A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio".
É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!!
Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo.
Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo.
Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pedalar.
Iniciámos o percurso em alcatrão, atravessando a ponte sobre a Ribeira de Bogas virando seguidamente à direita, sempre em alcatrão.
Já próximo da Urgeiriça entrámos então nos trilhos onde logo ali se poderia ver uma antevisão do que nos esperava, pela beleza do trilho sempre sobranceiro à ribeira com as suas hortas bem "amanhadas" e viçosas.
Saímos do trilho para entrar em Bogas de Baixo subindo ao alto da povoação, onde numa viragem à direita procurámos de novo a companhia da Ribeira de Bogas ladeando-a por longos kms em belos estradões pelo Vale de Galegos, Carvalhal, Antas e Lodeiro até chegarmos à pacata Aldeia de Bogas do Meio que cruzámos pelas suas ruas peculiares, agora em direcção a Bogas de Cima sempre com a Ribeira de Bogas no nosso campo visual. Lindo!!!
À chegada a Bogas de Cima fomos logo presenteados com a bela visão da "Casa Redonda" uma bela construção em xisto de forma arredondada e muito bela e que nos distraiu um pouco para a subida paralela ao santuário até virarmos à direita, agora em direcção ao Cabeço Alto e Alto de S. Domingos numa longa subida até atingirmos o Parque Éólico, com um calor de abrazar e nem as longas élices em lento movimento giratório nos amenizavam a temperatura corporal, cujo suor corria em bica por todo o corpo.
Mas a paisagem que dali se podia avistar era simplesmente "brutal" fazendo-nos esquecer a dificuldade da subida e valer a pena aquele pequeno empeno para poder depois desfrutar de toda aquela plenitude.
Sobre a direita um bonito vale, onde se vê acantonada lá no fundo a Aldeia de Boxinos e o Vale do Abutre rodeados de parques eólicos e sobre a direita os Vales do Godinho, Cavadinha, Passarinhas, Valeiras, Torgalho, D. Bento e da Ucha, salpicados aqui e ali por pequenas aldeias, sobressindo as maiores, S. Martinho e Barroca do Zêzere.
Depois de conquistada a subida ao Alto de S. Domingos, lançámo-nos numa descida alucinante em direcção a Silvares onde na parte final da descida ladeámos alguns pomares de cerejeiras "anãs", assim lhes chamo por serem bastante pequenas, pouco maiores que arbustos e completamente carregadas de fruto. Nunca tinha visto tal!!!
Chegados à estrada alcatroada, logo alí existe uma bela fonte natural de água proveniente da serra e bem fresquinha que nos saciou a sede e encheu os camelbacks.
Já reabastecidos continuámos em direcção ao Cabeço do Pião, onde é feita a lavagem do minério estraído das Minas de Volfrâmio da Panasqueira, agora em estado algo degradado, entrando num dos trilhos (single tracks) para mim mais bonitos de todo o percurso, o Percurso Rupestre das Escombreiras e que segundo me disse o Nuno era o habitualmente percorrido pelos mineiros nas suas deslocações para as Minas e regresso a casa.
Alguns kms mais à frente entrámos em Barroca do Zêzere, uma bonita aldeia ladeada pelo Rio Zêzere, que continuou a ser a nossa companhia até final.
Ali parámos num café local para beber um par de bjecas e mascar um punhado de amendoins, gentilmente oferecido pelo proprietário e antes de sair da aldeia fui efectuar uma pequena visita à Escola Primária, uma das primeiras onde a minha esposa esteve colocada à quase trinta anos, fazendo-me recordar os tempos em que a ía levar aos domingos à noite e buscá-la nas sextas feiras à tardinha. Velhos tempos de alguma dureza!!!
Após passar a rudimentar ponte que cruza o Rio Zêzere, entrámos num espectacular e técnico single track que nos deliciou, sempre junto à margem do rio passando pelo Milheiral, Vale de Mariboa e Alagoas até chegarmos a Dornelas do Zêzere.
Alí cruzámos o rio para a outra margem através numa estreita passagem no paredão da pequena barragem para do outro lado efectuarmos uma pequena subida até, felizmente, ao bar da Associação Recreativa e Cultural de Alqueidão (ARCA), onde abocanhámos mais uma bjeca, bem fresquinha para arrefecer a "mioleira" que certamente já viria a ferver. De novo reabastecidos, continuámos, sempre ladeando o Rio Zêzere que nos surpreendia constantemente com as suas multiplas paisagens, sempre belas, passando pelos Vales do Pereiro, Milheiral e Carregal até chegarmos à Aldeia de Janeiro de Cima, onde o Nuno fez questão de me mostrar o bonito museu da Casa das Tecedeiras, continuando seguidamente a nossa aventura em direcção a Janeiro de Baixo, nosso destino final, que culminou no ponto de partida, a bonita Praia Fluvial.
Após um banho retemperador, seguiu-se o ataque a uma bela bifana no pão e uma bjeca final, pois ainda tinha que conduzir a minha "jipose" até Castelo Branco.
O Nuno Diaz ficou em Janeiro de Baixo com a família e eu regressei à base.
Foi um dia bastante agradável com um passeio por trilhos e locais de sonho e que recomendo vivamente a toda a gente que gosta de Btt e de estar em contacto com a natureza.
Quem fizer este percurso, certamente nunca mais o vai esquecer. É de uma beleza indescritível!!!
Vão ter a oportunidade de o fazer no mês de Setembro, em data ainda por definir.
O Nuno Diaz em tempo útil dará a conhecer à malta a data para podermos usufruir duma bela manhã de btt e onde as famílias nos poderão acompanhar, podendo também elas desfrutar das pontencialidades da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo, na margem direita do Rio Zêzere.
Fiquem bem
Vêmo-nos nos trilhos
Até lá
AC
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Rota do Volframio |
Comentários
LR
O Nuno Dias que defina já uma data para o pessoal planear a vida ;-)
1 Abraço
Um percurso lindissimo que aualquer mortal gostaria de conhecer
Pena é que este blog não tenha tido um seguimento regular
Venham daí continuem a mostrar nos as vossas aventuras aqui ou noutras paragens
Parabéns