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"Por las Dehesas Estremeñas e Pantano de Alcantara"

Já há algum tempinho que andava para dar esta voltinha que tinha "magicado" ainda no ano passado.
Nada de especial, apenas que já por ali tinha passado tanta vez de carro e fiquei sempre com a vontade de dar a volta completa ao Pantano de Alcântara, pois ficava sempre agradado com a panorâmica daquela enorme barragem.
Ontem, foi o dia escolhido, após ter combinado com o Jorge Palma e o António Leandro.
Para que o passeio se tornasse mais agradável e menos penoso, encurtámos a quilometragem e fomos dar o "tiro de partida" a Segura.
Pelas 07h00, peguei na minha "fragonete" e fui buscar o Jorge Palma. Na Pires Marques, juntei-me ao Leandro e rumámos a Segura, estacionando no recinto defronte do clube de caça e pesca local.
Logo para começar, ficámos um pouco "amuados", pois o nevoeiro que cobria a zona, pouco nos deixava "enxergar" e trouxe com ele um friozinho nada agradável.
Ainda assim, não perdemos o entusiasmo e descemos à internacional ponte romana de Segura, que nos deu entrada no país hermano e, num constante sobe e desce, seguimos para Piedras Albas, passando pela velha aduana, sem entrar na povoação.
Em sentido mais descendente, lá fomos pedalando até à magnífica ponte romana de Alcântara, que  ainda coberta com algum nevoeiro, criava uma imagem quase surreal. Bonito e diferente.
Parámos do outro lado da ponte para um par de fotos e comer a primeira barrinha energética, ou não, que levávamos nos bolsos do jersey.
Vá-se lá a saber porquê, tanto eu como o Leandro, levávamos vestido os jersey do nosso glorioso Benfica, rebuscados à ultima da hora no fundo do baú.
Subimos à bonita Villa de Alcântara, que bem conheço e onde não chegámos a entrar.
Mesmo defronte do imponente Convento de S. Benito, virámos à esquerda e, pela CCV113, rumámos à Mata de Alcântara, onde parámos no café situado mesmo defronte da sua bonita e ancestral igreja.
Ali bebemos algo fresco e nos desfizemos de mais uma das barras que transportávamos, perdendo algum peso extra . . . como se isso fosse importante para nós!
Voltámos a pegar nas nossas "meninas asfálticas" e contornámos aquele bonito monumento. Imponente!!
Saímos da aldeia pelas suas estreitas ruelas e reentrámos na CCV113, rumo a Garrovillas de Alconetar, outra linda aldeia, bem grande e que nos contentámos em apreciar do seu miradouro, logo à entrada.
Passámos a povoação e seguimos ao encontro na N630, da qual tinha algumas reticências, por causa do eventual aumento do tráfico, mas nada disso aconteceu. Muito pouco, ou quase nenhum trânsito, que deu para imensas paragens para observar toda a magnitude daquele enorme pântano, com as suas águas azuladas e numerosos recortes. Fiquei com vontade de lá voltar!
Já quase a chegar ao cruzamento que nos iria levar até Portezuelo, onde pretendíamos almoçar, tivemos ainda que efetuar uma outra paragem para apreciar as espetaculares ruínas da ponte romana de Alconetar, agora completamente visíveis com a descida das águas da barragem.
Estava a gostar e, os meus companheiros de passeio, também não estavam a dar esta pequena viagem velocipédica como perdida.
O estômago já pedia algo mais que barrinhas energéticas, ou bolachinhas de supermercado e, tal como planeado, continuámos até Portezuelo, onde parámos num bar junto à estrada, para comer calmamente um belo "bocadillo de lomo caliente" e "unas belas copas de caña com limon", com os olhos postos nas belas ruinas do Castillo de Marmionda", guardião de Portezuelo.
Pedalávamos agora pela EX372 em direção a Acehuche, um percurso bastante ondulante, ao estilo "rompe piernas", como dizem os "nuestros hermanos".
Passámos Ceclavin e descemos ao Rio Alagón, que cruzámos pela sua alta ponte, para a derradeira subida, em terras espanholas, até ao cruzamento para Zarza la Mayor.
Cruzámos esta povoação e virámos seguidamente à esquerda, para a larga estrada de ligação a Portugal e Salvaterra do Extremo.
Reentrámos em Portugal pelo pontão sobre o Rio Erges e subimos a Salvaterra do Extremo.
À entrada da povoação, virámos à direita e enfrentámos o pior troço de estrada do percurso, apesar de bem panorâmico, que nos levou de novo a Segura e ao local onde horas antes tínhamos começado esta bonita aventura.
Depois de arrumar as bikes e restante material, voltámos a Castelo Branco, com um sorriso nos lábios, por mais um excelente passeio fora do nosso quintal.
Parámos ainda na Zebreira para uma mini bjeca, pretinha, pois claro!
Contas feitas, pedalámos 140 kms, contornando todo o Pântano de Alcântara, com visita mais ou menos demorada, ou apenas de passagem, por alguns povoados de "las dehesas estremeñas"
As minhas retinas já andavam a precisar de deixar de olhar apenas para o pneu da frente da minha "ézinha", ou para o pneu de trás do companheiro que segue à minha frente.
A próxima está a sair, sem stress, que o ano ainda tem doze meses!
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC



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