Avançar para o conteúdo principal

"Tripeiro e Mourelo"

Hoje levantei-me com vontade de ir dar umas pedaladas asfálticas.
Fui à janela e apesar da estrada estar estranhamente molhada, estava sol.
Tomei calmamente a primeira refeição do dia, troquei o pijama pela licra e desci à garagem. Qual não é o meu espanto, quando chego à rua e não encontro o sol, mas sim uma neblina que lentamente se "enroscava" na cidade, deixando-me apreensivo, pois não gosto de pedalar em dia de nevoeiro.
Mas, normalmente quando isso acontece é só em volta da cidade e para a zona sul, em direção ao Rio Tejo, pelo que resolvi continuar.
Abandonei a cidade pela Milhã e passada a Ribeira da Liria, virei à direita em direção a Caféde.
À saida desta aldeia fleti á esquerda para a estreita estrada que vai até à Póvoa de Rio de Moinhos, onde fui tomar o cafézinho matinal, na Pastelaria Flôr do Outeiro.
Já com a malguinha despejada e o pastelzinho de nata no bucho, fiz-me de novo à estrada.
Não ia nada satisfeito! O nevoeiro mantinha-se e de vez em quando tinha que parar para limpar os óculos, pois sem eles, era pior a emenda que o soneto!
Lá continuei, subindo a Tinalhas, onde tomei o rumo ao Sobral do Campo.
Já estava farto daquela arreliadora neblina e, entrando no Sobral do Campo, subi à capela de Santa Cruz, um santuário bem altaneiro e donde se pode visualizar toda a serrania envolvente num ângulo de 360 graus.
Vale a pena. A vista era espetacular e pude constatar que estava a sair da zona de nevoeiro, pois a aldeia já estava praticamente liberta daquela chata neblina.
Cruzei a aldeia pelas suas típicas ruelas de empedrado irregular e segui em direção à pequena aldeia do Tripeiro, situada num promontório ladeada pela ribeira do mesmo nome. Adoro estes pequenos e belos recantos, ligados quase sempre por belas estradinhas panorâmicas, onde pedalar é um luxo.
Até ao Tripeiro, tudo bem, mas para sair dali rumo a outra bonita aldeia, o Mourelo, quase perdida no sopé da Serra da Gardunha, tive que "mamar" os 20% da subida logo a seguir à ribeira e que me fez arfar um pouco.
Passei pelo interior da aldeia, quase deserta, apreciando as suas bonitas e estreitas ruelas, também empedradas, até chegar ao asfalto, onde tomei a direção de S. Vicente da beira, onde cheguei, depois de passar ainda pelos Pereiros e Casal da Fraga.
Desta vez não parei e S. Vicente e continuei em direção ao Lourical do Campo, pela estrada que segue pelas faldas da Serra da Gardunha, sempre com uma bonita panorâmica, onde a Barragem da Marateca sobressaia, envolta em suave neblina.
Passei pelo Louriçal e segui em direção à Lardosa pela estrada da barragem.
Já na Lardosa, optei por seguir pela variante rumo aos Escalos de Cima e, depois de passar pelos Escalos de Baixo, entrei na cidade, pelas 12h30, após 90 kms pedalados numa manhã que começou bastante enevoada, terminando limpida e solarenga, dando assim por terminado mais um passeio lúdico com a minha fiel "ézinha"!
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Rota do Volfrâmio <> Antevisão"

A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio". É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!! Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo. Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pe

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel