Finalmente a ligação maioritáriamente por trilhos de Castelo Branco a Fátima. 


















Uma idéia já antiga a várias vezes adiada por falta de uma parceria idónea que este ano se veio a concretizar com a preciosa ajuda do meu amigo Carlos Pio, que com os seus conhecimentos foi pedra fundamental para a realização desta minha já antiga obstinação.

Depois do percurso marcado por gps e confirmado in loco por mim e pelo Carlos, foi marcada a data para a primeira Ciclo-Peregrinação, como prefiro chamar-lhe, para não ser confundida com uma prova de btt, como modernamente gostam de chamar aos passeios e raides e que deturpam completamente a postura de como se deve enfrentar um evento desta natureza.

De agora em diante, a Ciclo-Peregrinação Castelo Branco Fátima em Btt será anual e a realizar sempre no fim de semana antes de 13 de Outubro.

Assim, no passado fim de semana, 11 e 12 de Outubro, acompanharam-me nesta minha primeira ligação em btt a Fátima, os meus amigos Joaquim Cabarrão e João Afonso que pela primeira vez se lançaram numa aventura desta naureza e o José Luís para quem as grandes distâncias não constituem grande problema.

A ideia era esta ligação ser feita em completa autonomia, mas houve quem não se sentisse ainda à vontade e não abdicasse do apoio de terceiros, neste caso de familiares e amigos.
Eu e o meu amigo Joaquim Cabarrão, os mais "velhinhos", não rejeitamos a oportunidade de uma boa aventura e carregámos com a mochila às costas com os seus bons 10 quilinhos e com o estritamente necessário para as prementes necessidades.

Como préviamente combinado juntámo-nos no Parque Infantil da Pires Marques, com excepção do João Afonso que nos esperou junto ao Infantário Raposinho, seguindo de imediato em direcção a Vila Velha de Rodão, local previsto para tomar o cafézinho matinal, antes da grande dificuldade da jornada.

O dia apresentava-se bastante nublado com ameaça constante de chuva, com umas pinguinhas aqui e acolá, mas acabámos por chegar ao final enxutinhos.

A subida à Serra de Vila Velha que se previa com dificuldade acrescida derivado à recente desmatação e que deixara os caminhos em mau estado, quando ali passara pela última vez, foi agora uma grata surpresa, pois já tinham sido limpos e alargados, sendo agora cicláveis a 100%, não lhe retirando contudo a dificuldade inerente à sua inclinação, mas toda a gente superou bem esta primeira grande dificuldade.

Apenas o início da inclinada descida para o Arneiro teve que ser feita apeada, devido ao muito mau estado do trilho e elevada inclinação, mas apenas em cerca de 100 metros, depois foi sempre a pedalar até ao Gavião.
A segunda dificuldade, foi a subida da Ribeira de Nisa e a partir daí, não houve dificuldades de maior.

Em Arêz fizémos uma paragem mais prolongada para digerirmos uma bela sopinha de couve no Bar do Rui seguida duma sandes e um cafézinho a rematar.
A média horária foi uma surpresa, pois ultrapassou os 17 kms/h em 92 kms percorridos, antecipando a chegada ao Gavião para as 15h.

Depois dum banhinho retemperador, um passeiozinho relaxante pela Vila e uma visita a um amigo do Joaquim Cabarrão, onde nos refrescámos com umas imperiais fresquinhas à laia de hidratação.

Pelas 19h abancámos no Café da D. Lina sito no Centro Comercial, onde fomos simpáticamente recebidos e manjámos dois pratinhos de Cação e um de Carne com Cogumelos, bem regados com um néctar de Borba.

Para finalizar uma prova de sangria feita em directo e uma sobremesa a condizer, enquanto assistíamos ao Jogo de Futebol entre Portugal e a Suécia.
No segundo dia, a chuva que caíra toda a noite teimava em parar e estáva a estragar as previsões.

O José Luís que na tarde anterior abandonara o grupo para ir dormir com a esposa, regressara entretanto e aguardáva-nos na pastelaria ao lado da pensão onde já antes tinhamos tomado o pequeno almoço.
As máquinas mantinham-se operacionais e após umas gotas de óleo nas correntes, ficaram prontas para a segunda jornada.

Saímos de Gavião pelas 08h45 com as capas de água vestidas, pois a chuva continuava a cair.
Rumámos às proximidades do paredão da Barragem de Belever sempre pela cumeada, até à adrenalínica descida para a estrada alcatroada que vem da Barragem.
Quase sempre junto ao Rio Tejo, lá continuámos a nossa aventura por caminhos e trilhos bem bonitos com nova paragem na Aquapólis no Rossio ao Sul do Tejo para apreciar aquela beleza, quase sempre debaixo de chuva.

A partir de Abrantes o tempo começou a melhorar e as paisagens começaram a ser cada vez mais belas e coloridas.
Apróximávamo-nos do Rio Zêzere na bela localidade de Constância, onde parámos no Café Pézinhos do Rio para comermos uma sopinha de peixe e uma bifana no pão arrematada com um cafézinho em chávena quente, à moda do Joaquim, dando-nos novo alento para continuar a jornada.
Dali continuámos sempre em busca da cumeada das serras, onde as paisagens eram maravilhosas e com pena nossa não as pudémos desfrutar como bem queríamos derivado ao dia chuvoso e carregado de nuvens que nos impediam mais amplitude de visão.

Fátima fica lá bem no alto e para lá chegar era necessário subir de vez em quando, mas a malta ía animada e nada nos impediria de chegar ao nosso destino, de concluir o nosso objectivo.
A chegada à zona das pedreiras era augúrio que já não estaríamos muito longe e ao entrar na estrada de Minde não mais a largámos até Fátima, onde chegámos pelas 16h30, com entrada no Parque nº. 2, onde as famílias nos esperavam.

Neste segundo dia a média horária rodou os 17 kms/h em 107 Kms que somados os 92 do dia anterior perfizeram 199 kms nesta ligação em btt de Castelo Branco a Fátima.
Depois do banho de água bem quentinha nos balneários do parque, juntámo-nos para lanchar e dar uma volta pelo Santuário e como sempre faço, coloquei uma vela e agradeci à Santa, por mim e pelos meus companheiros, termos chegado bem e sem precalços.
O José Luís, à semelhança do dia anterior, não nos acompanhou no jantar abalando logo de seguida.

Os restantes e como estava previsto, saímos de Fátima em direcção à Zaboeira, aldeia junto à Barragem nas proximidades de Ferreira do Zêzere, onde degustámos uma das suas especialidades, o Achigã.
Uns grelhados, outros fritos, creio que toda a gente gostou e após umas horas de salutar convívio, agora entre betêtistas e familiares, regressámos a casa já a pensar na próxima aventura, pelo menos eu!!!

Deixo aqui bem expresso o meu agradecimento aos companheiros que me acompanharam nesta bonita aventura, com a esperança que no próximo ano a possamos repetir e a ela juntar alguns indecidos e outros que nos queiram acompanhar.
Agradeço também ao Carlos Pio a sua imprescindível ajuda, com imensa pena de não ter tido a sua companhia, sabendo o quanto ele gostaria de ter estado presente, assim como ao Carlos Alberto de Tomar pela ajuda na elaboração do track da travessia.
Obstinado como sou e enquanto as pernas não "tremelicarem", outras aventuras surgirão.
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos
AC
Filme
Comentários
Na impossibilidade de ir a Idanha, aceite um abraço e um dias havemos de nos encontrar por aí.
CA
Primeiro de tudo, os meus PARABENS, por terem concretizado esta iniciativa, que reúne todas as condições para continuar por muitos e muitos anos. Eu não pude estar, devido a compromissos familiares inadiáveis (aniversário da cunhada, que não dá para alterar a data....ehehehe) mas tenho "ganas" de estar presente para o ano, fim de semana de 10 e 11 de Outubro.
Um grande Abraço
Nuno Miguel Maia