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"Lamiré sobre a Maratona de Castelo Branco # Parte II"

Pensamento:
"Eu não desejava a vitória, mas a luta"
"August Strindberg"

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Percurso no Google




Altimetria

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2 dias antes, éramos 12.
Hoje, à partida, 5.
Conclusão: 7 virtuais, 5 reais.
Como alguém comentou hoje durante o trajecto e que me abstenho de nomear: "Poucos mas bons".
A manhã adivinhava-se límpida e solarenga"
Pelas 08h, lá comparecemos junto à sede da ACCB, aos Buenos Aires, eu (AC), o Nuno Maia, o Filipe, o Mário Benjamim e o José Maria, hoje um pouco adoentado, o que o obrigou a um esforço mais intenso. Uma atitude pouco prudente, talvez, mas que mereceu o nosso respeito.
Agregámos o reboque à carrinha, carregámos as "biclas" e lá fomos até Monforte, nomeadamente, até às bombas de combustível na Devesa. Estacionámos a carrinha e fomos tomar um cafézinho no bar das bombas, conversámos um pouco e demos início ao que ali nos levou. A preparação da última parte do percurso da II Maratona de Castelo Branco.
Tudo pronto, rodas colocadas e apertadas e toca a pedalar em direcção à bonita igreja de Nossa Senhora da Ajuda, Padroeira de Monforte da Beira e em cujas traseiras será efectuado o 3º. abastecimento. Dalí partimos por uma longa rua de empedrado típico que dá acesso à serra por trilhos entre muros e pedra granítica e soalheiros olivais, para depois descermos por um outro trilho entre matagal composto essencialmente por estêva, giesta, carqueija e urze, onde a velocidade deve ser moderada, até ao eucaliptal que começaremos por circundar por um estradão corta fogo em subida suave e não muito longa até nos depararmos, após curva à direita , com uma descida inclinada de cerca de cem metros com nova curva à esquerda a 90 graus, que nos aconselha a chegar o "rabinho" para trás.
Entrados no eucaliptal sempre em descida suave, deixámo-lo com nova descida com graduação negativa, quanto baste, para nos encostarmos à ribeira e que nos proporcionou alguns dos melhores kms do percurso, pelo menos na parte que me toca, onde os trilhos são pouco definidos e requerem um pouco da nossa imaginação e cuja mãe natureza nos criou mais umas dificuldadezitas, com a última intempérie, daquelas que a gente até gosta, para treinarmos um pouco mais os nossos dotes técnicos, tornando assim o "albitrack" mais interessante.
Seguidamente entrámos em estradão que nos levou até até à Ponte Medieval do Rio Ponsul" com algumas passagens que requerem um pouco da nossa atenção e talvez umas meiazinhas "Sealkinz", aconselhadas nesta época do ano.
A nível paisagístico, uma surpresa agradável. Após deixarmos azinhais de montado da zona de Malpica e os eucaliptais e olivais de Monforte em cuja serra, ao olharmos para trás, deparamos com a aldeia no fundo da encosta, que parece contemplar todo o vale, desde a Deveza até para os lados do Ladoeiro.
Em frente, ao longe, a colina que parece abraçada pela cidade de Castelo Branco, antecedida pelo verdejante Vale do Ponsul, cujo rio serpenteia, qual ébrio caminhando, até encontrar a sua foz lá para os lados do Monte Fidalgo, onde despeja as suas águas, ainda não poluídas, no Tejo Internacional.
O rio, esse acompanhámo-lo durante alguns kms até à ponte medieval, onde com pena nossa o abandonámos, para nos dirigir-mos até à cidade, nosso ponto final.
Contudo, no casario, junto à ponte, outrora bastante movimentado por pescadores ,caçadores, veraneantes e mais recentemente por bttistas e motoqueiros, onde fomos beber uma "bjeca" à tasca da "Ti Amélia", última resistente daqueles tempos áureos de convívios em "grupetas" que ali se juntavam para saborearem a "Miga de Peixe" à moda da "Ti Amélia" e o respectivo "barbo" frito com azeitona do lavrado e nesta altura do ano, o "Buxo de Porco" à moda de Malpica e enchidos a condizer. Enfim, antiguidades.
Como estas iguarias, para alguns, já pertencem ao passado naquele local, atacámos então a bem adulta "sandocha de presunto" gentilmente cedida pelo "Nuno Maia" (já te deves ter arrependido, mas enfim, um terço já cá canta).
Baterias carregadas, dois dedos de conversa com a Ti Amélia e retomámos então a nossa jornada, naquele que, será certamente um dos troços mais esforçados pela subida que los leva até ao Forninho do Bispo.
E foi por aí, que a minha "MAV" deu a nega, afocinhando num charco de lama bem pegajoza e disfarçado, vulgo "lapacheiro", aventando-me pela "crina". Já em pé, com o orgulho ferido pelo "espojanço" que pior ainda, foi presenciado por alguns, cujos lábios se "escarrapacharam" em largo sorriso. GRRRRRRRR.!!!!!!, tentava deseperadamente puxá-la do seu "acame", tendo mesmo de recorrer às duas mãos e uma boa dose de força muscular. Não deve ter gostado da subida. Mas não havia necessidade, hoje nem levava "esporas".
Posto isto, devorámos os últimos kms e na Sra de Mércules derivado ao adiantado da hora, optámos por concluir em alcatrão, desagrupando na Boa Esperança, onde cada um seguiu o seu destino.
Esta última parte tem 31 kms e um acumulado positivo de 683m, que concluímos cerca das 14h.
Bom, meus amigos, tirando estes "divagandos", foi uma jornada espectacular que juntando as restantes, gostaria de partilhar convosco no dia 31 de Março.
Quem vier, vai certamente ficar com vontade de cá voltar. Uma coisa vos garanto. Não tendo o "plafond" dum "Portalegre" ou dum "Grândola 100" entre outros, nem grandes parcerias, nem abundância de subsídios, que possam colmatar tudo aquilo que gostaríamos de vos oferecer, temos sim, trilhos loucos para desfrutarem e disparar os vossos níveis de adrenalina, paisagens grandiosas para uns, apenas bonitas para outros, camaradagem para vos acompanhar, o essencial para vos garantir segurança e estabilidade durante a vossa prova/passeio e qualidade quanto baste nos abastecimentos e em todas as situações, mesmo inopinadas durante o percurso e mesmo fora dele, basta contactarem-nos e sobretudo, vão seguramente enriquecer o vosso album de amizades e eu pessoalmente, serei um forte candidato.
No fundo todos nós pertencemos à irmandade do "crank" e o BTT é o nosso elo de ligação.
Para ajudar a digerir esta "seca" aqui vão umas quantas foto do nosso percurso de hoje.
AC


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