Pelas 07h00 abandonei o "vale dos lençóis" e preparei-me para uma voltinha asfáltica, pois o tempo prometia, apesar da rua onde moro se encontrar ainda molhada.
Fui buscar a minha "ézinha" e resolvemos dar largas à imaginação e ir em busca de recantos ou passagens agradáveis ao olhar e confortáveis para o espírito que nos move.
saímos da cidade pelas 08h00, como habitual, com passagem pela zona industrial rumámos a Alvaiade com passagem pelas Sarnadas de Rodão.
O céu limpo, a ausência de frio e o vento fraco, dava para prever uma bela manhã de pedaladas.
Em Alvaiade virei à direita e depois de passar a Sarnadinha fleti de novo à esquerda em direção à Foz do Cobrão.
Este acesso a esta peculiar aldeia, decorre por uma bonita e panorâmica estradinha, com uma espetacular panorâmica sobre o Rio Ocreza, Foz da Ribeira do Alvito e as Portas de Valmourão, logo após a passagem pelo Chão das Servas, que acompanhei até á Foz do Cobrão.
A entrada na aldeia é feita por estreitas ruelas de considerável inclinação negativa, que estando hoje úmida pelos chuviscos matinais, fez-me dançar um pouco.
Sensivelmente ao meio, no ponto de viragem para outra bonita estrada que segue para a Ladeira, está o Café Barateiro, onde parei para a matinal dose de cafeína. verdade seja dita, que o nome se justifica, pois o café aqui ainda é a 50 cts.
Desci seguidamente a última ruela até à pequena e estreita ponte do Rio Cobrão, onde parei para um par de fotos.
Segui depois para a Ladeira, ladeando de novo o Rio Ocreza, agora com um caudal mais volumoso, criando bonitas paisagens.
Depois de passar a Ladeira virei à esquerda e segui para o Perdigão, onde voltei a entrar noutra estrada panoramica, desta vez em direção a Vila Velha de Rodão.
Recheada duma fabulosa paisagem, passei ao lado de Aldeia Ruiva e, lá no alto, fleti à direita para uma visita à altaneira Atalaia do Rei Wamba e ao seu espetacular miradouro sobre o Rio Tejo e as Portas de Rodão.
Desci à vila e como habitual, fiz a paragem da praxe na Bolaria Rodense para o pastelzinho de nata, desta vez acompanhado por um sumo, pois já tinha bebido o cafezinho na Foz do Cobrão.
Se até aqui tudo tinha sido uma maravilha, a partir daqui a coisa complicou-se mais um pouco. O vento começou a soprar forte e quase sempre frontal, dificultando bastante o meu regresso à cidade.
Mas o prazer de pedalar e a forma como o faço, na maioria das vezes, ou quando os companheiros me o permitem, superam sempre esta dificuldade acrescida.
Deixei Vila velha de Rodão pela N.18 e depois de passar pelo Coxerro, fleti de novo à direita em direção a Alfrívida, com passagem pelos Perais.
Segui depois para os Lentiscais cruzando o Rio Ponsul e ao entroncar na N.18-8 rumei então diretamente à cidade depois de vencer os Enfestos e o "Petit Col du Gitan" com o vento ainda bastante forte, a complicar os derradeiros quilómetros.
99 kms de pura evasão, bonitos locais de passagem e uma manhã solarenga, onde só o vento a partir do meio da manhã, não se alheou de criar alguma dificuldade, tornaram este dia bem agradável e prazenteiro, praticando um desporto que adoro e me tonifica a mente e o espírito.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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