No passado dia 24 desloquei-me ao Gavião (Alentejo) a convite do Carlos Pio, que me transportou, assim como a minha bike, para nos juntarmos à malta do ProjectoBtt que partira no dia 22 do Cabo da Roca numa aventura memorável até Alcains numa distância de cerca de 360 kms, repartidos em 3 etapas.
- Cabo da Roca # Santarém.
- Santarém # Gavião.
- Gavião # Alcains.
Juntaram-se aos "projectistas" SS, JorgeMariaBolacha, Peregrino, Angelfish, (o único elemento feminino) Did, PGuedes e Pepe, os Papaléguas de Alcains, José Luís, Carlitos, João Alexandre, Raptor e eu AC, para os acompanharmos na derradeira etapa de Gavião a Alcains.
Chegámos ao Gavião pelas 07h30.
Pouco a pouco a malta foi descendo da Pensão onde estava alojada e foram feitas as apresentações, seguindo-se o pequeno almoço dos projectistas.
Ainda antes da partida foi necessário efectuar alguns ajustes nas máquinas, que já acusavam o desgaste da qulometragem já percorrida e da dureza do terreno derivado ao tempo instável dos dias anteriores que acumulou bastante lama nos trilhos, tornando-os mais pesados e escorregadios.
Tivemos que adiar a partida abrigados na garagem onde pernoitaram as bikes porque entretanto começara a caír uma chuvada, que mais parecia um dilúvio.
Quando abrandou lá nos fizemos aos trilhos num constante fintar de charcos de água e pequenos lamaçais.
Fomos percorrendo kms em trilhos inseridos em zonas de imensa beleza e maioritáriamente sem dificuldades, ou não estivéssemos no Alentejo. O real problema seria quando entrássemos nos trilhos da Beira Baixa, com um perfil mais irregular e pedra mais escorregadia e onde as grandes descidas estão sempre associadas a grandes subidas.
As bikes, na sua maioria, queixavam-se constantemente do acumulado de kms com ruídos e chiadeiras provocados por desgaste de pastilhas de travão e desafinações dos mais diversos componentes.
Pior estava a bike do PGuedes com o veio do link da suspensão traseira partido, obrigando-o a paragens constantes para ajuste dos respectivos parafusos.
Entre boa camaradagem, alegria e boa disposição, lá fomos conquistando kms até chegarmos ao sopé da Serra que nos separava de Vila velha de Rodão, onde nos esperava o retemperador almoço, mas para o conquistar, teriamos primeiro que conquistar um colosso de subida, com uma inclinação XXL e um traçado bastante técnico.
Chegados ao meio daquela parede, concluímos que era impossível a progressão e todos se apearam mais metro menos metro.
Foi então completado aquele sofrimento empurrando as "monturas" barreira acima, onde os últimos metros eram terríveis mesmo a empurrar a bike.
Para culminar a conquista do "cume", o S. Pedro brindou-nos com uma valente descarga de água "diluviana" que nos ensopou até ao "tutano"
Ainda esboçámos abrigar-nos num "jovem" pinhal, mas não havia nada a fazer, não havia onde nos abrigar e a melhor solução era pedalar até Vila Velha que já estava ao nosso alcance e sempre a descer.
Ainda houve um furo na bike de um dos companheiros que teve que substituir a câmara de ar debaixo de chuva.
Descida abaixo foi um salve-se quem puder.
O trilho mal se via debaixo da autêntica ribeira que se formou com as águas pluviais, que desciam rápidas e lamaçentas causando-nos, ora aqui, ora ali, alguns calafrios.
Eu pessoalmente não conseguia "enxergar" nada, pois tinha os óculos embaciados, acabando por os tirar. Depois foi as bátegas de água que batiam nos olhos dificultando-me a visão e para acabar em beleza, acabei por ficar quase sem travões, tendo que reduzir o andamento e apear num ou outro local mais inclinado, pois não conseguia segurar a bike.
Quando chegámos ao Restaurante, a cena foi hilariante com a malta encharcada a entrar no restaurante deixando-o num estado lastimoso. Parecia que tinha sido atingido pelas cheias.
Mas mesmo assim, sentámo-nos à mesa e comemos a nossa merecida refeição.
Uns lançaram-se ao franguinho assado, outros às bifanas e creio que todos se deliciaram com um caldinho verde que aqueceu verdadeiramente o corpo e a alma.
Seguiu-se uma sobremesa e café, pagámos e fizemo-nos aos trilhos, pois a hora já era tardia.
A partir dalí é que a porca torcia o rabo, pois a última metade da etapa era a mais dura.
Após alguns kms planos seguiu-se uma longa subida que nos levou até à Atalaia, nivelando depois até às Sarnadas.
De Sarnadas até Alcains, foi um sobe e desce constante com passagem na bela e já abandonada Aldeia de Benquerenças Velhas e contornando a cidade de Castelo Branco chegámos a Alcains, tendo eu rumado a Castelo Branco à chegada à Pedra da Légua.
Foram 105 kms de bom Btt, na sua verdadeira essência!!!
Depois dum belo banho retemperador juntei-me à malta na Quinta dos pais do Didier em Alcains, onde fomos presenteados por um soberbo repasto que nos deixou a todos deliciados.
À alegria natural, acrescentou-se um pouco de alegria "artificial", fruto da bela pinga que acompanhou todo aquele "manjar" e creio que foi nessa noite que foi batido o recorde dos "vivas".
Houve "vivas" para tudo o que nos veio à lembrança.
Depois dum belo dia de "pedaladas" entre amigos, una noite memorável com um jantar inesquecível.
Obrigado por me terem convidado e deixado partilhar a vossa companhia!!!
Contem comigo quando precisarem!!!
Aguardo com ansiedade a próxima travessia Alcains # Cabo da Roca.
AC
Veja mais em:
Fotos 3ª. Etapa
Gavião # Alcains |
Comentários
gostei muito de ler o teu "report"... fez-me recordar cada km... e sorri com aquela dos "vivas"... de facto já não sei a quem faltou brindar!...
Obrigado pela tua ajuda e companhia!
Abraço
(Carlos Pio)
Excelente, a descrição dos "acontecimentos" em mais uma aventura e...viva o BTT!!!
LR
BikesTrilhoseTralhos
Permitiu recordar novamente as peripécias da 3ª etapa.
Agrdeço a ajuda na escolha dos trilhos desta etapa.
Agora é começar a pensar na Travessia Alcains-Cabo da Roca - 2009
Cumps, Did.
(Didier Valente)
Bela descrição da etapa em que participámos...
Eu também ADOREI e tb estou decidido a tentar Alcains - Cabo da Roca...
Cumprimentos Betetistas a todos estes Valentões..
Abraço
(Carlos Gonçalves)