"Prefiro perder a guerra e ganhar a paz" (Bob Marley)
Separada de Portugal por uma simples linha imaginária, vive silenciosa e bela a encantadora Serra de Gata, um dos últimos paraísos da Extremadura que emociona e surpreende quem por ali passa ou se aventura.
Eu fui um dos que fui surpreendido por esta bonita serra, por quem me apaixonei, onde já vivi muitas aventuras e de quem não consigo estar separado por muito tempo.
Das várias vezes que passei no sopé daquele Pico, (La Almenara) onde se encontra a torre, maioritariamente de bicicleta, fiquei sempre com a vontade de subir àquela atalaia.
Não havendo nenhum percurso ciclável, prometi a mim mesmo que um dia teria de lá ir acima.
Desta vez e como sempre, bem acompanhado pela minha Maria, fomos "conquistar" La Almenara, uma velha atalaia defensiva de planta pentagonal, edificada no topo de uma colina ingreme e com uma visão impressionante sobre a planície "extremeña".
Saímos de casa ainda cedo rumo a Cadalso, uma pequena povoação da Serra de Gata, situada entre a Serra de los Angeles e o Pico de La Almenara nas margens do Rio Árrago.
Deixamos o carro estacionado na sua praça principal, a "Plaza del Llano", dando pouco depois início a esta bonita e não muito fácil ascensão ao Pico de La Almenara.
Abandonamos a povoação por uma das suas bonitas "calles, subindo a "Cuesta de Santa Barbara".
Fomos sempre subindo por um estradão florestal até ao limite da povoação de Torre de Don Miguel, onde viramos à direita e nos embrenhamos numa frondosa mata de carvalhos e alguns castanheiros, por veredas e caminhos imaginários, até chegarmos a "Las Majadas de Aroche", uma herdade vedada que tivemos que contornar.
A partir daqui, demos inicio à parte mais dura da ascensão, sem caminho, apenas imaginário, com alguma orientação nalgumas poucas e dissimuladas "mariolas".
No inicio da subida encontramos um simpatico pastor com um rebanho de cabras que ia transpor o monte em direção à Torre de Don Miguel, que seguimos em parte do trajeto e nos indicou a melhor forma de conseguirmos chegar lá acima.
Já praticamente na base da Atalaia, a minha Maria já ía com alguma dificuldade e como manda o bom senso, optou por me aguardar, na sombra dum dos imensos rochedos ali existentes.
Saltando de pedra em pedra e por percurso imaginário, não muito linear, lá cheguei ao alto, sendo agraciado com uma imponente visão sobre aqueles imensos e impressionantes vales, onde se vislumbra a bonita Aldeia de Gata e o Pico Jalama, o mais alto da Serra de Gata.
Rodando mais um pouco, a Aldeia de Santibañez el Alto, o Valle del Árrago e a Aldeia de Cadalso de onde partimos.
Toda aquela panorâmica valeu bem a subida áquela velha atalaia de origem árabe.
A baixada fi-la pelos mesmos passos até ao mesmo sitio de inicio de subida, Las Majadas de Aroche.
A partir daqui, seguimos por uma vereda em direção às casas de Aroche, já quase desaparecida e envolta em grandes giestais.
Valeu-nos um pouco ter encontrado um outro pastor com as suas cabras, que quase nos guiaram até às casas.
Já libertos deste aborrecido matagal, entramos numa outra pista florestal que seguimos até aos depósitos de água de Cadalso.
Aqui fizemos uma viragem à direita e continuamos a descer por um estradão de terra e cimento até um local conhecido por "Pedro Tizón".
A partir deste local, seguimos por uma vereda que ladeava o Regato de la Gargantilla que nos levou até à Fonte Velha, onde a minha Maria já um pouco sedenta, aproveitou para se refrescar.
Aqui pudemos ainda apreciar a parte exterior do "Molino de las Pincelas", com a sua roda externa e o sistema para a mover com a água do regato.
Já à entrada da povoação, restou-nos seguir a "calle" que nos levou de novo à "Plaza del Llano" onde tínhamos a viatura estacionada.
Depois de nos aliviarmos das mochilas e outros pesos, fomos até ao bar "La Plazuela" junto ao edifício do "Ayuntamiento" onde nos deliciamos com um belo "bocadillo y panini" acompanhado dumas belas cañas y unas claras", finalizadas com uns cafezitos "solo" para relaxar.
Cansaditos, mas muitos satisfeitos com esta "conquista", porque de fato não era o que usualmente se pode considerar uma "pera doce", regressamos a casa para o duchezinho retemperador, dando ainda uma "saltada" ao belo espelho do "Embalse del Borbollon".
Foi um dia bem passado, usufruindo de un dos nossos singelos hobbys . . .a caminhada!
Fiquem bem.
Vêmo-nos na estrada, ou fora dela.
Beijos, abraços e apertos de mão.
Inté
AC
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