha própria expectativa.
Venha a próxima, que no próximo domingo, dia 7, ligará Piódão a Linhares da Beira, numa extensão de 80 kms.
Quero agradecer aos meus amigos que me acompanharam nesta dura aventura, a disponiblidade e o espirito de camaradagem que evidenciaram, provando mais uma vez que a amizade e companheirismo, não é um "desporto" de esplanada, mas um sentimento que nos une, sem que tenhamos que dar nada em troca.

Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos
AC
Fotos
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Comentários
Fico é com pena de não poder fazer a próxima etapa devido a compromissos profissionais a voces todos boa sorte e espero fazer mais algumas etapas consigo e com mais alguns amigos
CARLOS SALES