Pelo 4º. ano consecutivo, faço a minha peregrinação anual em btt, a Fátima.
Acompanharam-me este ano, 10 amigos, também eles "amantes" de longas jornadas de aventura, companheiros, descontraidos, reinadios e com o verdadeiro espírito de entreajuda, que transformaram estes dois dias de btt, em dois dias de verdadeiro prazer de pedalar, com rumo ao Santuário de Fátima, que alcançámos ao fim de 2 dias, 178 kms e muitas, mas mesmo muitas peripécias, umas bastante engraçadas, outras, nem tanto, como as inúmeras avarias, ao longo destes dois dias.
Todas elas resolvidas, com o espírito de ajuda e camaradagem que regia este grupo, de forma simples e natural.
Apenas não foi possível resolver o problema na bike do João Afonso, que rebentou o amortecedor.
De facto, este ano, o percurso era um pouco mais para a malta que gosta de praticar btt e, não tanto, para aqueles que gostam de andar de bicicleta de montanha.
Percurso um pouco duro, não pela altimetria, mas pelo tipo de terreno, em especial nalgumas secções. Mas sei que a malta adorou. Eu também. E mais do que uma vez!!!
No primeiro dia, saímos de Castelo Branco e encostámos ao IP2 e A23, até Távila, subindo depois á Portela da Milhariça, onde entrámos na velha estrada para a Foz do Cobrão que logo deixámos, para tomar o estradão para o Parque Eólico do Perdigão.
Antes, parámos na Aldeia dos Amarelos, para o pequeno almoço, com uma travessa de panikes de chocolate a distribuir pela malta.
Descemos depois à povoação e seguimos por um trilho paralelo à estrada, pelas faldas da serra, até à Ladeira, descendo até ao Rio Ocreza, para passar a ponte e tornar a subir, de novo por trilho, ao Vale da Mua, onde o Jorge do café Noite e Dia já nos esperava com um par de travessas de barbo frito com molho vinagrete, que pôs a malta de novo "em alta"!!!
Seguiram-se mais uma quantas travessas do "dito", umas bjecas, colas e outros derivados, para os mais cautelosos e uma jarrinha de "roxo" para o Silvério, que não descura de forma alguma, uma boa hidratação.
Passámos o Peral e adentrámo-nos pelos Vales da Reganhada e da Roda, até à Ribeira da Pracana, que cruzámos pela segunda vez, na Azenha do Caratão, continuando sempre em constante sobe e desce até à grande dificuldade do dia, a travessia da Serra da Galega.
Cruzada a serra, descemos ao vale e encostámos à Ribeira do Carvoeiro que nos conduziu por bonitos trilhos até à Capela, onde entrámos no estradão que nos levou à Gargantada.
Passada a ponte, virámos para o Monte Fundeiro e subimos à serração, para de novo cruzarmos a estrada e entrarmos no lugar de Robalo, onde mora o meu "velhote", que nos surpreendeu com um lanchinho e um tintinho à descrição, em local próprio . . . a singela adega, pois claro!!! Já de novo aconchegados e reeidratados, continuámos as nossas pedaladas, agora com passagem por Martinzes, Juntos e Perogonçalves, até à Amendoa.
Daqui a Vila de Rei já não houve grande dificuldade, com excepção duma subida técnica depois da Quinta das Laranjeiras, para manter a rapaziada concentrada.
Depois da passagem pelo Vale do Gil, Vila de Rei estava ao alcance do nosso olhar e depressa a alcançámos.
O calor tinha feito alguma mossa e a maioria da rapaziada optou por se refrescar com umas bjecas, na esplanada do hotel "Albergaria D. Dinis", onde ficámos alojados.
Passado algum tempo, fomos arrumar as bikes e fomos para os quartos para o banhinho retemperador, que o jantar já nos esperava.
Numa bonita sala de jantar, sentámo-nos numa grande mesa circular, onde comemos, bebemos e nos divertimos com algumas peripécias, principalmente umas quantas histórias do Zé Luís, contadas com a sua forma peculiar.
Durante o percurso, houve alguns percalços, como furos, pneus maltratados, pedaleiros partidos e o rebentamento do amortecedor da Canyon do João Afonso, já a 3 kms do final, que deixou a malta um pouco triste, pois ditou o afastamento do João, que teve que chamar a "assistência" e regressar a casa.
No segundo dia, levantámo-nos pelas 07H, para tomar o pequeno almoço apartir das 07h30.
Um bom pequeno almoço, que nos preparou para o que se seguia.
Fomos buscar e preparar as bikes e atestar os camelbags na fonte junto à praça de táxis.
Saímos de Vila de Rei pelas 09h10 e fomos acordar o corpinho e abanar o esqueleto, numa calçada romana, para que ninguém fosse ainda a dormir.
De seguida entrámos nos trilhos das Cascatas do Escalvadouro, mas não fomos às cascatas, pois é um trilho de volta a trás.
Por uma adrenalínica descida, chegámos a Estevais, onde atravessámos a estrada para Porto Mau e, pelos Lameiros e Azenha do Zevão, chegámos ao Braçal, onde entrámos em asfalto até à Ponte sobre a Bacia do Rio Zêzere, por não haver alternativa.
Passámos a ponte e entrámos no estradão da Pombeira, virando logo à esquerda pelo estradão que sobe paralelo à estrada, até à Fonte do Fojo, onde entrámos de novo em asfalto até ao Chão da Serra.
Aqui, encostámos à Ribeira de S. Silvestre, que foi nossa companhia até à Azenha Nova.
Sempre cruzando aldeolas e povoados, por vales e cabeços, passámos Carvalhais, Casal da Bica, Camareira Pequena, Cova do Cabouco, Pelinos e Aboboreira de Cima, até à Azenha das Chocapalhas, onde passámos a Ribeira da Lousã.
Entrámos de novo em asfalto, em Valdonas e, assim foi até Tomar, parando um pouco antes, num restaurante, nas Avessadas, para "trincarmos" umas bifanas e bebermos umas bjecas.
Em Tomar, subimos ao Convento de Cristo, que visitámos pelo exterior, e saímos depois pelo Casal dos Peixinhos, continuando depois pela Murteira, Madalena, Paço da Comenda e Bezelgas, de Cima e de Baixo, onde rumámos ao Casal da Pena, passando pelo planalto, onde se encontram os seus conhecidos moinhos.
A partir daqui, entrámos no Parque Natural da Serra D'Aire e Candeeiros, onde a diversão foi total e a pedra foi rainha.
Trilhos bastante pedregosos, técnicos quanto baste e singles onde ninguém fica indiferente, preencheram a passagem pelo Parque Natural.
A chegada a Fátima, foi como nos anos anteriores, no Parque Nº. 2, onde os familiares nos esperavam.
Depois do banhinho, esticámos a toalha, espalhámos as merendas e confraternizámos, os com mais tempo disponível, os outros foram regressando conforme os compromissos.
Entretanto, o amigo João Afonso, que no dia anterior nos teve que abandonar, por avaria na sua btt, resolveu fazer-nos uma surpresa e foi até Fátima, ao nosso encontro, com a asfáltica. Grande João. Esse espírito, não é para todos!!! Apreciámos a tua companhia no final da nossa peregrinação.
Não posso deixar de agradecer aos amigos que me acompanharam nesta minha obstinação anual, nomeadamente, o meu irmão Luís, o Silvério, o Nuno Eusébio, o Luís Lourenço, o Sérgio, o João Afonso, o José Luís, o Carlos Pio, o Vasco e o Jorge.
Um abraço a todos.
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos
. . . ou fora deles.
AC
Clip de Filme do 2º. Dia
Comentários
Quem foi, ou costuma ir, é testemunha de trilhos fabulosos, exclusivos, envolventes, panorâmicos, técnicos, com componentes culturais, desportivas e principalmente socialmente é um convivío muito, muito bom!!!!
Este ano um pouco mais a solicitar os casquilhos que por esta não esperavam, mas também não era tão bom se soubessem para o que iam.
Mais uma de muitas, que o maior destas coisas costuma liderar.
Julgo que quem anda nisto já alguns anos, é mais exigente e não é qualquer aventura que surpreende, o que com trabalho e muito espírito o amigo Cabaço o vai conseguindo com distinção!!
Julgo ainda que muita alguma malta amiga que anda retirada/desmotivada por ter caído em rotinas e que neste desporto tão facilmente são quebradas, talvez também a essa malta estas aventuras fariam bem!! Julgo que também alguns se preocupam mais em escolher as companhias das voltas do que em curtir a coisa…, enfim cada um é que sabe com se chateia, eu feliz/ou infelizmente tenho outras para me chatear, e no btt é sempre para me divertir, e claro desde que me deixem participar ou acompanhar.
E certamente para o ano pelo menos tão bom é de certeza,
Um abraço a todos os participantes na aventura.
A minha Avaliação: EXCELENTE
Obrigado a todos os que a tornaram possível.
Ementa completa de trilhos para todos os gostos, com uma variedade bastante vasta e grau de dificuldade (o tempero) “qb”.
Parabéns ao grupo de companheiros, que concentradíssimos, tiveram um desempenho extraordinário, capaz de VENCER todas as adversidades. Que adversidades? Apenas umas “mãos cheias” de avarias, mas, privilegiando sempre a integridade física! Há dias assim, mas com equipas destas regendo-se pela politica certa, 4P’s, tudo se transforma em facilidades. Digamos que foi uma espécie de provação. Um exemplo mais do que evidente foi o do amigo João Afonso que, obrigado no fim do primeiro dia a ir dormir a casa (há pessoas capazes de tudo para dormirem bem acompanhados, eheheh), não se resignou e no dia seguinte voltou com a fininha ao nosso encontro. Acabou por criar algumas emoções extras à chegada, pelo menos em mim. Boa João, é essa a atitude certa para encarar a nossa vida cheia de situações difíceis e de sofrimento. Só confirmou que há sempre caminhos alternativos. Também tenho de deixar aqui uma palavra especial para o “sangue novo injectado” nesta peregrinação. O Jorge e o Vasco contribuíram decisivamente para renovar a vitalidade dos restantes “jovens” do grupo.
No final, quando acaba, o melhor prémio para todos, é ouvir de cada um dos participantes: O mais difícil vai ser esperar um ano até à próxima.
Não há nervos, até lá há umas voltinhas domingueiras, uns “raidezitos”, etc…
Um GRANDE ABARÇO para TODOS.
Silvério
Arriscava-me a colocar o teu nome como fundador Beirão deste tipo de concentrações, em prol de quê?!
Quanto a mim carolice e amizade. Bates as palmas, aparecem os que querem e podem e pronto o resto com prazer "dás-lhes a mão" e vamos lá...
Um dia destes vou fazer um post no meu cantinho com os aventureiros pioneiros das voltas de BTT/Ciclismo que eu me lembro claro.
Parabéns sempre sem travões...
Pinto Infante
Ainda não foi este ano que alinhei, mas tenho esperança de ir um dia, quem sabe na 5ª peregrinação, assim haja "permissão laboral-folgoral-celestial" para o poder fazer.
O meu "abraço de compreensão" para o João, que apesar do azar, mostrou que há muitas maneiras de lá chegar e rapidamente "atalhou" caminho! Eheheheh
Foi um trajecto, em que foi exigida, perícia, persistência e acima de tudo, vontade! É por estas e por outras que continuo no Btt. Obrigado companheiros! Obrigado AC!
Até 2012! Abraço!