Rosmaninhal
"É uma aldeia enorme, antiga vila, de largas ruas e casas pobres, habitada por jornaleiros e alguns senhores que, sendo grandes possuidores de terra, não renunciaram à vida primitiva da lavoura. Do alto da igreja, a vista abrange uma área enorme de seara e montado, que demora entre o Tejo e o Erges, e alcança, passado o vinco destes rios, uma Espanha igualmente desolada. Trigo, centeio, pasto, coutos, arraiais, rebanhos e, nos matagais abandonados anos a fio, caça que pulula entre estevas e giestas. Também a estes maninhos chegam os serranos da Estrela a invernar, com rebanhos chocalhantes de ovelhas negras. O aspeto da região é extremamente rústico e isolado, uma espécie de Alentejo mais arcaico onde a lavoura rotineira mal conhece as inovações que são já a regra desta província. Uma gente de temperamento franco e hospitaleiro, mas rude e altivo, criada à lei da vida solta e dos horizontes largos, uma terra infinita que guarda nas entranhas esperanças e castigos, onde se embebem os olhos que o beirão verdadeiro costuma levantar mais alto."
Em mais um dia de passeio asfáltico, juntamo-nos hoje na Rotunda da Racha, eu, o Jorge Palma, o António Leandro e o Vasco Soares.
Saímos da cidade pelas 07h, desta vez com intenção de ir até ao Rosmaninhal, uma aldeia outrora vila e agora afastada do seu fulgor de outros tempos.
Rumámos inicialmente a Monforte da Beira, onde parámos para tomar o cafezinho da praxe no Joaquim Padeiro.
Descemos à Devesa e virámos à direita para as Cegonhas Novas por uma bonita estradinha panorâmica sulcando áridas paisagens em direção a Rio Aravil.
Parámos na sua ponte para apreciar aquela bonita paisagem sobre o vale e encostas do Rio Aravil e subimos às cegonhas, que cruzámos para numa viragem à direita tomarmos a direção do Couto dos Correias uma pequena aldeia entre as cegonhas e as Soalheiras.
Em constante sobe e desce chegámos ao Rosmaninhal, parando num dos seus inúmeros cafés para nos refrescarmos com uma bebida e descansa um pouco enquanto púnhamos a conversa em dia.
Voltámos à estrada com o azimute voltado ao Ladoeiro, voltando a cruzar o Rio Aravil, agora em terreno mais nivelado.
Passámos o Ladoeiro em direção ao Rio Ocreza para subirmos a Monheca para os Escalos de Baixo.
Parámos no fontanário da aldeia para atestarmos os bidons de água e seguirmos já para a cidade, onde chegámos pouco depois das 12h com qo1 kms pedalados numa bonita e agradável volta com as "magrelas".
A paragem habitual para a nossa tertuliazinha não pôde faltar e desta vez foi a Esplanada das Laranjeiras o local escolhido para os últimos momentos desta divertida aventura de pedalada com amigos.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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