A convite do amigo João Valério do Grupo Zona55 Biketeam fui este fim de semana participar no passeio denominado "Rota dos Castelos".
O evento ocupava o fim de semana com duas etapas. Uma que ligaria o Gavião a Constância e outra, num percurso circular, com partida e chegada naquela vila.
Saí de casa no Sábado pelas 06h30 e rumei a Constância, o local de concentração para este bonito passeio.
Logo à chegada encontrei o João Valério na azáfama do secretariado e preparação do pequeno almoço para os participantes.
levantei o meu dorsal, arrumei a viatura num parque próximo e fui calmamente tomar o pequeno almoço.
Entretanto chegou a equipa da Revista Freebike, composta pelo Gonçalo Freitas e Bruno Pires, a quem me juntei para este fantástico fim de semana de btt.
O tempo foi passando e chegou a hora de carregar as bikes num camião TIR que bem acondicionadas, as transportou até ao Gavião, o local de partida para este primeiro dia.
Já na posse das nossas bike, foi dada a partida, com um pequeno interregno para um cafezinho gentilmente oferecido pelo Clube de Btt Gavionense.
Eu, o Gonçalo e o Bruno, resolvemos tomar café mais á frente e seguimos o percurso, com passagem por Cadafaz e depois de pedalarmos por uns trilhos bem catitas, descemos à ponte sobre o Rio Tejo, entrando no trilho do PR4, que nos levou até Belver.
Com uma bonita panorâmica sobre o Rio Tejo, Belver "é uma vila acastelada, debruçada sobre o Tejo, terra de olivais e vinhas em socalco. Plantada em solo beirão, mas "namorando" o Alentejo a que está ligada por uma ponte rodoviária sobre o rio, construída em 1905." (in Belver.org)
Ali tomámos o cafezinho matinal e seguimos para a Torre Fundeira, descendo ao paredão da barragem por um fantástico single track que nos deixou a transpirar adrenalina.
Passámos para a outra margem pelo paredão, fomos até à Casa Branca e pouco depois, passámos por Alvega, onde entrámos no bonito trilho da Rota da Água, com passagem junto à Estação Termoelétrica do Pego e final no Rossio ao Sul do Tejo.
Já com o estômago aconchegado e com as forças retemperadas, passámos para a outra margem, atravessando a ponte para Abrantes.
"Abrantes foi de suma importância militar, sobretudo na época da Reconquista e durante as Invasões Francesas, como ainda hoje nos conta o seu Castelo.
A sua localização fez igualmente com que Abrantes fosse um importante porto fluvial estratégico no comércio tradicional, com destino a Lisboa, até aos anos 70."(in Guia da Cidade)
A sua localização fez igualmente com que Abrantes fosse um importante porto fluvial estratégico no comércio tradicional, com destino a Lisboa, até aos anos 70."(in Guia da Cidade)
Subimos ao castelo e fizemos uma passagem pelo Parque de S. Lourenço, com uma breve paragem para o cafezinho e descemos à Abrançalha de Baixo.
Sempre em andamento descontraído e em amena cavaqueira aproximámo-nos um pouco mais do rio, à passagem por Rio de Moinhos, fazendo depois um desvio até à A23, para entrarmos finalmente em Constância após 75 kms de bonitos e divertidos trilhos.
Como a dormida era em chão duro no Pavilhão dos Bombeiros Voluntários, deixámos logo os sacos cama prontos para nos acolherem mais tarde e fomos dar um passeio pela zona perto do rio enquanto não chegava a hora do jantar, no Restaurante Trinca Fortes, que naquele dia apenas funcionava para a malta da Rota dos Castelos.
Bebericámos um par de minis num café situado numa das bonitas praças da vila e fomos até ao restaurante, onde jantámos calmamente e em ambiente festivo.
Regressámos depois ao quartel dos bombeiros para uma noite mal dormida, pois outra coisa não se podia esperar. Durante toda a noite, aquilo mais parecia o "festival dos roncadores", ou se lhe quiserem chamar . . . tocadores de narina com acompanhamento bocal!!!
O segundo dia amanheceu algo cinzento e um pouco frio, pois no dia anterior tinha caído um pequeno aguaceiro depois da hora de jantar, mas depressa se dissipou.
Preparámos as bikes quando já algumas equipas se punham a caminho.
Ao darmos as primeiras pedaladas, a bike do Bruno começou a negar-se. Um dos rolamentos do eixo pedaleiro começou a desapertar-se criando pressão no crank, pelo que era impossível continuar assim.
Já com toda a malta nos trilhos, nós ainda esperávamos que a carrinha da assistência nos viesse auxiliar com uma ferramenta que desse para apertar o rolamento.
O problema foi resolvido com um bom aperto com uma chave de grifos. Iniciámos finalmente a segunda etapa.
Uma boa e técnica subida, levou-nos até ao Falagueiro, onde o João Valério também estava a braços com uma avaria no travão de trás da sua bike.
Resolvido temporariamente o problema, seguimos todos juntos durante alguns kms e parámos na Linhaceira para o cafezinho da manhã.
Ainda com as duas equipas juntas, continuámos por Macieiros, Portela e depois de passar por uma represa sobre o Rio Nabão, subimos um pouco, para entrar numa bonita e adrenalínica trialeira que, acompanhando o Rio Nabão, nos levou até à sua foz.
Ladeámos o Rio Zêzere até ao paredão da barragem do Castelo do Bode e parámos lá no alto, sobre o mesmo paredão, para apreciar a bonita panorâmica daquela enorme bacia hidrográfica.
A partir daqui a malta foi-se separando e encontrando amiudadas vezes, assim como com outras equipas que seguiam descontraidamente, tal como nós.
Passámos Torre de Baixo e Fortes, antes de uma breve paragem para apreciar a bela ponte romana de Chocapalhas, bem perto da barragem do Carril, onde também fizemos uma pequena paragem.
Seguiu-se as casas do Além, Calçadas e Quinta da Lagoa, para entrarmos num dos belos trilhos do dia, o fantástico single track do Rio Nabão, que nos levou até à templária cidade do Tomar, onde entramos pelo bonito jardim da cidade.
"A Cidade de Tomar é a casa de alguns dos locais históricos mais significativos de Portugal. O Convento de Cristo era a sede medieval dos carismáticos Cavaleiros Templários e, consequentemente, da Ordem de Cristo. O Infante D. Henrique planeou aqui, no século XV, a maioria das suas explorações ao Novo Mundo. Em 1983, Tomar foi justificadamente designada como Património Mundial da UNESCO, pela sua importância na história portuguesa e na cultura cristã." (in PT Tomar Portugal)
Almoçámos num modesto restaurante e subimos ao Convento de Cristo que apreciámos em andamento, seguindo para o majestoso aqueduto de Pegões.
Almoçámos num modesto restaurante e subimos ao Convento de Cristo que apreciámos em andamento, seguindo para o majestoso aqueduto de Pegões.
Depois de algum asfalto, fizemos um desvio para os trilhos, para passarmos por Porto Mendo e Beselga, subindo aos Moinhos da Pena onde se pode apreciar uma fenomenal panorâmica sobre os vales, pejados de povoações e longas serranias.
Aqui entrámos num dos locais onde me "babo" a pedalar, a brutal Serra de Aires e Candeeiros e os seus trepidantes trilhos calcários.
Foi apenas um pequeno lamiré, mas deu para recordar outras grandes aventuras que ali fiz na companhia de alguns amigos.
Descemos ao Pafarrão e seguimos para Torres Novas, em busca do quarto, dos cinco castelos que compunham o evento.
"Torres Novas é uma bonita cidade Portuguesa do Distrito de Santarém, sede de concelho, situada bem na região Centro do País, é atravessada pelo agradável Rio Almonda, e emoldurada pelo fantástico Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros". "(in guia da cidade)
Ladeamos uma das muralhas do castelo e cruzámos o bonito jardim central, tomando o rumo à Meia Via, porta de entrada no Entroncamento a cidade ferroviária.
Ladeamos uma das muralhas do castelo e cruzámos o bonito jardim central, tomando o rumo à Meia Via, porta de entrada no Entroncamento a cidade ferroviária.
Saímos da cidade pela zona do parque desportivo e passámos pela Atalaia, Moita do Norte e Vila Nova da Barquinha, onde delirámos com os bonitos trilhos à beira rio até Tancos, com destaque para o ondulante trilho da lampreia.
Em Tancos, fizemos a passagem junto ao último castelo do dia, o de Almourol e para mim, o mais bonito pela imagem criada ao cair do dia. Espetacular aquele por do sol sobre o rio.
"Prédio Militar nº.6. Nem mais, nem menos. Por muito estranho que possa parecer, é esta a denominação toponímica e cartográfica do Castelo de Almourol, conquistado por D. Afonso Henriques aos mouros e com histórias mil para contar. A explicação é simples. Afinal de contas, trata-se de uma propriedade do Exército português, inevitavelmente incluída nos roteiros turísticos nacionais e de além - fronteiras." (in Rotas e Destinos)
A partir daqui, continuámos quase sempre por single track até à Praia do Ribatejo, onde a prudência do Gonçalo se impôs ao ligar o farol que trazia acoplado na sua bike e que nos alumiou praticamente o caminho final até Constância, após 101 kms, num percurso circular, que começara logo pela manhã naquela vila onde então tínhamos chegado.
"Prédio Militar nº.6. Nem mais, nem menos. Por muito estranho que possa parecer, é esta a denominação toponímica e cartográfica do Castelo de Almourol, conquistado por D. Afonso Henriques aos mouros e com histórias mil para contar. A explicação é simples. Afinal de contas, trata-se de uma propriedade do Exército português, inevitavelmente incluída nos roteiros turísticos nacionais e de além - fronteiras." (in Rotas e Destinos)
A partir daqui, continuámos quase sempre por single track até à Praia do Ribatejo, onde a prudência do Gonçalo se impôs ao ligar o farol que trazia acoplado na sua bike e que nos alumiou praticamente o caminho final até Constância, após 101 kms, num percurso circular, que começara logo pela manhã naquela vila onde então tínhamos chegado.
Expresso aqui os meus agradecimentos ao Gonçalo e ao Bruno da Freebike, por me aceitarem na sua equipa e sobretudo, pela excelente e animada companhia ao longo destes dois dias de aventura que culminou com 176 kms pedalados por belos vales e cabeços, com fantásticos trilhos e fabulosos single tracks.
Também um agradecimento especial ao João Valério em representação do staff do Grupo Zona 55 Biketeam pela organização deste passeio.
Quanto à minha opinião . . . para o próximo ano não se livram de mim, vão ter que me gramar outra vez!!!
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles
AC
Comentários
Parabéns por mais um passeio de BTT de grande nível no teu portefólio e pela reportagem que, mais uma vez, me permite satisfazer o "bichinho", como acredito que acontece com todos os apaixonados por esta modalidade e visitantes deste blog. Relevo também a divulgação de bonitos lugares do nosso país que, a não ser assim, não sairiam do anonimato para muitos de nós.
Abraço
Silvério