Um dos meus desafios para este ano, era a participação na tão badalada Ultramaratona SRP160.
Fiz alguma preparação para o evento e no dia 17, acompanhado da minha família e do amigo Silvério, também ele acompanhado pela esposa, rumámos a Serpa.
O meu irmão Luís, também se entusiasmou e também participou.

O dia 17 começou cedo para nós e pelas 06h já estávamos de volta do pequeno almoço, pois tinhamos que estar no parque fechado para o controle zero, entre as 7h15 e as 07h45 e ainda faltava preparar as bikes.
Partimos da Residencial já a pedalar e lá entrámos no parque fechado, onde aguardámos pela partida, que foi dada com rigor pelas 08h00.
Foi um instante enquanto umas largas dezenas de participantes se alargaram pelos trilhos em busca do seu melhor resultado.
Depois dum dia e uma noite diluviana, adivinhava-se o que nos esperava.

Água, muita lama, piso escorregadio, muitas passagens técnicas agravadas com o estado do piso, foi o que tivemos que vencer nuns duríssimos 150 kms, após a organização se ter visto na obrigação de cortar uma pequena parte do percurso, por se ter tornado simplesmente impraticável e onde não era de todo possível passar, pois a enxurrada levara a terra e provocara aluímento de terras.

Valeram as excelentes paisagens, o colorido dos campos e o facto ter conseguido superar mais este desafio.

Mas eu estava animado e queria de todo completar o circuito dentro do horário máximo permitido, ou melhor, ser um "finisher" desta ultramaratona.

Tinha elaborado um esquema de tempos para passar nas ZA'S, que se gorou com as alterações introduzidas, pelo que tive que inventar, e como tal, propus-me manter uma média horária de 16 kms/h e no máximo uma hora de paragens, que seria o limite para finalizar em tempo útil.

Comecei cauteloso, pois custou-me um pouco a habituar-me ao piso escorregadio e tinha alguma dificuldade em estabilizar a bike, mas com o decorrer dos kms, fui criando confiança e arrisquei mais um pouco até que consegui um bom ritmo.

À passagem da 1ª. ZA, a média horária andava a rondar os 14 kms/h e fiquei um bocado stressado por não conseguir andar mais, mas à 2ª. ZA já estava nos 15,5 e fui subindo até concluir o SRP com a média horária de 18 kms/h com 35 minutos de paragens.
Bastante esforçado, mas consegui o meu objectivo, superando-o e surpreendendo-me a mim próprio.

Pelas 17h00 estava a efectuar a passagem pela linha de meta, após 9h de muito esforço e força de vontade em superar as imensas dificuldades criadas com o temporal.
Apesar disso e por sorte nossa, o tempo manteve-se mais ou menos estável, apesar do vento já no último terço e dos cerca de 30 kms em que pedalei debaixo de chuva.
Muitas ribeiras com enormes caudais, kms de lama onde dominar a bike era um bico de obra, pelo menos para mim, que técnicamente não sou lá grande coisa, algumas subidas com dificuldade acrescida e descidas com cuidados redobrados, apesar de não ter havido as chamadas "paredes" houve muitas e boas, como se ousa dizer.
Enfim, calhou-me um SRP160 que apesar de diminuido para 150 kms, foi acrescido de muito mais dificuldade do que se tivessem sido cumpridos os 160 kms com terreno seco.
Quando aos meus companheiros . . . o Silvério chegou uma hora depois e o meu irmão Luís, duas horas e meia após eu ter cruzado a linha de meta.
Fiquei bastante satisfeito com a nossa prestação, pois todos conseguimos concretizar o que nos levara a Serpa . . . sermos "finisher's" naquela mítica ultramaratona.
Esta já está e estou já a pensar no próximo desafio, o do BTTralhos - "A idade da Pedra" na Serra do Sicó no próximo dia 1 de Maio.
Até lá, vou ainda divertir-me um pouco com a excelente rapaziada dos Pênêvês no próximo dia 25 em Proença-a-Nova.
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos,
ou fora deles.
AC
Comentários
3 abraÇos.
Não está ao alcance de todos... ainda para mais nessas condições!
PS: Não havia braçadeiras, bóias e barbatanas nas Zonas de Apoio!?!?!?!
Abraço
João Valente
As fotos são bem exemplificativas das dificuldades.... já estou como o JV... precisavam de barbatanas e boias! Ehehehehe
Abraço e parabéns aos 3!
Ao ver a sua foto dentro das "ribeiras" faz-me lembrar eu e os meus companheiros nas nossas voltas tipo à "mergulhador" em que a nossa sorte é o facto das bicicletas não flutuarem para podermos ter tracção, hihihihih!
Um grande abraço deste "mirone" assíduo do seu blog e continue sempre com esse espírito e garra pois é um bom exemplo para todos nós.
Desde TOMAR, Carlos Gaspar - BTT100Stress.