Avançar para o conteúdo principal

"Por terras de montado"

Eram 07h30 e eu a olhar para o teto do quarto. Nahhh!!! Isto não é vida.
O facto é que me apetecia ir "vadiar" um pouco.
Pequei no "Tanganho", pensei um pouco e decidi ir até à zona de montado, pedalar por entre sobreiros e azinheiras ali para os lados de Monforte da Beira.
Já há uns tempos que ando para dar uma olhada a uns trilhos ali para os lados do Monte Barata e Vale de Paio e hoje, foi o dia.
Pelas 08h30, pus pés no pedal e fui em direção ao single do Quinteiro, onde entrei nos trilhos.
Passei no Monte do Forninho do Bispo e fiz todo o sobe e desce até ao VG do Alcaide, lançando-me seguidamente descida abaixo até ao Monte do Jambum, onde entrei no estradão para o Monte da Ponte e Ponte do Ponsul.
Subi depois ao Monte do Pardal e com passagem no Picado de Baixo e de Cima, entrei no asfalto, que segui até ao VG da Farropa, onde tomei a direção do VG da Sapateira, mesmo ao malhão do Monte da Granja dos Castelos.
Continuei as minhas pedaladas e desci para o Monte do Barrelas e, contornando a Serra do Carregal, cruzei o asfalto no cruzamento da estrada de ligação Monforte - Malpica e desci á Ribeira da Cachaça, que ladeei até ao Monte do Saraiva.
Passei as ruínas do casario do Monte do Lopes e tomei a direção do Monte Barata, que contornei, rumando seguidamente ao VG da Castiça.
Os trilhos por aquela zona começam a ser escassos para a malta do pedal, pois está quase tudo aramado e com grandes portões fechados a cadeado, pelos senhores da caça. Qualquer dia, nem os proprietários lá conseguem entrar!!!
Tive que seguir para a Casinha do Chicharro, onde apanhei o estradão que vem do Galisteu, até ao Malhão do Couto do Javiel, onde virei à direita e, de novo tive que seguir encostado às aramadas até ao Lameiro da Caiada onde desci para a Feiteira, pedalando depois pelo bonito trilho entre paredes e sobreiros, pelas Hortas de Alcains, entrando em Monforte da Beira pela Capela de Santo António.
Parei no Café do Joaquim Padeiro e por ali me mantive algum tempo à conversa com o Tó, filho do Joaquim Padeiro, enquanto bebericava uma bebida e comia algo mais sólido.
A pressa não era muita e os trilhos iam esperar por mim!!!
Saí de Monforte em direção ao Monte da Sancada, a pensar na sobremesa. Comer um par de laranjinhas colhidas no laranjal. Mas alguém se tinha antecipado!!! Encontrei ali estacionada uma carrinha de "ciganos" e não quis parar. Também deviam de andar a "comprar" laranjas. eh eh eh!!!
O destino era agora o Monte Grande e a sua bonita barragem. Já me estava a "lamber" por pedalar no single da pedra redonda, por mim desencantado há dois anos atrás.
Mas fiquei-me pela intenção, pois toda aquela zona tinha sido recentemente lavrada, pelo que tive de encontrar caminho alternativo e pela planície, lá cheguei à barragem. Estive por ali um pouco a olhar para aquela bonita panorâmica. Fiz um par de disparos com a minha digital e fiz-me ao trilho.
Passei ao fundo do arraial do Monte Grande e segui o estradão paralelo ao vale até ao malhão do Monte da Granja dos Castelos, onde encostei à Ribeira do Vidigal, pelo extremo oposto, até à Malhada do Sordo, entrando depois no vale da margem sul do Rio Ponsul, pelo lado do Monte do Escrivão, até à ponte medieval.
Cruzei para a ponte nova pela velha fábrica de tijolo e fui até ao Monte Clérigo, onde subi até à lixeira da Valnor, voltando a cruzar a estrada, agora para o S. Martinho, voltando a entrar na cidade pelo single do Quinteiro, com 82 kms pedalados por belos montados de sobro e azinhal, com uma ou outra subidita para apimentar a "coisa" e sobretudo, com a satisfação de um dia bem passado, sem stress e a meu belo prazer.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos
. . . ou fora deles.
AC
Clip vídeo:

Comentários

Silvério disse…
Don António "Solitarius"!
Sei que "Aliquando melius est unum quam in malam societatem".
Mas será que não vale a pena pensar que há sempre alguém e uma forma de nunca estarmos sós. Esta passagem é tão rápida, que tudo o que pudermos fazer por fomentar o convívio com os AMIGOS, seguramente acrescenta valor às nossas vidas.
Bom, mas vamos ao principal deste comentário:
A solo, com uma câmara na mão e uma ideia na cabeça, e vice-versa (eheheheh), para além da satisfação pessoal também a proporcionou aos "seguidores", através das belas fotografias e descrições exaustivas sobre os lugares trilhados!
Bom Grande!
Parabéns!
Até aos trilhos... ou fora deles.
Um abraço
Silvério
AC disse…
D. Silvério.
Agradeço bastante a tua preocupação, mas . . . eu nunca estou só!!! Gosto imenso da minha companhia!!!
Abraço
AC
FMicaelo disse…
Boa voltinha, ainda por cima pelos meus recantos de infancia, alguns dos quais estão bem diferentes, para pior pois agora ja por lá passa pouca gente = mato!

O Silverio tem razão... sozinho por alguns destes cantos...

Faça-o de boa saúde sff!

Mensagens populares deste blogue

"Passeio de Mota pela Galiza"

Mesmo com a meteorologia a contrariar aquilo que poderia ser uma bela viagem à sempre verdejante Galiza, 9 amigos com o gosto lúdico de andar de mota não se demoveram e avançaram para esta bonita aventura por terras "galegas" Com o ponto de inicio no "escritório" do João Nuno para a dose cafeínica da manhã marcada para as 6 horas da manhã, a malta lá foi chegando. Depois dos cumprimentos da praxe e do cafezinho tomado foi hora de partir rumo a Vila Nova de Cerveira, o final deste primeiro dia de aventura. O dia prometia aguentar-se sem chuva e a Guarda foi a primeira cidade que nos viu passar. Sempre em andamento moderado, a nossa pequena caravana lá ia devorando kms por bonitas estradas, algumas com bonitas panorâmicas. Cruzamos imensas aldeias, vilas e cidades, destacando Trancoso, Moimenta da Beira, Armamar, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Parada de Cunhos, Mondim Basto e cabeceiras de Basto, onde paramos para almoçar uma bela &quo

"Rota do Volfrâmio <> Antevisão"

A convite do meu amigo Nuno Diaz, desloquei-me no passado sábado à bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo para marcar um percurso em gps a que chamou "A Rota do Volfrâmio". É um percurso circular inserido em paisagens de extrema beleza e percorrido em trilhos diversificados maioritáriamente ladeando a Ribeira de Bogas e o Rio Zêzere em single tracks de cortar a respiração. Soberbo!!! Como combinado, pelas 07h passei pela Carapalha, onde mora o Nuno, para partirmos na minha "jipose" em direcção à Aldeia de Janeiro de Baixo. Parámos ainda no Orvalho para bebermos o cafézinho matinal e pouco depois lá estávamos nós a estacionar a "jipose" no parque da bonita Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Depois de descarregar as bikes e prepararmos o material, lá abalámos calmamente em amena cavaqueira, guiados pelo mapa topográfico rudimentarmente colocado no "cockpit" da bike do Nuno, pois parte do percurso também era desconhecido para ele, pelo menos a pe

"Passeio de Mota à Serra da Lousã"

"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein) Dia apetecível para andar de mota, com algum vento trapalhão durante a manhã, mas que em nada beliscou este esplêndido dia de passeio co amigos. Com concentração marcada para as 08h30 na Padaria do Montalvão, apareceram o José Correia, Rafa Riscado, Carlos Marques e Paulo Santos. Depois do cafezinho tomado acompanhado de dois dedos de conversa, fizemo-nos à estrada, rumo a Pampilhosa da Serra, onde estava programada a primeira paragem. Estacionamos as motas no estacionamento do Pavilhão Municipal e demos um pequeno giro pelo Jardim da Praça do Regionalismo e Praia Fluvial, indo depois comer algo à pastelaria padaria no beco defronte do jardim Abandonamos aquela bonita vila, não sem antes efetuarmos uma pequena paragem no Miradouro do Calvário, com uma ampla visão sobre aquela vila tipicamente serra, cruzada pel