Já desde o ano passado que ando para realizar este percurso que desenhei, mas, por este ou por aquele motivo, ainda não tinha realizado.
Tenho de começar a despachar os "projetos" que tenho na gaveta, porque se estou à espera de melhor oportunidade, ou dos outros, fico na maioria das vezes a ver televisão no meu coçado sofá.
Vídeo parte 2
Tenho de começar a despachar os "projetos" que tenho na gaveta, porque se estou à espera de melhor oportunidade, ou dos outros, fico na maioria das vezes a ver televisão no meu coçado sofá.
Desta vez tive a sorte de me calhar como companheiro de aventura, o meu amigo Dário, cuja filosofia, nesta "coisa" de dar ao pedal, é quase gémea, falta-lhe apenas o tempo que eu tenho disponível para estas "entradas" em terrenos agrestes, paisagens únicas e trilhos a desafiarem os nossos limites.
Nesta passada quinta feira, foi o dia escolhido para este fantástico dia.
O cenário não podia ser mais bonito para início de volta campestre.
Chegámos à zona de mercado junto ao paredão da barragem e estacionámos a minha fragonete. nem vivalma!
Iniciámos o percurso pela levada de água que sai da barragem em direção à Casa Alta e logo depois, estávamos a cruzar a bonita Barragem do Covão do Forno, num bonito recanto, digno de postal.
descemos á câmara de carga da conduta e subimos à Lomba para visitarmos outra bonita bacia de água, desta vez a Charca dos Molinhos, qua passámos também pelo passadiço do paredão.
Mais uns trilhos ajeitados e ao chegar a alto, uma visão única com a Barragem do Lagoacho a nascer ante os nossos olhos. Simplesmente fabuloso!
Descemos ao passadiço daquela bonita bacia hidrográfica e continuámos pelo estradão do GR22 até à barragem do Vale do Rossim, também sem ver vivalma. Eramos os donos e senhores daqueles vales e cabeços. Que sensação!
Pedalámos ainda algum tempo pelo Vale do Rossim, que deixámos para ir ao encontro do Vale da Perdiz sempre em ligeira ascensão até ao Cerro do Covão da Costa e Cabeço da Carnazeda.
Agora em sentido descendente seguimos para o bonito pontão da Ribeira da Fervença e a partir daqui,
o terreno inclinou-se mais um pouco, em descida mais trialeira e com uma brutal visão sobre o Vale Glaciário do Covão do Urso.
Passámos depois a Várzea, onde tivemos o encontro com os primeiros habitantes da serra, um belo rebanho de cabras, que cruzaram o caminho à nossa passagem.
Chegámos ao Sabugueiro, por uma curta e arfante subida em empedrado e cruzámos as suas bonitas ruas, ainda despidas de gente.
Antes de cruzarmos a estrada principal que desce a Seia, abancámos numa daquelas lojas que tudo vendem, desde o casaco de peles à sandes mista de presunto e queijo.
Conhecemos o Sr Vitor que nos aviou uma fabulosa sandes, mista para mim e só de presunto para o Dário, em pão caseiro, como já à muito tempo que não comia. Qual Mondeguinho qual carapuça! Já comi nos dois lados e a minha escolha foi fácil. Sabugueiro! No estaminé do Ti Vitor, pois então!
Um par de jolas fresquinhas acompanharam este belo repasto e puseram-nos finos para o restante percurso. E que percurso. Se até aqui tinha sido fantástico, a partir daqui não consigo adjetivar. Até eu fiquei surpreendido, pela positiva. Que trilhos!!!
Descemos à levada e acompanhado o bonito Rio Alva, seguimos a sua margem esquerda até ao Poço Negro e CHE do Sabugueiro.
sempre em single track, fomos descendo até á central do Desterro, onde entrámos na sua frondosa mata, rasgada de trilhos de encantar. Parecia termos entrado na Amazónia. Fabuloso!
Por ali nos entretivemos um pouco, à laia de turista, pois o encanto do local não nos deixava sair dali.
Acabámos por ir até ao castiço singular restaurante "Margarida" para nos refrescarmos com mais uma bjeca.
O sol radioso do alto do Sabugueiro, transformou-se em ténue neblina, que transformava o nosso passeio em algo quase surreal, consoante nos íamos embrenhando no famoso trilho dos Cornos do Diabo.
A primeira parte, logo à saída do restaurante, seguiu paralela à levada de água até ao cabeço do Castro.
A partir daqui, foi só adrenalina, pelo arrepiante trilho junto a uma antiga levada e zona escarpada, onde cair estava completamente fora de questão. Um espetáculo brutal e adrenalina a rodos!
A chegada aquele local único foi espantosa. "Cornos do Diabo” é o sugestivo nome do curioso rochedo localizado junto às águas da ribeira da Caniça, naturalmente ornamentado, mas que quase parece ter sido esculpido por mão humana. Tem quase seis metros de altura, em que no topo, devido à erosão, tem duas pontas em pedra aguçadas, semelhantes a uns cornos.
O local não tem saída pelo que tivemos que voltar atrás. E ainda bem, pois iriamos percorrer de novo, parte daquele adrenalínico trilho.
Sensivelmente a meio virámos à esquerda e por uma brutal trialeira, maioritariamente em calçada romana, descemos à Ponte da Caniça, onde se situa a bonita Praia Fluvial da Lapa dos Dinheiros.
mais uma pequena visita aquele bonito local e subimos á aldeia da Lapa dos Dinheiros, que cruzámos para entrar depois noutro longo e brutal single track que nos levou até às Ramilas e Cabeço do Castro.
A partir daqui, apenas serra pura e dura.
Uma longa e desgastante subida de cerca de 25 kms que nos foi desgastando pela Eira velha, Chão do Poço, Selada e Portela.
A chegada à Pedra da Vista, foi um momento de interregno e de algum descanso, enquanto descíamos até à estrada que vem de Vide em direção ao cruzamento da lagoa Comprida.
O sol escaldante voltou a fazer-nos companhia, enquanto íamos vencendo lentamente a subida até ao alto.
A vista sobre a lagoa comprida, foi uma lufada de alegria. Estávamos de regresso ao local de partida, mas . . . tinha ainda uma pequena surpresa!
Uma espetacular chegada pelo muro de uma levada de água e pelos paredões da barragem até chegarmos à fragonete, que na sua quietude nos aguardou pacientemente.
Voltámos a devolver-lhe as bikes e restante material, mudámos parcialmente de roupa e fomos até ao bar desfrutar do ambiente turístico que se vive naquela zona, ocupando a única mesa da esplanada, de vista privilegiada.
bebemos umas bjecas e voltamos a "roer" mais umas sandes serranas, aviadas em formato XXXL, que nos obrigaram a estar por ali bastante tempo. Era muita matéria prima, para tão pouco dente. Fenomenal. Que dia! Paisagens deslumbrantes, trilhos do melhor, companhia de exceção, um dia só para nós e as nossas biclas, que mais se pode desejar.
Assim foi mais um dia de volta vadia com a minha fiel santa, na companhia do grande amigo Dário e a sua trek com visual de "vaca leiteira", que desfrutámos de forma lúdica e divertida.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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