Avançar para o conteúdo principal

"Passeio pela Sierra de Gata"

Ontem foi dia de volta vadia!
Tinha ficado com a vontade de ir dar uma espreitadela nos trilhos da "Ruta us Madroñus" organizada pela Asociacion Deportiva Valverdeña em 16Nov2014.
Na companhia do Vasco Soares, rumámos a Valverde del Fresno pelas 07h30, depois de carregar as bikes e restante material na minha "fragonete".
Durante a viagem era bem visivel o grande geadão que cobria os campos e mesmo a estrada, sobretudo depois de Penamacor.
Mas, para nossa surpresa, em Valverde estava um lindíssimo dia de sol, mais ao jeito primaveril, que propriamente de inverno. A coisa prometia!
Depois de preparados para "atacar" os trilhos, fomos primeiramente até ao Restaurante Laura, logo ali a uns escassos metros e "injetamos" a matinal dose de cafeína, à espanhola, "solo", aguado e de gosto duvidoso! Mas bem . . . era café e, pelo menos, eliminamos esse vício matinal temporariamente.
Iniciamos o percurso logo em subida que se alongaria durante dez longos kms até ao Alto del Pizarrón.
Enquanto íamos ganhando altitude íamos ficando embevecidos com a brutal paisagem absorvida pelos nossos olhos nos imensos cumes e vales daquela zona serragatina, onde a neblina lhe dava um fascinante tom azulado.
Para mim, só esta primeira parte já valia a deslocação.
Conquistado o Alto del Pizarrón, seguimos pela cumeada que delimita Portugal e Espanha, podendo agora apreciar uma boa panorâmica sobre a Serra da Malcata. Abrindo as pernas, estávamos praticamente com uma perna em cada país.
Seguimos o trilho da cumeada que nos levou até ao Alto do Vale de Espinho, sempre rodeados de brutais paisagens, onde fletimos à esquerda para um estradão que seguia para os lados da Quinta do Major.
Durante cerca de sete kms foi descer e descer até chegarmos ao ribeiro que contorna parte das faldas da Serra da Malvana.
Rodeado de grandes medronheiros, alguns ainda com frutos, onde ainda me deliciei saboreando alguns, o estradão acompanhava o ribeiro por uma curva de nivel que nos levou até à zona de Zahurdón, onde nos embrenhamos numa sequência de trilhos bem catitas, entre estevais e olivais, até chegarmos à estrada que liga Penamacor a Valverde.
Aí cruzamos o ribeiro e voltamos aos trilhos, para contornarmos o Monte dos Agachados e voltarmos a cruzar a estrada seguindo agora para o Valle de la Viga em direção ao Rio Eljas.
Chegamos ao rio e os estradões transformaram-se em múltiplos single tracks, cada um mais espetacular que o outro.
Depois de cruzar o rio Eljas pela ponte, pedalamos durante algum tempo pela sua margem esquerda, onde o verde era a cor predominante. Muito bonito.
Depois de uma passagem não ciclavel, onde durante alguns metros tivemos que carregar as bikes, continuamos a ladear o Rio Eljas, que abandonámos mais à frente, para nos embrenharmos numa zona de olivais, em constante sobe e desce.
Com a aldeia de Eljas mesmo à nossa frente, abandonamos o estradão e entramos numa zona de barrocal e carvalhos, onde a diversão atingiu o auge com uma seção de single tracks com algumas passagens já a exigir alguma técnica, que me deixou a arfar, não de cansaço, mas de emoção. Estava ganho o dia . . . como se costuma dizer.
A aldeia de Eljas cravada na encosta da serra, era quase uma miragem. Mais à esquerda, a de Valverde del Fresno, indicava-nos que estávamos já no final da nossa aventura. Estávamos satisfeitos! O dia esteve sempre estupendo, com um sol quentinho e os trilhos despejados de gelo, com exceção de um par de curvas antes da Casa de Campo.
Teve que ser. Tivemos que abandonar os singles e fazermo-nos à estrada, a última seção antes de entramos de novo em Valverde.
Voltamos a carregar as bikes na "fragonete", vestimos a fatiota de viagem e estacionamos defronte do Restaurante Laura para comer algo mais sólido.
Um belo bocadillo de jamon, de york para o Vasco e um par de "cañas con limon", repuseram parte das calorias perdidas e puseram-nos em condição de regressarmos ao local de partida. Antes, mais uns cafés "solos" para tirar o gosto daquele pão espanhol esquisito, que nós por aqui conhecemos como pão de chapada.
No final, contabilizámos 64 kms de remansada pedalada, uma bonita aventura, muita diversão e mais uma manhã de vadiagem à minha moda.

Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles
AC

Video:-
 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Rota do Volfrâmio <> Antevisão"

A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio". É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!! Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo. Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pe

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel