Ontem foi dia de volta vadia com passagem pelas ruínas da aldeia de Alares, em pleno Parque do Tejo Internacional.
Um passeio já idealizado há algum tempo com o Sandro Gama, o meu companheiro nesta aventura, mas que, por este ou por aquele motivo, foi ficando adiado.
Fomos iniciar este bonito passeio no Coto dos Correias, uma velha e pequena aldeia, agora enriquecida com o empreendimento de turismo rural "Casa dos Xarês", o nosso ponto de partida e chegada.
Depois de recebidos pelo Acácio, familiar do Sandro Gama que gentilmente nos ofereceu o cafézinho matinal, preparamos as bikes e restante material e fizemo-nos aos trilhos.
Depois de cruzar a povoação, fletimos à direita e descemos ao vale ainda adormecido e onde o orvalho lhe dava um aspeto algo surreal.
Subimos à cumeada e descemos para a aldeia de Soalheiras, que cruzamos sem ver vivalma.
Depois de uma boa subida para aquecer bem o corpinho, rumamos às ruínas da aldeia de Alares, cruzando vales embelezados por réstias de neblina que lhe davam uma beleza atraente e dominadora.
A chegada às ruínas dos Alares é algo digno de se ver, bonito mas algo fantasmagórico, quase que a condizer com o seu trágico passado.
Como escreve "João Boavida" no seu blog : "No interior do Parque Natural do Tejo Internacional, a um passo das majestosas escarpas do rio Tejo, surge perdida na guerra a aldeia “Alares”; ou melhor as ruínas da aldeia, apenas habitada por ovelhas e pastores. MAGNÍFICA!"
Visitamos aquele bonito local, registamos em foto e vídeo e continuamos o nosso passeio, agora até ao Rosmaninhal.
Chegamos àquela aldeia raiana, após pedalarmos por alguns trilhos bem catitas, rodeados de paisagens imensas e espetaculares.
Por ali estivemos entretidos algum tempo tirando umas fotos junto a monumento à pastorícia e transumância indo depois beber uma mini "jola" e comer uns salgadinhos no café e pstelaria junto ao campo de jogos.
Voltamos aos trilhos, agora ao encontro do GR29, cujo percurso seguimos maioritáriamente até às proximidades de Cegonhas.
Cruzamos a estrada e descemos ao Rio Aravil, que cruzamos, subindo depois ao monte dos Paredinhos, onde tomamos o rumo a Monforte da Beira, pelos belos trilhos que cruzam as terras de montado, tão carateristicas daquela região.
Em Monforte, paramos no café do "Joaquim Padeiro", onde bebemos mais uma bebida fresca, e que bem soube, pois a manhã estava primorosa, com um sol radiante e temperatura amena.
Depois de passar pela igreja de Santo António, cruzamos a zona de olival pelos seus bonitos caminhos entre muros e descemos de novo ao Rio Aravil, para enfrentarmos a subida do dia, extensa e de forte pendente, para lá no alto, descermos de novo ao vale por onde iniciáramos a nossa voltinha de hoje, agora com tons mais brilhantes e cores mais quentes.
Depois da ultima subidinha do dia, chegamos de novo à "Casa dos Xarês", onde o Acácio e a Isabel, o simpático casal que gere aquele bonito espaço rural, nos esperava para um delicioso almoço.
A simpatia e o dinamismo daquele simpático casal, conquistaram-me de imediato.
Situado num local privilegiado e com paisagens a condizer, aquela unidade de turismo rural privilegia quem ali queira passar alguns dias, ou apenas numa singela passagem, alojamentos de qualidade, com animação turística para quem o pretender, a boa gastronomia local e deliciosas iguarias produzidas pela própria Casa Xarês, onde destaco o delicioso licor de poejo de que fiquei fã, depois de o provar. Um néctar dos deuses!
Em conversa com a simpática Isabel Lencastre, fiquei a saber que aquela unidade de turismo rural vai também aderir ao sistema Bike Hotel, a tendência de turismo de natureza e, em específico, da necessidade dos turistas que utilizam a bicicleta nas suas férias e fins de semana.
Uma mais valia para a nossa zona, em especial a raiana, rica em bons trilhos, paisagens soberbas e locais de encanto para a prática do cicloturismo, quer de estrada, quer em bicicleta todo o terreno.
Depois de uma manhã bem preenchida a pedalar e parte da tarde na agradável companhia do Acácio e da Isabel, regressamos à cidade, satisfeitos com mais um dia pleno de boas pedaladas e bons momentos de convívio.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
Comentários
Também eu tendo as raízes nestas terras(Rosmaninhal)quando posso faço esta volta.
Muito bem ilustrada.
Parabéns