Dia 7 - Llavorsí - Oveíx" - 70 Kms
Desta vez, não tomámos o habitual "desayuno" e, logo à partida, assentámos arraial numa das mesas à entrada do hotel e "devorámos" as sandes de "pic-nic", inicialmente programadas para serem comidas lá mais para a frente.
Saímos de Llavorsí, capital das águas bravas dos Pirinéus para entrarmos na espetacular Sierra de Pallars, onde iríamos atingir a cota máxima de toda a transpirenaica. 2275 m de altitude.
Ainda antes de completado o aquecimento da praxe, o Bruno Malheiro teve um furo na roda traseira da sua bike, daqueles esquisitos e que dão cabo da "mona" a um tipo.
Lá conseguimos resolver a situação. Mas, um mal nunca vem só!!! Tinha também um raio partido e os travões estavam a dar o "berro"!!!
Num desvio à esquerda, começámos a subir em direção a Arestui e Baiasca.
Uns kms mais à frente, deixámos Baiasca sobre a nossa direita e subimos a Arestui, onde havia um albergue.
No meio destes azares, aconteceu um milagre chamado Jordi. Um simpático habitante da aldeia e também fazendo parte da gerência do albergue, segundo creio, motoqueiro de aventura e por sinal lesionado numa das mãos derivado a um recente acidente de mota.
Pois bem, o Jordi, que tem uma oficina de cariz pessoal na sua garagem, disponibilizou-se logo para nos ajudar, indo buscar uns raios para substituir o partido na roda da bike do Bruno.
Azar!!! Nenhum deles dava. Eram demasiado compridos, além de demasiado grossos.
E aqui, aconteceu o que já é pouco usual vêr-se de hoje em dia. A existência de pessoas com um espírito de entreajuda e disponibilidade fora do comum.
Não nos conhcendo e sendo para ele estrangeiros, o Jordi, foi buscar uma das rodas da sua bike e mandou retirar uns quantos raios. Um serviu para substituir o partido e os restantes oferecidos como reserva para uma qualquer eventualidade. Fez todo este trabalho graciosamente, disponibilizou-nos a ferramenta necessária e a sua oficina para repararmos a roda. Não cobrou nada, nem nada pediu em troca.
Agora mais animados, lá continuámos a nossa ascensão aos Altos Planaltos do Parque Natural dos Altos Pirinéus.
Deixámos Arestui e sempre em longa e penosa subida, ansiávamos chegar a Montsent de Pallars.
Passámos pelo Collado del Cantó e Coll de Rat e parámos no Refúgio de Quatre Pins.
Aqui, desfrutámos de uma bela panorâmica de fundo com a montanha de Bony des Prades, a 2781 m de altitude e, mais à frente, parámos de novo, na fonte del Pla d'Artigues, para atestar os bidons de água frequinha, oriunda da montanha.
A partir daqui, o piso deteriorou-se bastante e a pendente elevou-se mais um pouco na ascensão ao Coll de la Portella a 2275 m de altitude.
Descemos um pouco pelos altos prados numa bonita e algo técnica trialeira, para voltarmos a subir, agora com uma pendente um pouco mais suave, com uma vista incrivel sobre a Sierra de Solá e Coll de la Portella de Dalt, sempre rodeando o Parque Natural des Aigues Tortes i Estany de Sant Maurici.
As paisagens que se nos apresentavam, eram soberbas, com espetaculares panorâmicas sobre o Vall del Pas des l'Ols e Vall d'Assua.
Ainda em ascensão, lá fomos pedalando, extasiados e absortos com toda aquela envolvência e magnitude, atingindo o Coll del Triador, com vistas fantásticas sobre as profundezas do Vall de Fosca.
Descemos seguidamente a Espui, uns adrenalínicos 11 kms pela Pala de Campolongo e entrámos no asfalto, onde tivemos por companhia, o Rio Flamicell, que ladeámos até Torre de Cabdella onde estava previsto terminar esta etapa.
Tal não aconteceu, pois o albergue que tinhamos como referência, estava fechado para obras. Havia então que encontrar alternativa.
Almoçámos num bar naquele local e com a ajuda do proprietário, conseguimos alojamento em Oveíx, uns kms mais à frente.
Almoçámos, agora já descansadinhos e rumámos a Oveíx, onde chegámos depois de mais uns kms de subida, com passagem por Astell.
Ficámos alojados numa casa de turismo rural, onde a simpática proprietária nos disponibilzou todos os géneros necessários para que o nosso cozinheiro de serviço, o Did, se aprimorasse na confeção do nosso jantar.
Um esparguete "al dente", complementado com um suculento "revuelto de setas" e acompanhado com um bom vinho da região. Uma boa "barrigada" dos tais hidratos, tão necessários para a etapa seguinte.
Quanto à bike do Bruno, ainda tentámos dar um jeito nos travões, adicionando óleo de travões Dot4, gentilmente cedido pelo propietário, mas não resultou. Os travões já não aguentavam a pressão e babavam o óleo pelas manetes. (vedantes)
Adiámos para o dia seguinte a tentativa de resolver o problema, no final da etapa em El Pont de Suert.
Quanto a mim, iria recordar com agrado, os trilhos da primeira etapa do Pirinèes Épic Trail do passado ano.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos,
ou fora deles.
AC
Comentários
vou acompanhando.
até já
Pinto Infante