Avançar para o conteúdo principal

"Simplesmente BTT"

Pensamento:
Quando uma árvore tomba faz um enorme ruído, mas quando uma floresta nasce, ninguém dá por isso."
(autor desconhecido)


.o0o.
A manhã nasceu fria, mas nem isso demoveu o gosto pelo btt que hoje juntou 6 amigos para umas pedaladas, algures por aí: AC, Micaelo, João Valente, Filipe, Martim e Dino.
Face à homogeneidade do grupo de hoje, (sem ofensas eheheh) resolvi preparar uma daquelas voltas de btt puro e duro e onde a paisagem fosse um previlégio e uma forma de compensar o esforço que nos esperava.
Saímos da cidade pelas 08h15 pela variante ao Valongo e rumámos aos Maxiais.
Entrámos na aldeia e junto ao cemitério virámos à direita em direcção à Ribeira da Paiteira, que cruzámos, para dar início a uma série de subidas e descidas.
Num dos cruzamentos enganei-me e como alguma malta ia um pouco adiantada, lá fizeram uma descida não programada e para entrarem de novo no trilho, tiveram que puxar ferro numa parede terrível.
Eles que o digam, pois eu e o Micaelo não fomos em cantigas e demos a volta, chegando ainda a tempo de nos divertirmos a ver a chegada daquela rapaziada junto a nós com lingua de palmo. (g'andas heróis. eheheh)
Foi uma maldadezinha. Pois então!!!
Logo a seguir, uma longa e bem inclinada descida, onde a adrenalina disparou por ali abaixo, só parando no leito do Ribeiro da Pipa, próximo do local onde este desagua no Ribeiro do Barco. (quando leva água, claro!!!)
Seguiu-se um trio terrível de subidas, na zona das Casas Velhas, onde o meu altímetro atingiu os 24% de inclinação, até virarmos à esquerda para invertermos a posição da bike, de novo em direcção ao Ribeiro do Barco e novamente com o rabinho bem para trás. (g'anda nice!!!)
Contornámos o cabeço onde o Ribeiro do Barco serpenteia entre este e o Cabeço do Pico até chegarmos à foz da Ribeira do Muro, que seguimos paralelamente pelo vale, entre velhos olivais até chegarmos ao alto e entrarmos num dos trilhos utilizados na II Maratona ACCB e onde demos início a nova descida, de novo para o Ribeiro do Barco, que cruzámos, desta vez , para nova subida para o Monte do Pereiral e Cabeço do Pico, onde parámos um pouco para pôr em acção as digitais e captar alguns momentos naquele local de quietude, que creio só perturbado por algum betêtista, numa rara passagem, ou caçador de esperas nocturnas, que ali tem montado o seu palanque.
Continuámos depois em direcção à N.1266, que liga a N.18 aos Lentiscais, para atravessar a Ponte sobre o Rio Ponsul.
Nesse trajecto, o Martim que vinha um pouco adiantado em relação ao grupo, deu de caras com um enorme veado que rápidamente desapareceu no matagal.
Atravessámos então a Ponte e nova viragem à esquerda para mais uma arfante subida, desta vez para os Lentiscais, onde parámos no Centro Social para beber o cafézinho e reabastecer os camelbacks do precioso líquido, porque o frio já era, sendo então substituido por um sol radiante, que já fazia mossa no esqueleto.
Já aconchegadinhos, era hora de regressar, tanto mais que o Filipe queria estar em casa por volta das 13h no máximo, para ir trabalhar.
Rumámos ao Valmedra e Monte da Assentada, onde o meu "Bontraguer Jones" (g'anda bosta) montado na roda da frente da minha bicla, me lixou novamente e num curto espaço de tempo.
Desta vez foi o "taco" que lhe tinha colocado anteriormente, que cedeu, quando o buracão que já tinha rasgou mais um pouco derivado à qualidade do pneu.
Bons, para tubeless de 500 e tal gramas, Baaahhh!!! . Deixo-os para os fanáticos do peso e dos passeiozinhos rolantes.
Vou comprar um pneu, dos de verdade!!!
Razão tinha o João Valente quando chamou ao pneu "Bontralho" em vez de Bontraguer.
É que ele em pouco tempo rebentou dois. Simplemente fizeram Puumm!!!
Bem, lá meti mais um taco, que contráriamente à minha espectativa, aguentou sem que o pneu perdesse ar até chegar a casa.
Agora vos digo!! Os tacos nos pneus tubeless funcionam perfeitamente, já me desenrascaram umas quantas vezes e em furos com grandes perfurações!!!
Agora, pneu cheio, nova corrida, nova viagem!!!
Toca a descer pelo Monte do Pardal abaixo, até avistarmos a Tasca da Tí Amélia. Que linda, à beira rio plantada e apesar de "esbarrondada" não deixa ningém com sede.
Quando por ali passo, quase sempre me começa a doer o joelho, pelo que tenho de imediatamente repor líquidos, para assim lubrificar as "cartilagens" Sagres, claro!!!
Uma "bjecazinha" e mais uma subidinha, que eu não ando aqui para perder peso, mas sim para não engordar!! Assim diz o Fidalgo, grande filósofo cá do burgo. eheheh
À aproximação da lixeira, o fedor era tal, que até os que vinham mais "arrasca" aceleraram, esquecendo-se momentâneamente que vinham cansados.
Mas logo de seguida entrámos na N.18.1 e por alí pedalámos alguns metros até virarmos à direita para entrarmos num belíssimo trilho pelo meio do eucaliptal e à meia encosta, que serpenteava numa vasta série de curvas e contra curvas, até chegarmos ao Monte dos Cagavaios, dando de caras com o imponente Monte de S. Martinho, com o seu belo marco geodésico bem cravado lá no alto. Que bela visão se tem naquele ângulo!!!
Contornámos o Cabeço e entrámos no denominado single das Palmeiras, até entrar na cidade cerca das 13h com 52 kms percorridos.
Para finalizar, eu e o Micaelo fizemos ainda uma derradeira paragem no Bar da Associação da Boa Esperança para a "bjeca" da despedida.
Que magnífica manhã de btt!!!
Um pouco dura, é verdade, mas belíssima, onde o esforço compensa os belos e diversificados trilhos que percorremos, aquelas alucinantes descidas e desafiantes subidas, sempre rodeadas de paisagens imponentes e puramente naturais, onde a flora e a fauna destes lugares de encanto me fascinam e ainda mais, quando priveligiado pela companhia destes 5 amigos que hoje me acompanharam e também eles, amantes do btt puro e duro.
É bom dar umas pedaladas mais "agrestes" de vez em quando, para não amolecer.

Fiquem bem
AC

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela ...

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel...

"Passeio de moto pelo Alto Douro Vinhateiro"

"O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura." (Miguel Torga) Com a  excelente companhia dos amigos Luís Miguel, João de Deus e Marta Farias, fomos "desbravar" algumas das encantadoras estradinhas panorâmicas do Alto Douro Vinhateiro. A saída foi programada para as 07h00 e, já na companhia do Luís Miguel, fomos até Penamacor, onde o João e a Marta já nos aguardavam junto às bombas de combustíveis locais. Já agrupados rumamos ao norte cruzando Meimoa, Vale da Srª da Povoa, Terreiro das Bruxas, Santo Estevão e Sabugal. A partir desta vila e com a bonita visão do seu famoso castelo das cinco quinas, entramos em terras de Ribacoa, onde o frescura matinal nos atormentou um pouco e nos fez reconhecer que o verão já lá vai e as temperaturas vão já sofrendo metamorfoses, sobretudo em algumas zonas e, esta é uma delas. Logo após abandonarmos o Sabugal, viramos à direita para as Quinta...