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"III Peregrinação a Fátima em BTT"

Este ano, concluí pelo terceiro ano consecutivo a minha peregrinação anual a Fátima em Btt.
Acompanharam-me na minha teimosa obstinação, o meu irmão Luís, o Nuno Eusébio, o Pedro Barroca, o João Afonso, o João Caetano, o Luís Lourenço e o Carlos Pio.

Saímos da cidade pouco depois das 08h e rumámos ao Sardoal, onde terminaríamos a primeira de duas etapas e pernoitaríamos.
O espírito desta ligação é o de peregrino, independentemente da devoção de cada um, mas é fundamental que os habituais "picos" e acelerações entre a rapaziada, fiquem para outras ocasiões.
Aqui, não há competição, todos somos capazes de levar a bom termo a nossa peregrinação e não há uns melhores e outros piores. Somos todos iguais. Para quem tem dificuldade em pedalar nestas condições, já há outros grupos a organizar peregrinações a Fátima e onde certamente poderás por em prova, a tua performance.

Aliás, neste caso, nem tampouco há qualquer organização. Eu crio o percurso, sem plágio de outros grupos e, convido alguns amigos para me acompanharem. Passo muitas horas e alguns dias durante o ano a explorar trilhos para depois partilhar com os amigos. Apenas porque gosto de o fazer, de pedalar e sobretudo de aventura.
Depois duma noite chuvosa e da perspectiva de temporal durante o fim de semana, nada nos faria demover de concluir mais esta peregrinação.
Assim, com o céu ainda carregado de nuvens, lá demos início á nossa aventura.
Com os kms iniciais pela antiga N.18 que seguimos até ao cruzamento de Benquerenças, entrámos então nos trilhos.

A primeira povoação foi o lugar da Represa e logo de seguida os Amarelos, onde parámos para tomarmos o pequeno almoço. E nada melhor que uns panikes quentinhos. Que maravilha!!!
Seguimos depois por Rodeios e Alvaiade, onde pouco depois tomámos a antiga estrada de ligação à Foz do Cobrão e que cruza todo o Vale Morão.
Serpenteámos então o Rio Ocreza, pela sua margem direita, onde surgiram as primeiras subidas do dia, mas a expectativa do peixinho do rio frito, no Vale da Mua, atenuava aquela zona um pouco mais acentuada.
12h00, a hora ideal para a segunda refeição do dia. Estávamos pois no Vale da Mua e já esperávamos pelo ansiado peixinho. Enquanto isso umas bjecas pretinhas animavam a conversa.

Duas travessas dos ditos anfíbios, cortadinhos à posta e com molho vinagrete, umas batatinhas fritas e salada, acalmaram a rapaziada durante algum tempo.
Já bem repostos, seguimos viagem e logo de seguida, entrávamos no Peral, onde a nossa primeira visão, foi uma mulher. Seria bom, se esta não apresentasse uma barba que fez inveja a qualquer um de nós. Quase que garanto que era mais comprida que a minha pera. eh eh eh!!!

Até S. Pedro do Esteval, passámos ainda por alguns lugarejos pitorescos, nomeadamente, Monte Rodrigo, Monte Fundeiro, Palhota e Naves.

À chegada a S. Pedro do Esteval, fomos brindados com a primeira chuva do dia, mas logo nos abrigámos no Café das Bombas, onde enquanto esta caía, nós caímos também na tentação de absorver umas bjecas, acompanhadas duns quantos amendoins.

A chuva abrandou e nós reiniciámos a aventura e, pouco tempo depois, estávamos a descer para a bonita ponte medieval da Ladeira. Uma quantas fotos para registar e mais tarde recordar e lá continuámos, agora em direcção à Venda Nova.

A passagem pelas traseiras do monte, onde se encontra situado o Santuário de Nª. Sra da Ladeira, foi algo de bonito e que toda a malta gostou. Todos se lembraram dele, quando o avistam na passagem na A23. Agora, estivemos a poucos metros, mas não fomos lá.
A próxima paragem seria em Mação, após cruzarmos o Vilar da Lapa e o Vale do Grou.

Alí fomos a uma pizzeria, onde comemos algo mais sólido.
O dia já ía alongado e nós já tinhamos pedalado por bonitos trilhos e amplas paisagens, sem stress, unidos e em boa harmonia. A próxima localidade era o Penhascoso, onde se poderiam comer umas suculentas sandes de carne assada, mas ao chegarmos à aldeia, a fome não era muita e como ainda faltavam uns kms para o final, resolvemos continuar.
Descemos à Queixoperra e após a passagem pela bonita barragem da Lapa entrámos na ponte romana do Porto de Mação e logo depois Entrevinhas.

Estavámos na ponta final do percurso e nas últimas horas do dia. Mais umas pedaladas e lá chegámos ao Sardoal, já quase ao cair do dia.
Este ano, optámos por nos divertirmos nos trilhos, comer, beber e aproveitar todos os bons momentos, que não faltaram durante todo o dia. Não fazia sentido impor andamentos mais rápidos, que nos impediriam de apreciar de melhor forma os trilhos e a componente paisagística, para chegar mais cedo e passar o resto da tarde a ver montras pelas ruelas da Vila, ou a beber "copos" nas esplanadas, enquanto aguardávamos a hora de jantar.

Chegados à Residencial, fizémos o check in e fomos levar as bikes aos Bombeiros locais, um pouco mais longe do que esperávamos. Depois de lavadinhas, arrecadámo-las numa das garagens do quartel.
Regressámos à residencial, fomos para os quartos, tomámos banho e fomos á procura de um restaurante para comer. Após o jantar regressámos e no bar da residencial, abancámos numa das mesas onde conversámos, brincámos e bebemos, até que a "Bélinha", (segredo) nos mandou para a cama, dizendo para alguém. Mais cerveja não, só o galãozinho de manhã. eh eh!!!

Despertar às sete, para tomar o pequeno almoço às sete e meia. Era o início do segundo dia e da segunda etapa.
Após o pequeno almoço, lá rumámos de novo aos Bombeiros, onde recolhemos as bikes. Um muito obrigado aos Bombeiros do Sardoal, pelo apoio e simpatia. Uma foto de grupo e aí vamos nós em direcção a Fátima.

Após a subida para o Carvalhal, descemos para a Brunheta, com passagem num single track espectacular, pena estar algo perigoso, com as pedras molhadas derivado à chuva.
Passámos o Souto e a Maxieira, após a passagem no Santuário de Nª. Sra do Tojo e depois de uma cansativa subida, lá chegámos à Aldeia da Carreira do Mato, onde parámos para a gostosa sandes mista de presunto e queijo e umas quantas imperiais pretinhas.

Descemos para a Aldeia do Mato, ladeada pela albufeira da barragem do Castelo de Bode e após vencer outra arfante subída, chegámos a Martinchel e logo depois, ao paredão da Barragem.
A seguir ao paredão, virámos à direita e passámos pelas povoações de Estrada, Casal dos Tomazes, Bemposta e Vale Florido, entrando seguidamente em Tomar, junto à igreja de Sta Maria dos Olivais, segundo creio. (não consultei a wikipédia)

Na avenida que ladeia o Rio Nabão, junto ao jardim, a chuva fez de novo a sua aparição e acabámos por entrar numa cervejaria, onde aproveitámos para beber uma bjeca, enquanto esperávamos que esta abrandasse um pouco.

Ainda a chover, resolvemos continuar e seguimos pela Ucha. A chuva entretanto parou e deparámos com o imponente Aqueduto de Pegões, onde parámos para apreciar aquela obra de arte e tirarmos umas fotos.

Seguiram-se as povoações de Longra, Fagulhos e Fungalvaz, para seguidamente entramos na bonita Serra D'Aire, onde nos divertimos imenso com os espectaculares e técnicos trilhos da serra, que aliados ao piso molhado, muita pedra e barro vermelho, nos puseram a adrenalina no máximo e criaram algumas situações hilariantes.

Subímos o estradão entre as eólicas do parque do Bairro - Sobral e, após passar a aldeia com o mesmo nome, vislumbrámos pela primeira vez a torre da Catedral de Fátima, na Cova da Iria.
Depois d0 Outeiro das Matas, faltava-nos cruzar a última povoação antes de Fátima, Alveijar, que antecedeu a última subida do dia, este ano feita por asfalto, pois com o piso molhado é quase impossível efectuá-la pelo trilho que inicialmente tinha delineado e, não era na chegada que iríamos andar a empurrar as bikes.

Entrámos em Fátima pouco depois das 14h00, com a alegria estampada no rosto, por termos mais uma vez concluído esta peregrinação, este ano, por trilhos completamente diferentes dos dois anos anteriores.
À chegada ao Parque nº.2, lá estava a minha "Maria", que registou a nossa chegada com a sua digital.

Fomos tomar o banho quentinho, como é habitual e depois fizemos um breve piquenique, numa das mesas do parque, onde comemos e bebemos em alegre cavaqueira, juntamente com as nossas famílias.

Entretanto o pessoal começou a dispersar, cada um com os seus compromissos e eu, o João Afonso e respectivas famílias, demos ainda uma volta pelo Santuário e fomos jantar, como já é da praxe, à tipica aldeia da Zaboeira, na margem da albufeira da barragem, junto à ponte de Ferreira do Zêzere, no último dia do festival gastronómico do achigã. Adivinhem lá o que foi o jantar?

Mais uma peregrinação concluída, onde tive a excelente companhia dos amigos que este ano comigo quiseram partilhar esta minha obstinação anual.
Foram muitas horas de prazer, divertimento e emoção, divididos por dois dias e 180 kms de bonitos trilhos, excelentes paisagens e belos recantos, que certamente irão ocupar um cantinho na nossa memória.
Prometo para o ano, novas aventuras, novos trilhos e novas surpresas.
.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos,
ou fora deles.
AC
Slideshow

III Peregrinação a Fátima em BTT from actrilhos on Vimeo.

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