Hoje fui passear a minha "ézinha" até Idanha a Velha, antiga capital da Egitânia e testemunha de uma história muito antiga, súmula de prestígio e reveses.
Saí como habitual pelas 08h00 e rumei a S. Miguel D'Acha, com passagem por Escalos de Cima e S. Gens. A chuva e o alerta amarelo da meteorologia, pareciam não fazer qualquer sentido, pois o céu apesar de algo nublado, na primeira metade da manhã, não me pareciam dar indícios de chuva, e como tal, nem me precavi para tal fato.
O vento, esse sim, soprava com alguma intensidade e foi sempre um forte adversário, em práticamente todo o percurso.
Apenas a partir de Ladoeiro se rendeu e me beneficiou na ascensão aos Escalos de Baixo e chegada à cidade.
Não fiz a minha habitual paragem para cumprimentar a D. maria e beber o cafézinho matinal e segui para Proença a Velha, outra aldeia rica em história.
"Com uma vida que ronda seguramente os mil anos, Proença-a-Velha é uma das mais antigas povoações de Portugal. Temos notícia da sua existência desde os alvores da nacionalidade, quando o rei Afonso Henriques desenvolvia a sua política de recuperação e povoamento indispensáveis à identidade geográfica do seu reino. (...)( Profª Doutora Manuela Mendonça - Edições Colibri )
Depois de cruzar as irregulares ruas da aldeia, segui para Medelim, outra histórica aldeia beirã, que guarda no seu interior segredos que são fruto de uma história antiga que remonta ao tempo dos romanos.
É conhecida como "aldeia dos balcões", em virtude das inúmeras casas de balcão que conserva na sua malha urbana. Terra de bons canteiros, e serralheiros, a eles se deve muita da qualidade dos trabalhos em pedra e ferro que encontramos por toda a aldeia e nos arredores.
Aqui parei no Café da Beira, a seguir às bombas, para a matinal dose de cafeína.
Virei seguidamente à direita e fui até Idanha a Velha, o meu objetivo de hoje.
Visitar a aldeia histórica de Idanha-a-Velha (antiga Egitânia) é conhecer um passado histórico testemunhado pelos seus monumentos que a tornaram num museu ao vivo. Do muito que há para ver e do imenso património existente destaca-se a Sé Catedral e o amplo conjunto epigráfico dos mais importantes relativo ao período de permanência dos romanos em terras lusitanas, povo que deixou o seu legado bem presente, com influência direta na então capital Egitânea.
Depois de uma visita mais demorada, abandonei esta bonita aldeia histórica e segui em direção a Alcafozes, não entrando na povoação, ficará para outra altura e rumei a S Gens, onde virei à esquerda em direção ao Ladoeiro, povoação detentora de alguns vestígios Romanos e que, segundo José Hormigo, até 1505 se chamava Esporão. Foi rebatizada por Ladoeiro devido aos inúmeros charcos e lodeiros que abundavam na região.
Depois de passar a aldeia, consegui finalmente um pouco do favorecimento do vento que toda a manhã se fez sentir e a subida da Monheca, hoje até pareceu mais fácil.
Depois de cruzar os Escalos de Baixo, a última aldeia do meu passeio asfáltico de hoje, foi um instantinho enquanto cheguei à cidade.
Eram 12h10, o meu aparelhómetro marcava 101 kms e eu estava satisfeito por não ter ficado na cama e ter ido mais uma vez passear a "ézinha", a minha fiel companheira de pedalada asfáltica.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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