Avançar para o conteúdo principal

"III Raid AC-Trilhos e Aventuras ... o rescaldo"

De vez em quando tenho este "tique" de envolver alguns amigos nesta minha sede de aventura por ai algures entre cabeços e vales, buscando algo que nem sei bem explicar, mas que me conforta a alma, me define o espírito, me tonifica o corpo e me afasta da clausura dos ginásios e afins e me sacia a sede de contemplar paisagens no seu infinito, calcorreando veredas e caminhos e transpondo regatos, alguns bem crescidinhos, transformando o cansaço em prazer e burlando a máxima de que o tempo é dinheiro.!!!
Bom. É melhor acabar com esta lamúria, senão ainda acabo lavado em lágrimas. eh eh eh!!!
Como já aconteceu por duas outras vezes, fiz um convite no meu blog aos meus amigos e naturalmente, a quem me quisesse acompanhar nesta pequena aventura lá para os lados de Vale Mourão, em completa autonomia, ou melhor, sem depender de terceiros, apenas com a amizade, companheirismo e espírito de ajuda sempre presente nestas andanças.
Aceitaram o convite oito companheiros pedalantes e penso que como eu, ávidos de aventura, ou pelo menos para saciarem a sua curiosidade, para me acompanherem neste que foi o meu "III Raid AC- Trilhos e Aventuras.


Eu AC, Paulo Jalles, João Valente, Nuno Maia, João Afonso, Jorge Palma, Carlos Pio, Luís Lourenço e o Marco, fomos os protagonistas desta longa aventura que ziguezagueou entre os Concelhos de Castelo Branco e Vila Velha de Rodão, para voltar práticamente ao ponto de partida.


Desta vez e atendendo à quilometragem, que ultrapassou os 100 kms, ficando-se pelos 102 kms, no meu caso, esperava-se um grande empeno por parte de alguns companheiros, mas não foi, na minha óptica, o que aconteceu.
A malta fez o percurso de forma alegre e descontraída, o que à partida elimina o stress e a concentração empenhada noutro tipo de passeios, se bem que fiquei com a impressão que um ou outro companheiro também quisesse mostrar que "estava presente".


Toda a rapaziada se superou e concluiu este raid de uma forma natural e com alguma normalidade, como se já estivessem habituados a estas andanças, que para alguns não está longe da verdade.
Há sempre um ou outro a quem custa mais um bocadinho, mas o tempo e a prática são uma boa cura.
Fiquei imensamente satisfeito por ver que nos meus raides continuam a participar a malta que normalmente me acompanha e a que outros se aliaram pela primeira vez, esperando que tivessem gostado e que continuem a aparecer para fazer uma das coisas que muito gostamos de fazer. "Pedalar, apenas pelo prazer de pedalar!!!"


Saímos da Pires Marques pouco depois das 07h30 em direcção à Barragem da Talagueira depois de engrossar o grupo com o último companheiro, o Luís Lourenço, que nos esperava junto às instalações do NERCAB.
Passada a Barragem, desta vez pejada de pescadores desportivos que alí vão fazer uns treininhos para calibragem de material e engodos que depois aplicam nos concursos de pesca onde participam, rumámos às Benquerenças Velhas com uma ligeira paragem para beber água na fonte alí existente.


Seguiu-se a rápida descida para a Foz, onde a Líria despeja as suas águas no Rio Ocreza, ali fazendo nova paragem, desta vez para a foto de grupo e ganhar ânimo para a subida que dá acesso à Aldeia dos Calvos.
Uma pequena aldeia, com pouca vida e onde mal entrámos virámos à esquerda para os lados das Ferrarias que atingímos após um par de boas subidas, recordando o amigo Roberto, dalí natural e que nos brindou já este ano com um passeio naquela zona em excelentes trilhos e com umas também excelentes "Tibornas". Quem não recorda "Os Trilhos de Xisto!!!"


Tendo ainda em memória alguns pequenos singles daquele passeio, recordámo-los "in loco" lançando-nos depois encosta abaixo abaixo até ao bonito aglomerado do Lagar do Carril, onde parámos para comer algo e tirar um par de fotos.
Seguiu-se a longa subida para o Vale da Pereira que cruzámos em direcção ao Vale da Saraça e Fonte Longa, desta vez com paragem no "Café do Zé", guiados pelo João Afonso, natural da zona e onde abastecemos os depósitos "carnais", com umas "sagrespans", vulgo bjecas na gíria, aproveitando ao máximo as potentes propriedades da cevada, que depois de liquidificada e ingerida em dose dupla, até encarquilha os dentes do pedaleiro e verga o mais vigoroso guiador.


É claro que excluo os viciados da coca (cola), produto este que só faz soprar e quase sempre pelo local errado. eh eh eh!!!
Depois de saciados e de termos juntado ao grupo, por breves minutos, um outro companheiro residente no local e onde os anos e a "fogosidade" para o pedal pareciam ainda não fazer mossa, seguimos a nossa viagem em direcção às Portas de Vale Almourão, ou Vale Mourão, passando ainda no Vale Coelheiro e após calcorrearmos alguns kms em estradão mais ou menos plano adoptámos uma posição mais baixa para nos lançarmos em direção à ribeira que passa no Vale junto ao Gaviãozinho e num rápido sobe e desce atingímos a Ribeira do Alvito, que atravessámos, uns pedalando e outros mais temerosos, ou com receio de serem mordidos por alguma piranha, sabe-se lá, para subirmos desta vez ao estradão panorâmico que vem da Catraia para o Sobral Fernando, às portas do Vale Mourão.


Com paisagens soberbas, fomos absorvendo aqueles kms de prazer até atingirmos a Aldeia de Xisto da Foz do Cobrão, onde planeámos comer algo sólido.
Mas a surpresa estava para vir, pois naquele local e apesar de alí existir um afamado restaurante, não havia pão para fazer um par de sandes.
Chama-se a isto turismo de qualidade!!!


Da próxima, irrompemos pelo restaurante dentro e pedimos uma sopinha de feijão, ou um caldinho verde, tavez resulte. eh eh eh!!!
Da Foz do Cobrão até à Portela da Milhariça o trajecto foi feito em alcatrão pelo Vale Morão para depois cruzámos a A23 pela passagem superior alí existente e descermos num trilho algo técnico até à Aldeia de Tavila cruzando a zona da rotunda da via nova para Vila Velha de Rodão, voltar aos trilhos em direcção ao Tostão, onde mais uma vez fomos em busca dum par de sandes para aplacar a "fominha" a um par de companheiros um pouco mais incautos e uma vez mais não havia pão.
Mas o que comerá aquela gente com o "conduto"? Chiça!!!


"Mas menino desenrascado, nunca deixa de ser engraçado" e valeu a proximidade da arca dos gelados "Ólá", que levou um belo "rombo".
Eu, que pelo sim pelo não, levara duas sandochas de presunto, fiquei-me pela "sagrespan" que ainda havia umas subiditas para fazer!!!
Após mais uma adrenalínica descida para o Vale de Vila Velha de Rodão, seguiu-se a arfante subida para a Atalaia e onde o amigo Paulo Jalles, já com os ponteiros do relógio a descaírem bastante, teve que seguir por alcatrão para amealhar algum tempo, pois tinha compromissos.


Já cá em cima no planalto, seguimos o estradão que nos levou às Sarnadas e que nada tinha de complicado conseguindo finalmente encontrar uns pãezinhos com chouriço num Café nas Sarnadas que amenizou um pouco alguns estômagos. Eu, fiel aos meus princípios, mantíve-me pela sagrespan, pois ainda havia que transpor a Serra das Olelas.
Já lá no alto, naquele belo Cabeço, foi reconfortante aquela visão panorâmica com a cidade como pano de fundo após quase 100 kms nas pernas. Parecia algo irreal.


Até Castelo Branco, já mais ninguém se queixou e a visão daqueles belos telhados deu "ganga" à rapaziada que até já sprintava para a meta virtual e que acabámos por tornar realidade numa mesa de chapa na esplanada da Associação do Valongo para uma derradeira "sagrespan", cuja finalidade já nada tinha a ver como um estimulante para as subidas, mas sim como uma gratificante ajuda para uma retemperadora "sestinha" após um relaxante banhinho de água tépida.
Um abraço amigo à malta que me acompanhou nesta minha "obstinação" e desculpem lá qualquer coisinha!!!
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos
Até lá
AC
Clique aqui para ver mais fotos
"III Raid AC-Trilhos e Aventuras"

Comentários

Anónimo disse…
obrigado ANTÓNIO por teres organizado este III Raid. Para mim um ciclista com inumeros anos de Volta A França e contigo partilhados em vários passeios ciclisticos não me podia ter sabido melhor, foi tudo do melhor, a companhia desses grandes atletas e as maravilhosas paisagens que me mostras-te. Para o ano voltarei, esperando como representante de Lisboa, estar ao nivel ciclistico praticado ai em Castelo Branco.
Claro que nunca será possivel atingir o nivel de AC essa lenda viva do ciclismo.
Um muito obrigado pelo apoio que me dás aí em Castelo Branco
Paulo Jalles
Jorge Palma disse…
Mais uma vez valeu a pena e superou, de longe, as expectativas.
O Vale (Al)Mourão é, realmente, fabuloso.
Deu para "refrescar" corpo e alma, em boa e sempre divertida companhia.
Um agradecimento especial ao "chefe" Cabaço, por ter proporcionado mais esta bela aventura, que apenas pecou por ter sido curtinha, com poucas subidas e sem furos a chatear! Como diz o outro: "É bonito sim sr. mas é para meninos!"... eheheh
Já estou a pensar no próximo domingo!!!
Jorge Palma
Anónimo disse…
Olá amigo AC...

foi de facto um RAID muito bonito... pelos trilhos e em especial pelos amigos do pedal!! A todos muito obrigado pela companhia e para ti um grande abraço e parabéns pela iniciativa!

Vemo-nos nos trilhos... eh eh...

Carlos Pio
Meu caro, estou neste momento a tentar criar uma rota de Lisboa a Badajadoz, para ser percorrida de bicicleta. Podem ser estradões ou trilhos mas com qualidade ciclável do ponto de vista de passeio. O que me pode sugerir entre Mora, Pavia, Vimieiro e Estremoz? Se tiver tracks, por favor envie-me para ecoviasportugal@gmail.com
Cumprimentos. Paulo

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel

PPS PR1 e PR2 - Caminho de Xisto do Fajão e Ponte de Cartamil,"

"Eu escolho viver, não apenas existir." (James Hetfield) Em dia de mais uma das minhas caminhadas, sempre na companhia da minha cara metade e excelente companheira nestas minhas passeatas pela natureza, fomos até à bonita Aldeia de Xisto de Fajão. Fajão, é uma aldeia de contos, que convive com as escarpas quartzíticas dos Penedos de Fajão, encaixada numa pitoresca concha da serra, alcandorada sobre  o Rio Ceira, perto da sua nascente, cuja configuração faz lembrar antigos castelo naturais. Chegamos à aldeia pouco depois das 08h30, sob intenso nevoeiro, que nos criou alguma apreensão sobre se daríamos, ou não, inicio à caminhada. Mas a impressão era de que a neblina estava a levantar e o sol começaria a iluminar o bonito Vale sobre o Rio Ceira, rodeado pelos impressionantes Penedos de Fajão e pela Bela Serra do Açor. A beleza que ainda não à muito tempo caracterizava aquela zona, era agora um pouco mais cinzenta, depois da devastação causada pelos fogos