Na continuação da narrativa desta nossa bicigrinação completámos a segunda e última etapa no passado dia 06 de Outubro.
Como previamente combinado, levantámo-nos pelas 06h para irmos tomar o pequeno almoço a uma pastelaria que distava apenas duas centenas de metros da pensão onde ficamos alojados.
Trouxemos logo os sacos para ficarem na viatura do Fidalgo e fomos tomar o pequeno almoço.
Carregámos as bikes que tinham ficado guardados numa sala do primeiro andar, preparámos o material, oleámos correntes e partimos em direção ao Altar de Fátima.
O sol ainda se espreguiçava e a forte neblina matinal teimava em deixar-nos ver a beleza da cidade, a acordar acomodada naquele imponente "cabeço".
O Rio Tejo, também ele envolto naquele branco lençol, apenas deixava ouvir um pequeno ruído da água a fluir em direção à sua foz, enquanto alguns pescadores tentavam a sua sorte no percurso de pesca defronte à Aquapólis.
Depois de cruzarmos a ponte, encetámos a longa subida ao Castelo de Abrantes, por ruas e ruelas, todas com pendente "idónea".
Alcançamos os jardins que ladeiam o castelo e as bonitas paisagens que dali ansiávamos descortinar, foram substituídas por uma imagem surreal criada pela neblina e pelas longínquas chaminés da Central Termoelétrica do Pego que rompiam aquele mar de nuvens.
Foi um momento único!
Descemos em direção ao quartel e passada a Abrançalha, virámos à esquerda para a zona dos milharais rumo a Constância.
Passámos pela Casa da Preta, Quinta da Barca e Quinta da Capela, antes de entrarmos em Rio de Moinhos, onde tomámos o estradão em direção ao rio, pedalando no trilho do GR.12 pelos milharais da Terra Fria até Constância
Em Constância, parámos no café esplanada do jardim junto ao rio, para nos refrescarmos e descansar um pouco.
Depois de alguns momentos de bom humor, continuámos as nossas pedaladas cruzando a ponte sobre o Rio Zêzere em direção a Casal dos Pintainhos e, maioritariamente por estradões, fomos passando Vale da Roda, Ferrolhoa, Vale das Éguas, Vale do Ebra, Vale da Maia, Sabugueiro, Lamarosa e Pé de Cão, onde parámos um pouco para atestar bidons e camelbacks, numa casa particular, por cortesia da sua proprietária que amavelmente nos ofereceu água.
Se até então tudo tinha sido facilidade, por trilhos e estradões sem pendentes de relevo, a partir daqui, a coisa iria mudar um pouco de figura.
Seguimos para Vargos e parámos num café no Outeiro Grande para uma última bebida.
A última dificuldade do dia em termos de ascensão estava a aproximar-se com a nossa chegada á Rechaldia, onde enfrentámos uma subida com pendente considerável à Capela da Sra da Serra. Valeu-nos o fato de ser em asfalto.
Estávamos já no bonito Parque Natural da Serra d'Aires e Candeeiros.
O terreno mudou e a pedra foi aparecendo gradualmente, com algumas passagens um pouco mais técnicas, mas do agrado da rapaziada.
As Trapadas, Cabeço das Fraguinhas, Cabeço da Carrasqueira, Vale Chão da Mendiga e Cruto das Cavalarias, foram os locais de passagem antes de chegarmos à povoação do Bairro, onde desta vez não chegámos a entrar.
À semelhança do ano transato, divertimo-nos por varios single tracks, alguns bem curtidos, antes de chegarmos à Via Sacra dos Valinhos que visitámos em parte, antes de entrar em Fátima.
A ansiada chegada ao parque nº.2 deu-se a "bater" as 15h00 com as famílias já à nossa espera aplaudindo a nossa chegada.
É sempre um momento único e de emoções, mais para uns que outros, mas um momento que sempre fica registado nas nossas memórias.
Depois do banhinho tomado num dos balneários do santuário, seguiu-se a degustação das merendas com que os nossos familiares nos presentearam e que foi o pretexto para um fantástico momento de convívio, camaradagem e companheirismo.
Não se falou de médias horárias, acumulados nem provas ( o que quer que isso seja!). Nem necessitámos de dorsais nas bikes para indicar que somos peregrinos, nem tshirts tendenciosas a publicitar a "coisa"! Somos de coração! isso basta-nos!
Pedalámos, conhecemos novos lugares, novas paisagens e outras gentes.
Cantámos, assobiámos, brincámos e disparámos "larachas" em todas as direções.
Em suma, divertimo-nos, praticámos um dos nossos desportos preferidos, testámos os nossos limites de forma racional e fomos mais uma vez até ao altar de Fátima, sem que esta nossa bicigrinação tivesse que ser mais um troféu para espalhar aos ventos, alimentando egos.
No final, passeámo-nos pelo santuário, uns assistindo à homilia, outros colocando velas no tocheiro pedindo à santa bênçãos para familiares e amigos. Outros, simplesmente se dedicaram à visita daquele santo lugar.
Uns regressaram mais cedo, outros mais tarde.
Assim se cumpriu mais um ano de ligação Castelo Branco - Fátima em Btt, acompanhado dum bom "lote" de amigos a quem agradeço a excelente companhia.
BEM HAJAM!!!
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
Filme.
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