Passámos depois a linha férrea e a N.18, para seguirmos o estradão até ao Colégio der S. Fiel, para seguidamente contornarmos a rotunda e nos embrenharmos em trilhos entre paredes até ao recente asfaltado estradão para S. Vicente da Beira. Fugindo ao asfalto, serpenteámos por pinhais e pelo vasto eucaliptal de subidas traiçoeiras e descidas adrenalínicas até atingirmos a bonita Barragem do Pisco, para uma pequena paragem para apreciar a paisagem. Seguimos depois em vários troços de estradão até ao Sobral do Campo onde efectuámos a paragem principal no Café "Ponto de Encontro" para uma alimentação mais cuidada.Os mais prós, respeitaram a "etiqueta" mas outros não aderiram a outros sabores e conteúdos. Assim, eu e o Luís Lourenço, optámos por um belo prato com um bom acumulado de atum e cebola picada, logo secundado por uma bela sopinha de feijão verde em malga XXL, que foi uma delícia.O Zé Luís para não fugir a regra, optou por trazer de casa a "marmita" com o esparguete da praxe, pois betêtista que se preze alimenta-se a esparguete e sugou-o rápidamente, ruborizando qualquer italiano que porventura estivesse presente!!! Já com os estômagos a mostrarem uma ligeira dilatação, alguns, rumámos à bonito lugar do Tripeiro, onde não entrámos, por já ser visível algun desgaste nalguns companheiros e o acesso à povoação estava previsto por uma subida que nos exigia bastante esforço. O acesso ao à Aldeia do Mourelo, foi também feita por trajecto diferente do inicialmente previsto, pelo mesmo motivo, mas ainda assim não nos safámos da pujante subida, apesar de em asfalto logo a seguir ao Tripeiro. Cruzada a bonita povoação de Mourelo pedalámos até ao ponto mais alto onde as paisagens eram soberbas e abrangentes e nos fizeram esquecer algumas dificuldades até então. Foi simplesmente maravilhoso!!!

Depois foi sempre a descer até às profundezas de Almaceda, uma aldeia de pequenas e ingremes ruelas onde gostei de pedalar. Nova paragem no único café da povoação para nos refrescarmos e partida em direcção a Rochas de baixo, agora circundando a ribeira de Almaceda, que cruzámos para atingirmos as Rochas de baixo. Dalí seguimos para o Porto da Vila e atravessando a ponte continuámos a desfrutar dos belos recantos proporcionados ao longo da Ribeira de Almaceda cujo leito seguimos até à xistosa aldeia de Martim Branco o neo local de peregrinação dos betêtistas da região. Contornámos a serra e voltámos a atravessar a ribeira, num local inóspito e de rara beleza e zona "canchosa" e de passagem nada fácil para atingirmos o bonito single track na outra margem, onde após os primeiros duzentos metros não cicláveis, pelo menos para mim, pudemos desfrutar dumas pedaladas naquele belo carreiro até ao estradão para o Barbaído. O acesso ao Barbaído foi também em single track, algo pedregoso, e bem bonito que nos levou mesmo à porta da única "tasca" lá da terra, onde a malta aproveitou para a última sessão de hidratação. Rumámos então à Barroca do Forno onde enfrentámos uma pequena e adrenalínica descida para o Vale Sando, onde entrámos na última subida do dia para o Freixial do Campo.Passámos Santa Catarina em Direcção a Caféde, onde desta vez não fizémos a visita habitual ao café da D. Júlia e continuámos em direcção à cidade, passando ainda as poldras da Rabaça e o Santuário de Santa Apolónia, onde entrámos no asfalto até à atacanha. Com a cidade à vista, os ânimos voltaram a subir e as "pernitas" de alguns companheiros mais desgastados voltaram a funcionar com outro ritmo, pois o banhinho quente o o sofá estavam à nossa espera.

A entrada deu-se pelas 17h30 com 125 kms percorridos à média de 17kms/h e com cerca de 2200 metros de acumulado de subidas. A amizade o companheirismo e a brincadeira foram uma constante durante todo o percurso deste Raid e resta-me agradecer aos amigos que me acompanharam nesta minha aventura por terem aderido a mais uma das minhas aventuras betêtisticas. Espero que estes meus Raids incentivem outros companheiros mais novos a procurarem novos desafios e novas aventuras, sem outros interesses que não sejam a prazer de pedalar por algures e nenhures, desfrutando dessa natureza imensa, partilhando com os amigos esta nossa filosofia e forma de encarar o btt. Como tudo o que começa tem um fim, aproxima-se a altura de voltar à clandestinidade. Não me agrada a ideia de andar constantemente a ser testado. Honra-me o facto de poder ser uma referência para alguns, mas não me sinto à vontade nessa situação, quero apenas pegar numa das minhas bikes e andar por aí descontraído!!! Quer seja ou não reconhecido, sei que já deixei o meu legado, mostrei, ensinei e partilhei o que sabia, e tenho a certeza que outros continuarão. Bem haja!!!
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