Avançar para o conteúdo principal

Transpirenaica - "Senegué - Ansó"

Dia 11 - "Senegué - Ansó" - 90 kms

Esta etapa, decorreu inicialmente pelos estradões das encostas de Serrablo e pelos Vales de Acumuer e Garcipollera.
Depois de um bom "desayuno" no simpático hostal onde ficáramos alojados, saímos de Senegué e seguimos para Larrés, a primeira povoação da jornada, que alcançámos após a "dança" para cruzar o Rio Aurín. Aqui tive que descalçar os sapatos para os poupar um pouco, pois já estavam a dar as "últimas".
A água estava geladinha, mas soube-me bem.
Entrámos seguidamente num caminho, sempre em ascensão, para a Ermita de San António e as dificuldades começaram a aparecer com o caminho a apresentar-se mais técnico, com muita pedra roliça, pequenos drops e regos, nalgumas secções e a pendente a subir gradualmente.
Sempre ziguezagueando, lá fomos pedalando, km após km, até atingirmos o Pueyo d'Escués, em plena Sierra de La Partacúa. Uma subida interminável!
Lá no alto, a paragem foi obrigatória. As vistas sobre os Vales e os Cumes de La Collarada y Peña Telera, eram simplesmente brutais e envolventes.
Mas havia que continuar.
Uma longa descida, algo técnica, com muita pedra, alguma madeira e regos, pôs-nos em alerta máximo.
Passámos pelas povoações de Bescós de Garcipollera, Castiello de Jaca, Aratorés, Borau, Aísa e Jaca, até alcançarmos Aragués del Puerto.
Um par de kms antes de chegar à povoação e à passagem num single track com muita pedra, o suporte dos alforges do Carlos Pio partiu-se, sendo arrematado com uma corda para podermos continuar.
Subimos a Aragués del Puerto, onde procurámos uma oficina, ou alguém, que pudesse soldar o suporte, mas em vão.
Acabámos por comer junto à fonte do largo principal o pic-nic que leváramos, seguindo depois em direção a Hecho, onde tinhamos esperança de resolver o problema.
Abandonámos o trajeto do gps, até Hecho, por corresponder a uma dura subida por um impraticável single track, de grande dureza, com muita pedra e grandes drops. Não era ciclável e passar por ali com alforges, estava fora de questão.
Fizémos os 14 kms que nos separavam da povoação por alcatrão.
Em Hecho, procurámos e encontrámos uma oficina, no final da povoação, onde o porta alforges foi soldado.
Posto isto, continuámos a nossa viagem até Ansó, onde chegámos, após superarmos a última subida do dia, ao "puerto, com o mesmo nome.
Foi um dia muito duro, em que superámos três passagens de montanha e trilhos com dureza quanto baste.
No final, ficou aquela boa sensação de mais uma etapa cumprida.
Para o dia seguinte, esperavam-nos 105 kms até Roncesvalles.

Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC


Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

PPS PR1 e PR2 - Caminho de Xisto do Fajão e Ponte de Cartamil,"

"Eu escolho viver, não apenas existir." (James Hetfield) Em dia de mais uma das minhas caminhadas, sempre na companhia da minha cara metade e excelente companheira nestas minhas passeatas pela natureza, fomos até à bonita Aldeia de Xisto de Fajão. Fajão, é uma aldeia de contos, que convive com as escarpas quartzíticas dos Penedos de Fajão, encaixada numa pitoresca concha da serra, alcandorada sobre  o Rio Ceira, perto da sua nascente, cuja configuração faz lembrar antigos castelo naturais. Chegamos à aldeia pouco depois das 08h30, sob intenso nevoeiro, que nos criou alguma apreensão sobre se daríamos, ou não, inicio à caminhada. Mas a impressão era de que a neblina estava a levantar e o sol começaria a iluminar o bonito Vale sobre o Rio Ceira, rodeado pelos impressionantes Penedos de Fajão e pela Bela Serra do Açor. A beleza que ainda não à muito tempo caracterizava aquela zona, era agora um pouco mais cinzenta, depois da devastação causada pelos fogos

"Açudes da Ribeira da Magueija"

Com o dia a acordar liberto de chuva e com nuvens pouco ameaçadoras, juntei-me ao Jorge Palma, Vasco Soares, António Leandro, Álvaro Lourenço, David Vila Boa e Ruben Cruz na Rotunda da Racha e resolvemos ir tomar o cafezinho matinal ao Cabeço do Infante. Fomos ao encontro do Paulo Jales, que se juntou ao grupo na Avenida da Europa e lá fomos em pedalada descontraída e na conversa dar a nossa voltinha asfáltica. O dia, bastante fresco mas solarengo, convidava mesmo a um bom par de pedaladas. Passámos a taberna Seca e descemos à velha ponte medieval do Rio Ocreza, onde fomos envolvidos por um denso nevoeiro junto ao leito do rio e por um friozinho que se foi dissipando na subida aos Vilares, assim como a neblina, que nos abandonou logo que iniciámos a subida. Passámos por S. Domingos e paramos mais à frente, no Cabeço do Infante para a dose de cafeína da praxe. Dois dedos de conversa e cafezinho tomado, foi o mote para voltarmos às bikes. O David e Ruben separaram-