Serra do Sicó, Cabeço dos Crutos, Parque Eólico das Degracias, Buracas e Lapiás do Casmilo, Serra de Janeanes, Monte do Germanelo, entre outros. . . nomes associados a deslumbrantes paisagens que vão ficar para sempre na minha memória.
Dia 1 de Maio, dia do trabalhador, mas para mim, também o dia do Btt, pois foi neste dia que fiz um dos melhores desafios em btt, numa plena conjugação de trilhos e paisagens, cársicas na sua grande maioria, que me encheram a alma de alegria e de longa "tortura", dando ao pedal numa das minhas fiéis "burrinhas do mato", pois tal como eu, também ela sofreu com tantos abanões e tantos kms.

Para este desafio, lançado pela malta do Bttralhos e personificado neste caso, pelo Mário Diogo, foram seleccionados os bonitos e difíceis trilhos da Serra do Sicó, com muitos kms de longos single tracks, onde a pedra foi rainha, ou não estivéssemos na Serra do Sicó, o santuário da pedra.

112 kms puros e duros, onde os nossos dotes técnicos eram constantemente solicitados, assim como a nossa capacidade em subir longas e técnicas subidas, algumas em single track, galgando socalcos de pedra, ou descendo sinuosos singles cheios de drops, secundados por estradões onde a gravilha nos punha todos os sentidos em alerta máximo.

Percurso em completa autonomia, guiado por gps, sem a infecção habitual das fitas e outros compostos, sem bolinhos, tshirts ou bugigangas no final.

Saímos do campo de Futebol, mais de uma centena de betêtistas em direcção aos maravilhosos trilhos que nos esperavam e às paisagens que nos iriam ficar na retina.

Para este desafio, juntei-me aos amigos Tiago e Bruno, ambos do Btt Oledo e com quem partilhei este belíssimo dia de Btt.

O meu obrigado a estes dois amigos pela excelente companhia e a verdade seja dita . . . dois praticantes de puro btt . . . onde o essencial é o espírito, o divertimento, o conhecimento e a partilha, em plena comunhão com a natureza.

Certamente que nos iremos encontrar por outras vezes e noutros lugares.

À saída de Vermoíl, pedalámos alguns kms em alcatrão, para logo entrarmos nos trilhos, onde um soberbo single track em subida e correspondente descida com zonas bastante técnicas, nos deram logo a indicação do que nos esperava.

Passadas as povoações de Chã de Cima, Barrocas e Vicentes, chegámos à zona das Pedreiras, para logo de novo em single track, rumarmos para a lindíssima zona do Canhão do Poio, trilhos nos quais pedalar era de enorme gozo.

Passada a Lagoa dos Poios subimos ao Cabeço dos Crutos e após passagem nos Casais de S. Jorge, seguiu-se uma nova, longa e arfante subida ao Parque Eólico das Degracias, onde a minha visão foi visivelmente afectada pelas oponentes paisagens que dali se podiam avistar num raio de 360 graus. Simplesmente maravilhoso.

Para não perder "pitada" de adrenalina, baixámos por uma inclinada e técnica descida para a "beleza ofuscante" que compõe as paisagens cársicas das Buracas e das Lapiás do Casmilo, que me deixaram de boca aberta.

Subimos seguidamente à Serra de Janeanes, cruzámos as povoações de Chanca e Ordem para pararmos no Rabaçal, onde efectuámos a maior paragem para comer algo mais sólido e repor energias para a segunda parte, que acabou por ser ainda mais exigente que a primeira.

Logo para um rápido aquecimento, rumámos ao Monte do Germanelo, onde se avistavam as ruinas do seu altaneiro Castelo e que por sorte, acabámos por ladear, pois só de pensar que teria de ir lá acima, as pernas começaram logo a tremelicar.

O percurso final levou-nos ainda por estupendos single tracks e trilhos de encantar, mas o cansaço e os kms acumulados já faziam alguma mossa, mas a visão, essa era constantemente enriquecida com maravilhosas paisagens, onde encaixavam ainda as povoações que íamos cruzando, como Tamazinhos, início da subída ao Monte da Ateanha, Figueiras Podres de S. João, Carrasqueiras e Ansião, onde efectuámos nova paragem para repor energias.

dalí seguimos algum tempo ladeando o Rio Nabão, infectado por uma grande quantidade de algas, que em zonas mais secas, mais parecia uma paisagem lunar.

Novo single track para a Giesteira de Baixo, onde andámos um pouco à "nora" com o track gps e quando o decifrámos, encontrámos também uma dura subida aos Moinhos "de lata" das Corujeiras, seguindo-se as povoações da Carrapia, Fonte Nova, Infesta, Casal da Rocha, Barrigueira, Palmeira, Andrés e Pinhete, grande parte feito em fabulosos single tracks entre intenso matagal, que me deliciaram.

A chegada a Vermoíl foi uma benção, pois o desgaste já se fazia sentir, o acumulado era muito e a dificuldade técnica de grande maioria dos trilhos era um somatório para o empeno final.
Mas cheguei deveras satisfeito por ter tido a oportunidade de ter pedalado todos estes kms, usufruído de todas as belíssimas paisagens por onde passei e sobretudo, a sorte de ter como companheiros, o Tiago e o Bruno, dois excelentes companheiros de pedaladas.
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos,
ou fora deles
AC
Album fotográfico
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"A Idade da Pedra - Vermoíl" |
Comentários
Quero dar os parabéns e agradecer a todos, organizadores e repórteres, que me proporcionaram a possibilidade de gozar, ainda que em modo "tântrico", este desafio de BTT.
Espero poder vir a "gozar", ao vivo, este desafio numa próxima oportunidade. Tudo farei para tal.
Um abraço
Silvério Correia
Foi sem dúvida um grande desafio, que nos proporcionou um dia em grande, quer paisagens, trilhos e companheirismo.
Foi a primeira vez que tive o prazer de pedalar ao lado do SrºAntónio que de facto é um verdadeiro entusiasta do BTT.
Não sei para quando, mas espero conseguir dar mais umas pedaladas a seu lado.
Já agora, espero que para o ano possamos novamente desfrutar de outro desafio, com o mesmo grupo ou quem sabe maior.
Um abraço,
Bruno Anselmo