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"II Passeio Bicicletas Antigas na Lardosa"

Inserido na III Feira do Feijão Frade, decorreu hoje, dia 4 de Outubro, o "II Passeio de Bicicletas Antigas", sob a batuta do amigo Pinto Infante, que mais uma vez conseguiu reunir naquela localidade, mais de 80 velocípedes a pedal a recordar os tempos da nossa infância e respectivos ciclistas, quase todos eles trajados a rigor e alguns com bastante originalidade.
Não pude participar na primeira por falta de matéria prima, vulgo bicicleta antiga, mas este ano lá consegui não uma, mas duas dessas preciosidades, uma pronta a pedalar e outra para restaurar, com o devido tempo.
Acompanhou-me a minha filha Daniela, trajada a rigor e digo a rigor, pois tanto quanto me lembre, naquele tempo, as mulheres não usavam calças e suspensórios de homem, nem óculos de sol modernos.
Usava uma saia que serviu no casamento de uma senhora hà mais de 80 anos, uma relíquia, e uma blusa que eu ofereci à minha esposa hà 30 anos, o resto era imitação.
A bicicleta uma Peugeot de senhora também antiga e que me foi emprestada pelo amigo Nuno Diaz.
Eu levei a minha Nevada Yé-Yé, modelo de luxo, dos anos 80 e adquirida há dias.
Depois de carregadas as bicicletas no carro, rumámos à Lardosa pelas 08h15 e quando alí chegámos, cerca de 20 minutos depois a azáfama já era grande.
Parecia que tinhamos voltado atrás uns 30 anos, a considerar pela maioria do traje usado pelos participantes.
Descarreguei as bicicletas e acompanhado da minha filha deslocámo-nos ao secretariado, no pavilhão da Junta de Freguesia, onde nos foi dado um saco com os brindes, um prato e uma pequena malga em barro cheia de feijão frade, original
.
O dorsal para colocar na bicicleta era tamanho XXL e personalizado. Bonito!!!
Foi então a hora de tomar o pequeno almoço, com enchido variado, queijo, presunto e bebidas diversas à descrição. Um primor!!
Chegou-se a hora da partida, um pouco mais tarde que a indicada, derivado aos contratempos habituais neste tipo de eventos e a malta lá partiu toda gingona nas suas máquinas antigas., umas mais outras menos, umas mais originais, outras assim assim, mas o que contava era o espírito de camaradagem e amizade, aliada à originalidade do evento, que já não é novo e que pela segunda vez consecutiva animou as ruas da Lardosa e de Alcains, além de alguns quilómetros de estradas circundantes.
Foi bonito de ver tanta alegria, camaradagem e espírito de entre ajuda entre os participantes, pois as bicicletas antigas também furam e são propensas a avarias.
Conquistaram-se novas amizades e cimentaram-se as já existentes e beberam-se uns canecos quer durante o percurso, com algumas cenas hilariantes e nos locais cuidadosamente escolhidos pelo amigo Pinto Infante para abastecimento.
E que abastecimentos, mais pareciam tertúlias entre antigos companheiros, só faltou mesmo a guitarra e umas vozes para a desgarrada, pois o resto estava lá. Ambiente, instalações a condizer, boa pinga, queijo daquele de verdade, mas mesmo de verdade, não era queijo batata nem nada, do fresco e do curado e ainda uns enchidos assadinhos na hora que até punha a malta a chiar, alguns. eh eh eh!!!
No regresso o pelotão começou a alongar-se um pouco, devido ao peso do produto acumulado por algumas pansas bem ornamentadas, à laia de air bag, assim mais para o moderno, mas a postura manteve-se.
Na Lardosa a chegada foi quase opoteótica, com as cornetas e campainhas que ornamentavam as bicicletas dos participantes a efectuar uma grande chinfrineira e os bombos, divinalmente massacrados pelos amigos vicentinos de S. Vicente da Beira, animaram a festa com mestria.
Mas o melhor estava para vir, o ex-libris da Lardosa, o belo feijão frade, este ano servido à mesa pelo pessoal da organização sem atropelos e de forma organizada.
Feijão e Sardinha à descrição, ou em alternativa, Atum com ovo cozido e para os mais esquisitos a febrazinha grelhada, tudo à vontade de cada um.
A pinga, essa não deixou ninguém mal disposto, pelo contrário até alegrava os mais carrancudos e soltava a língua aos mais tímidos.
No final houve por ali umas transações de produtos de linha branca, que só o cheiro encaracolava o pêlo da venta e que ajudava a digerir aquele belo feijão de duas caras, ciclista, frade, pequeno, ou lá como queiram chamar-lhe, mas se o quiserem bom, em crú ou cozinhado, vão à Lardosa, pois alí há-o concerteza e a qualidade é garantida.
Depois da bela almoçarada, despedí-me dos amigos e depois duma volta pelo certame, regressei a casa com a minha filha.
Um evento a não perder no próximo ano e em que eu participarei certamente.
Gostei imenso, apesar de ser a primeira vez que participei num evento de bicicletas antigas e onde tudo foi pensado com rigor, apenas com um pequeno aparte, que em nada mancha o evento.
No próximo ano um pouco mais de rigor na atribuição de prémios, o que para mim, num evento deste género nem deviam existir. Essas coisas causam sempre opiniões divergentes.
Um abraço de parabéns ao amigo Pinto Infante por este belo evento.


Numa pequena homenagem, editei um pequeno filme, onde pretendi "colorir" aqueles velhos tempos, que podem ver no final deste post.

Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos
AC

Comentários

Anónimo disse…
Olá Amigo Cabaço...

GENIAL! 5 estrelas...
para além do agradável evento, o teu filme está muito bom e deu para perceber muito bem, que a alegria era contagiante... pena, tive eu, de não poder ter ido...
(Bolas! já ando a falhar muitos eventos...)

Parabéns ao realizador e ao homem do evento (Pinto Infante).

Abraço.
Carlos Pio
Anónimo disse…
Olá Pai!

Vim por aqui ver o que andavas a fazer e adorei esta reportagem, so tenho pena de nao ter podido acompanhar a mana mais nova nesta aventura à antiga. Deixas-me dar uma voltinha na tua pasteleira? :)
Beijinhos e que haja mais passeios assim.

Ana Rita Cabaço

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