Avançar para o conteúdo principal

"GR22 > Piodão - Linhares da Beira"

No passado domingo, agora privados de dois excelentes companheiros, o Luís Cabaço e o Carlos Sales, que desta vez não nos puderam acompanhar, demos continuidade à saga que nos propusemos concretizar . . . A Grande Rota das Aldeias Históricas, concluindo a segunda etapa entre a Xistosa Aldeia de Piodão e a Muralhada e Medieval Aldeia de Linhares da Beira.
Para chegarmos a Piodão, valeu-nos a minha esposa, que acompanhada da minha filha Daniela nos foi levar ao ponto de partida . . . Piodão.
Já para o regresso, contámos com o voluntariado do nosso amigo Fidalgo, que nos foi buscar a Linhares da Beira e nos trouxe de regresso a casa.
Partimos de Piodão já depois das 09h e logo para abrir o apetite uma subida que nos levou ao estradão que contorna a serra fronteiriça a Piodão e que nos proporcionou imagens de rara beleza.

Depois acabou-se o tempo para apreciar com tanta acalmia as fenomenais paisagens e segui-se um trio de descidas bem inclinadas em que toda a atenção era pouca, pois além da elevada inclinação eram também algo técnicas e que nos conduziram até Vide, junto à ponte das três entradas.

Aí começou a primeira birra do dia, pois o Silvério ao passar por uma roulote que assava frangos, já não se calou em todo o dia, pois queria frango para o almoço, depois já era "pito", mas para azar dele e nosso, foi a única povoação que passámos em todo o trajecto.

Depois de Vide, andámos alí um pouco à "nora" para encontrar o caminho certo, bastante dissimulado e que constava num bonito single numa calçadinha que tivemos que galgar a "penantes" por ser bastante escorregadia derivado à chuva que caíra.
No alto, uma pequena paragem para tragar algo calórico e continuámos por bonitos trilhos até que esbarrámos num caminho sem saída, num lugarejo chamado "Marroquinha", creio que é esse o nome!!!

Lá voltámos a dar com o trilho, em muito mau estado e cheio de regos das águas pluviais e em acentuada inclinação, pelo que relembrando o amigo João Afonso e como ele costuma dizer, lá tivemos que efectuar a subida em "Pétêtê".
Sempre em subida, agora já a pedalar, lá fomos galgando quilómetros sempre absorvidos por imensas e brutais paisagens que ao longo do dia foram variando, cada vez para melhor, consoante nos íamos aproximando do nosso objectivo.

Num trilho algo longo e técnico, onde até deu para algumas sessões de depilação natural, à base de "carqueija", chegámos ao cruzamento da estrada que vem de Vide para a Torre e por ela continuámos numa longuíssima subida, quase sempre com rampas na ordem dos 14% até chegarmos ao cruzamento da estrada que vem da Torre para Seia, descendo então para a Lagoa Comprida, onde efectuámos uma ligeira paragem para apreciar aquele belo recanto e em busca de algum "tasco" para comer algo mais sólido. Mas alí só vendiam casaquinhos de lâ e pele e bugigangas.
Descemos mais um pouco em asfalto e logo virámos à direita para entrarmos num bonito estradão que rodeava grande parte da Lagoa Comprida e assim chegámos à também bonita Barragem do Vale do Rossim, já nas Penhas Douradas.

Nesta altura do ano está ainda tudo fechado e por alí não se vía vivalma pelo que continuámos a nossa aventura sempre em bonitos trilhos e explêndidas paisagem sempre a perder de vista, até e após passarmos a barragem da Lagoacha, creio que é esse o nome, seguiu-se um single track "suí generis", onde em determinada altura, simplemente desapareceu, pelo que com a bike às costas lá tivemos que galgar por cima do denso mato, até atingirmos o outro lado.

É bastante triste que num País que tanto apela ao turismo, não proceda à manutenção destes belos trilhos que pertencem a uma GR e com o renome desta, que percorre as Aldeias Históricas.
Então marcações, é simplesmente para esquecer. Quem algum dia a pretender fazer, fica desde já o aviso que, sem a ajuda preciosa do gps, dificilmente a conseguirá concluir.

Continuando a nossa aventura, pedalando agora en suave subida, chegámos ao topo num trilho fabuloso, apesar de em determinada altura a nossa visão se resumira a uma área cercana aos trinta metros, derivado ao nevoeiro, e onde cheguei a ter frio.

Mas tal foi compensado, quando entrámos em zona já abandonada pelo nevoeiro e ficámos abismados com o que dalí se podia ver. Paisagens imensas e bastante floridas, onde quase todos os tons da natureza se juntavam, quase que para nos alegrar nesta nossa aventura. Lindo!!! O melhor que o btt tem para nos mostrar. Um binómio espectacular e que deixa marcas na nossa memória.

Lá ao fundo, a bonita Aldeia do Folgosinho, com o seu castelo cravado na rocha, quase que nos enganava, pois até chegámos a pensar que já se tratava de Linhares. Puro engano!!!
Mas dalí até ao final apenas faltavam 16 kms e logo no início duma adrenalínica e algo perigosa descida, encontrámos uma placa que dizia "Malhão". E foi "malhar" por alí abaixo com o coração acelerado da emoção.

Lá muito mais abaixo, num cruzamento, outra placa misteriosa e que desta vez indicava o caminho, dizendo "Sepultura"!!! Eh lá, agora é preciso ter cuidado . . . apesar de não ser supersticioso, estas tretas mexem sempre comigo.
Agora em trilhos mais suaves e após ligeira subida voltámos a descer, agora para as minas de Linhares e sempre com a pala do capacete virada para baixo, chegámos à base do monte onde foi construída a aldeia.

Num estreito trilho dissimulado à nossa direita, pedalámos em direcção à glória, num single track espectacular e para que a dificuldade fosse um pouco acrescida, uma chuvada fez-nos esquecer algum cansaço que já nos acompanhava há algum tempo, galgando pedras entre seculares castanheiros, cuja rama e "ouriços" atapetavam o chão em tons acastanhados, como se de um tapete se tratasse, em homenagem à nossa chegada àquela medieval aldeia.

A entrada em bonitas e estreitas ruelas, encheram-me de alegria e quando cheguei defronte daquele imponente castelo fiquei abismado com tanta beleza. Pena foi a chuva que caía com alguma intensidade e que me coibiu de dar uma volta pela aldeia, pois apenas tinha a roupa que vestia.
Logo defronte ao Castelo havia um pequeno café pertencente à colectividade local e foi mesmo aí que assentámos arraial.
Quando pedímos algo para petiscar a senhora disse-nos que alí não faziam petiscos, apesar de um grupo de amigos alí estar na petisqueira, mas que era particular.

Mas ao ver-nos assim molhados e presumindo que esfomeados, prevaleceu a hospitalidade beirã e a sua sâ forma de receber e então lá nos arranjou uma bela chouriça assada, que foi desencantar não sei onde, uma "tapa" de queijo e presunto e o marido foi não sei onde desencantar uns pãezinhos que eram uma delícia.

Acompanhado com umas bjecas, lá tragámos aquele belo petisco, agora já na companhia do Fidalgo que entretanto tinha chegado. Depois da foto de grupo, carregámos as bikes e ala que lá vão eles em direcção a casa, que esta aventura já estava terminada.
A próxima será no dia 28 de Junho e ligará Linhares da Beira a Marialva, numa extenção de
cerca de 70 kms.
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos
AC
Galeria Fotográfica
Piodão-Linhares

Comentários

vitinbtt disse…
Hola:
Soy Español de Logroño y el año pasado realizamos la
GR 22 GRANDE ROTA DAS ÀLDEIAS HISTÓRICAS
Tengo que deciros que nos maravillo la ruta, Portugal y los Portugeses, podeis ver un resumen en:
http://grandesaventurasenbtt.blogspot.com/

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Rota do Volfrâmio <> Antevisão"

A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio". É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!! Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo. Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pe

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel