Contrariando as previsões meteorológicas para hoje, eu, o Jorge Palma e o Vasco Soares, acertámos ir passear as nossas "delgadinhas" por um percurso que, no nosso entender, privilegiasse a vertente paisagística, pois gostamos de ir pedalando, conversando e convivendo, absorvendo o que nos rodeia, na maior parte das vezes.
Abandonámos a cidade, com algum frio e uma preocupante neblina que se se abatia para a zona do Ponsul, para onde pretendíamos ir.
Mas foi uma preocupação, que não chegou a preocupar. Após a descida do "Puerto de los Gitanos", onde ainda há pouco tempo os "KOMistas" cá do burgo se torciam, com esgares de quem não gosta da sopa, a ver quem era o melhor cá da "aldeia", o nevoeiro praticamente desapareceu, mostrando um dia algo nubloso e pouco soleado, mas o ideal para um bom par de pedaladas.
Descemos à ponte sobre o rio Ponsul, onde não consigo deixar de mandar um olhar algo melancólico sobre aquela bonita ponte de traça medieval, que pacientemente aguarda um reparo das autoridades competentes, para voltar a mostrar toda sua beleza e esplendor.
Sempre pedalando descontraidamente seguimos para os Lentiscais, uma aldeia da freguesia de Castelo Branco, onde habitualmente costumamos parar para o cafezinho matinal, não sendo hoje contemplada, pois tínhamos já outros planos nesse sentido.
Descemos de novo ao Rio Ponsul, agora em direção a Alfrívida, com paragem sobre a ponte para apreciar o novo cais, do barco que faz o percurso turístico até Cedillo.
Passámos Alfrívida e Perais, para mais à frente após passarmos a Ribeira do Lucriz, entroncarmos na N.18, rumo a Vila Velha de Rodão.
A Bolaria Rodense e os seus apreciados bolinhos quentinhos, são já uma obrigatoriedade de paragem para a maioria da malta que passa pela vila pedalando.
Hoje foi o dia da bola de berlim, com exceção para o Jorge, que dá mais importância à área do produto, que ao seu recheio e formato.
Fomos de novo subir ao cruzamento para o Rei Wamba, pela bonita estradinha panorâmica, ficando mais uma vez adiada a visita àquela altaneira atalaia.
Contentamo-nos com a bonita visão sobre Aldeia Ruiva, enquanto descíamos em direção ao Perdigão.
Aqui seguimos em frente, para uns kms mais à frente virarmos para a estrada que acompanha o Rio Ocreza até à bonita aldeia da Foz do Cobrão, situada no sopé da encosta oeste da Serra das Talhadas, na margem esquerda do Rio Ocreza
"À margem esquerda do Ocreza aflui a ribeira do Cobrão. Foi aí que nasceu a antiga povoação que mais tarde subiu encosta acima, fixando-se num local de magníficas paisagens. A brancura das suas casas e as pinturas dos socos dá a entender a proximidade do Alto Alentejo. A crista quartzítica da serra das Sarnadas emoldura-a e abriga grifos e cegonhas-negras que, lá do alto, observam rochas com cerca de 500 milhões de anos marcadas pela ondulação e pelos fósseis de um oceano que já não é. O Rio Ocreza espelha-se a seus pés antes de galgar o açude construído há anos." (in Memória Portuguesa)
Cruzámos a aldeia pelas suas estreitas ruas de acentuada pendente e continuámos em suave ascensão pelo também bonito Vale do Cobrão, até chegarmos ao velho IP2, que nos levou até Castelo Branco, de onde havíamos partido umas horas antes.
Foi uma simpática manhã de pedalada, na agradável companhia do Jorge e do Vasco, que culminou com 95 kms, em boa harmonia e sã camaradagem.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles
AC
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