Mais um ano quase passado e mais uma peregrinação a Fátima por estrada, a 15ª., sem qualquer interrupção e sempre na mesma altura. O fim de semana antes de 13 de Outubro.
Esta peregrinação por estrada começou por ser no fim de semana antes de 13 de Maio e alterei-a para Outubro, por troca com a de btt, que passou agora para Maio.
Este ano em solitário, saí da cidade pelas 07h00, qual D. Sebastião, envolvido numa ténue neblina, que se foi acentuado pelos primeiros kms, ficando mais densa, consoante me aproximava do rio Ocreza.
Passei por sarnadas, Alvaiade, Perdigão, Vale da Mua, Pedra do Altar, Vale do Clérigo e Moitas, onde efetuei a primeira paragem, para tomar café no Bar das bombas.
O nevoeiro tinha ficado para trás e rumei a Proença a Velha.
Cruzei a vila e sai para a estrada antiga cujo piso em mau estado não era impeditivo para que pudesse progredir normalmente.
A passagem por aquela zona fez-me recordar antigas viagens, antes das IP's e IC's e gostei sobretudo de voltar a passar por aldeias que já nem lembrava o nome como o Carvalhal, Maljoga, Moinho Branco, Vale d Pereiro, Moinho do Cabo, Portela dos Bezerrins e Mougueira.
Cheguei à Sertã e aproveitei a passagem por ali para ir toma outro cafezinho com o meu irmão Luís, no bar do minipreço, defronte da sua loja.
Depois das despedida, continuei a minha peregrinação, desta vez com tempo para tudo, contemplação visitas, paragens para o que me desse na gana, sem pressa de chegar, pois tinha combinado com a minha "Maria" a chegada entre as 14h e as 14h30.para que ela almoçasse descansadinha e se pusesse a caminho depois.
O percurso que escolhi este ano já o tinha em mente há algum tempo e queria passar nalguns locais bem diferentes das peregrinações anteriores.
Deixei a Sertã para trás e depois de passar Faleiros, Fonte da Mata e Alto Ventoso, entrei em Cernache do Bonjardim.
Desci depois à ponte que cruza o Rio Zêzere, no Vale Serrão, passando por Roda do Cabeço e Casal da Madalena.
Uma estrada curvilínea com uma bonita panorâmica sobre o rio Zêzere, à minha esquerda.
Cruzada a ponte e depois e subir um pouco, virei à direita para uma estradinha panorâmica, sempre a lado do rio até Dornes, uma bonita vila situada numa pequena península do rio Zêzere e enseada do Castelo de Bode.
Uma imagem única e que me fez parar e registar com a minha digital.
Entrei na vila, onde dei uma pequena passeata, mas as suas ruas empedradas e de inclinação acentuada em direção ao castelo, fizeram.me retroceder e fui até ao miradouro dar uma mirada naquela panorâmica bastante envolvente. Um belo momento de paz e contemplação.
Mas tinha que continuar, ficou registado na minha memoria um passeiozeco com a minha Maria por aquelas bandas lá mais para a frente.
Passei outra ponte sobre um dos braços da enseada e continuei ainda algum tempo à beira do rio, até começar a subir para a Frazoeira, continuando por Areias Portela de Vila Verde, Calçadas, Matos, Almogadel.
Muitas terreolas e estradinhas bem panorâmicas, onde já quase tinha saudade de encontrar uma viatura. Que calmaria!
Sempre por estradas calmas e com uma paisagem a condizer lá fui encurtando o caminho em direção ao altar de Fátima, passando por Travessa, Botelha, Formigais, Soalheira, Marta, lameirinha, Vale da Cordela, Outeiro, Seiça, Coroados, Alcaidaria, Casal de S. João e Lagarinhos antes de entrar em Ourém e na rota das minhas anteriores peregrinações.
Cruzada a cidade, passei a Corredoura, Melroeira e Pinhel.
Desta vez não fiz a terrível subida do Boi Negro, um belo caroço já no final e segui pela Atouguia, Moura, Murtal e Fontainhas, entrando finalmente em Fátima e parando no parque nº.2, o de sempre ao longo destes 15 anos e onde a minha Maria já me esperava.
Depois do retemperador banhinho, comi a a merendinha que tinha vindo de casa e fui e dar uma volta pelo santuário e colocar uma vela no tocheiro, um momento de reflexão e o meu pedido silencioso á virgem, regressei a casa.
É uma obstinação que já me acompanha há década e meia e que não se apagará facilmente da minha memória e da minha vontade.
O que me move não se identifica com um desafio, uma ligação velocipédica, ou até uma forma de treino . . . nada disso . . . nem eu sei bem explicar! Apenas que todos os anos faço esta peregrinação, de bicicleta, como a poderia fazer a pé, como tantos outros peregrinos.
Mas a bicicleta é uma desporto que adoro praticar e ainda uso e abuso . . .ás vezes, de forma lúdica, um pouco aventureira de espirito viajante e em harmonia com a natureza, que para mim ainda tem um significado com o qual me identifico.
Para o ano, no fim de semana antes de 13 de Maio, certamente farei minha peregrinação em btt e o antes de 13 de Outubro, novamente por estrada, a solo, ou na companhia de alguns amigos.
Fiquem bem.
Vêmo-nos nos trilhos, ou fora deles.
AC
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