Com vista à minha participação na "I Edição do Trip Trail Geopark Naturtejo" em que faço equipa com o amigo Nuno Eusébio, delineámos para este fim de semana uma sequência de treinos para esse fim.
Acompanhou-nos o Silvério, que ficou viciado nas voltas de endurance e para as quais tem estofo, conforme provou na sua participação no SRP160 e nas nossas voltas ocasionais, onde algumas vezes superamos a barreira dos 100 kms.
Desta vez preparei um percurso de 115 kms com um acumulado já um pouco "musculado" e trilhos que nos absorvessem os sentidos e fizessem alhearnos um pouco da dor.
Saímos da Pires Marques pelas 08h00 com saída pela Cova do Gato e Cabeço da Barreira.
Parámos na Taberna Seca para a dose matinal de cafeína e seguímos depois pela cumeada que separa o Vale da Ribeira da Líria do Vale do Rio Ocreza, apreciando as sempre espectaculares paisagens, agora enriquecidas pelas cores primaveris.
Descemos à Foz da Líria e atravessado o Ocreza, subimos à Aldeia de Calvos, onde nos embrenhámos em novos trilhos que já hà algum tempo a esta parte tinha debaixo de olho, aproveitando agora para os percorrer.
Passando pelas Teixugueiras e Lomba Chã, em trilhos já quase "descontinuados" chegámos a Santo André das Tojeiras, onde efectuámos nova paragem num café local para abastecimento sólido.
Dali rumámos ao Vale da Estrada e Monte Gordo, onde entrámos numa sequência de trilhos em direcção à bonita Baía da Couca, onde parámos e nos divertimos um pouco.
Cruzámos a Ribeira do Alvito para a outra margem e Aldeia da Cerejeira, de onde, desde então, seguimos sempre o curso desta bonita Ribeira, pelo Casal da Ribeira e Carregais até ao seu términus, onde despeja as suas águas no Rio Ocreza, já nas Portas de Almourão.
O Nuno e o Silvério que ainda por ali não tinham passado ficaram radiantes com as soberbas paisagens proporcionadas por aquelas magnânimas formações rochosas, com o rio bem lá no fundo, que nos fez parar diversas vezes para as apreciarmos com mais pormenor.
Chegados ao Sobral Fernando parámos no único café ali existente para comer algo mais sólido, acabando a merenda por ser prenchida com umas belas sandes de chouriço caseiro, com um gostinho divinal, com excepção do Silvério, que agora anda numa de latinhas de atum light.
Este companheiro está convencido que foi aquele "anfíbio" que o ajudou a subir à Gardunda pelas Donas . . . vá-se lá a perceber isto!!! eh.eh.eh
Após cruzarmos a Aldeia da Foz do Cobrão, encostámos ao Rio Ocreza, ladeando-o sempre, quase até à Ponte do Vale da Mua, onde demos início à mais matreira subida do dia, que nos manteve a boca aberta e o peito arfante até a povoação da Ladeira.
A partir daí, contornámos por um bonito trilho a Serra do Perdigão e na povoação com o mesmo nome, subimos a dita serra, quase até à antena eólica ali existente, rumando seguidamente à Portela da Milhariça para desta vez ladearmos a Serra do Penedo Gordo, descendo seguidamente para a Távila.
Quase sempre junto à A23, fomos pedalando em trilhos que nos levaram à Tojeirinha, em busca da única passagem sobre a linha férrea que conheço naquela zona e num sobe e desce constante, passámos o Vale do Homem e os Rodeios, já a pensar na Tasca da Estação de Sarnadas, para beber uma bebida fresca, mesmo que estivesse fora de prazo de validade, pois o calor já apertava.
Com última passagem pelos Amarelos e Represa subimos às Olelas, pelo single e descemos pelo trilho de maior inclinação e que continua junto à linha férrea, até à passagem superior de acesso aos Maxiais.
A partir daí, pedalámos até à cidade já pela antiga N.18, pois de subidas e descidas já chegava e em mente, já só estava um banhinho retemperador e comida ao quilo, pois só barrinhas e uma ou outra sandes, não chega para alimentar este cabedal.
Amanhã há mais uma volta "musculada" desta vez pela Serra da Gardunha, com descida para o Santuário da Senhora da Orada, no Casal da Fraga, seguindo depois lá para as bandas do Tripeiro e Mourelo onde a quilometragem prevista irá certamente atingir os três dígitos.
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos,
ou fora deles.
AC
Album fotográfico
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Rota da Couca e Vale Mourão |
Comentários
Não à duvida que o amigo Cabaço até que chegue o dia em que encoste a máquina, encosta (e bem!) a malta nas suas aventuras sempre com inovação e bom gosto de alguém que tem muito km batido.
Parabéns por mais esta excelente travessia que eu bem conheço pois sou da descendente dessa zona.
Um abraço e continuação desse espírito de aventura.
Luis Lourenço