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"O Trilho da Mina de Ouro do Conhal"

"Só existe um êxito: a capacidade de levar a vida que se quer."
(Cristopher Morley)
Logo pela manhã, carinha lavada, pequeno almoço tomado ,cafezinho da praxe e na companhia da minha "Maria", fomos até Santana, na aldeia piscatória do Arneiro para uma manhã lúdica e reconfortante pelo Trilho da Mina de Ouro do Conhal.
Ajeitei o trilho, cortando a passagem pela cumeada até ao Miradouro da Serrinha e descida acentuada à Foz da Ribeira do Vale.
Saí da aldeia pelo caminho que lá mais à frente ladeia a Ribeira do Vale até á sua foz.
Neste local, onde a ribeira se encontra com o Rio Tejo, formou-se uma ilha a que dão o nome de Cabecinho.
Depois de seguir o caminho até à margem do rio, voltamos atrás e fomos até à ilha, passando por duas pontes suspensas, a primeira sobre a Ribeira do Vale e a segunda mais à frente, para ligar à Ilha do Cabecinho.
Esta ilha é pequenina . . .uma ilhota, por assim dizer. Nela encontramos uma casa em ruinas, alguns pinheiros e uma mesa e bancos para quem quiser descansar um pouco, ou fazer um piquenic.
Saimos da ilha "dançando" de novo pela ponte suspensa e seguimos por um fabuloso trilho, sempre à beira rio e bordado por singulares paisagens até ao Pego das Portas, passando por umas ruinas identificados como "Abrigo do Pescador".
Um local privilegiado para ver o outro lado das Portas de Rodão e a comunidade dos Grifos, considerada a maior comunidade destas aves no nosso país.
A partir do Pego das Portas o percurso segue sempre por caminho de terra batida até à aldeia.
Sensivelmente a meio do caminho, viramos à direita seguindo a placa que indica Castelejo.
É aqui que entramos verdadeiramente na zona que dá o nome ao trilho: "O Conhal do Arneiro".
"Aquando da ocupação da Peninsula Ibérica pelos Romanos, desenvolveu-se nesta area uma exploração mineira de ouro de aluvião que se prolongou até à Idade Média, passando depois a ser feita de forma menos regular até ao século passado, segundo consta.
Daqui terão saído mais de 3 toneladas de ouro na época romana. A técnica usada para extrair o ouro fazia uso da força motriz da água que vinha das serras adjacentes através de canais escavados.
As pedras maiores iam sendo retiradas manualmente e transportadas para sítios mais afastados da zona de exploração, para não atrapalharem os trabalhos.
Essa área cobre hoje entre 60 e 70 hectares, e a sua grandeza é bem visível do alto das Portas de Rodão.
São pilhas e pilhas de calhaus rolados (conhos) amontoados por entre as árvores e os arbustos que ladeiam o caminho que nos leva até ao Castelejo.
O Castelejo é uma pequena elevação no meio do Conhal, onde se consegue ter alguma percepção da magnitude do empreendimento que foi levado a cabo na zona.
Há locais onde as pilhas de conhos chegaram a atingir mais de 5 metros de altura.." (in Geoparque Naturtejo)
Um local bem interessante e que particularmente gostei. Do Castelejo, o pequeno promontório no meio do conhal, obtem-se uma panorâmica fantástica a perder de vista.
De regresso ao caminho, seguimos então para o Arneiro, onde tínhamos estacionado a viatura.
O Trilho da Mina de Ouro do Conhal é um excelente percurso para passar umas horas em contato direto com a natureza, ficar a conhecer um pouco mais da nossa riqueza paisagística e aliviar o stress do quotidiano.
Satisfeitos com o nosso passeio pedestre, seguimos para Nisa para almoçar no Restaurante Churrasqueira, onde me deliciei com umas bochechas de porco grelhadas . . .a velinha no cimo do bolo.

Fiquem bem.
Vemo-nos na estrada, ou fora dela.
Beijos, abraços e apertos de mão.
Inté

AC

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